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O poder da conexão

É típico do ser humano tomar tudo como garantido. Fazemo-lo, por exemplo, com as pessoas que nos são mais próximas, que enriquecem o nosso dia-a-dia e que tornam a nossa existência um tanto mais significante. É verdade que, por vezes, a cruel lembrança de que nada nem ninguém é eterno motiva um maior apreço pelos nossos pais, parceiros e melhores amigos. Contudo, essas epifanias ocasionais e consideração passageira não os honram suficientemente. Pessoalmente, caio constantemente na tentação de me isolar (especialmente quando me sinto em baixo). Arranjo forma de me afastar daqueles que mais amo e convenço-me de que sou independente, de que um caminho solitário não me impedirá de me sentir completa. Apesar disso, tento relembrar-me de que manter os amigos e família por perto é mais sensato do que obedecer aos impulsos de manter uma guarda alta; tento lembrar-me do poder das amizades, assim como do amor que as conduz.

“Alone, we can do so little; together, we can do so much” – Helen Keller

Seja uma criança ou uma pessoa de meia-idade, um jovem adulto ou um idoso… Para cumprir o objetivo final de atingir a felicidade é obrigatório apostar na construção de relações. Aliás, segundo o psicólogo americano Abraham Maslow, a ligação com outro é uma das cinco necessidades básicas do ser humano.

Fonte: Trendspot

Ou seja, o caminho para a aquisição de um sentimento de realização passa obrigatoriamente pelas relações sociais. Os países nórdicos são um perfeito exemplo disso: é, principalmente pela promoção de um sentimento de comunidade que estes foram eleitos os países mais felizes do mundo. Na verdade, cada uma das nações escandinavas tem um método único que serve o propósito de unir os seus cidadãos e espalhar a alegria. No caso da Suécia, Fika é um ritual muito importante (quase sagrado) da sua cultura. É um “fenómeno social”, um momento do dia-a-dia atarefado reservado para conviver com amigos ou familiares. Um encontro no café para comer um rolinho de canela ou no parque para desfrutar de um piquenique tem capacidades extraordinárias de embelezar as rotinas das pessoas.

Ainda que os tempos de pandemia e as novas tecnologias tenham contribuído para escondê-lo, a coexistência e a formação de conexões são dois fatores de vital importância nas nossas vidas (até porque são a causa da nossa presença). A realização de que o ser humano não se desenvolve na solidão remete para a idade da pedra, visto que o Homem pré-histórico necessitava de se relacionar para sobreviver. Hoje em dia, as condições são diferentes. A evolução deu origem a uma sociedade mais isolada do que nunca. Confirma-se a ideia de que o progresso só acontece em convívio. O desenvolvimento pessoal exige interação social, e o bem-estar genuíno também.

“We cannot live only for ourselves. A thousand fibers connect us with our fellow men.” – Herman Melville

A união alimenta as nossas almas e o resultante sentimento de pertença dá sentido às nossas vidas. As experiências do dia a dia ganham ”brilho” quando partilhadas. Na verdade, toda a experiência de viver acaba por se tornar mais agradável. Os amigos são os pilares que nos suportam quando as circunstâncias da vida ameaçam deitar-nos abaixo; tornam a dor dos tempos difíceis mais tolerável. Encontrar um grupo de pessoas com quem nos identificamos elimina o sentimento de solidão e oferece um outro de valorização. Este grupo não precisa, necessariamente, de incluir indivíduos com as mesmas preferências, pontos de vista ou valores; resume-se  a uma sensação de conforto e segurança, a uma nova atribuição de significado à palavra “casa”.

Fonte: Unsplash

Fonte da capa: Notícias ao minuto

Artigo revisto por Beatriz Morgado

AUTORIA

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Daniela nasceu nos Estados Unidos, mas cedo se mudou para a ilha da Madeira, onde foi criada. Embarcar para a cidade de Lisboa é um primeiro passo para conquistar o seu sonho de criança: ser uma renomada Jornalista. Ambiciona criar conteúdos para grandes revistas turísticas, porque, para além da escrita, a sua paixão é viajar. São os pequenos prazeres da vida que a movem, e deseja partilhar esse olhar único sobre a vida.