Os Tribalistas – esperar vale a pena
Os tribalistas, grupo que fez a muitos dos pequenos da geração de 2000 as delícias da “Velha Infância”, estão de regresso com o segundo álbum homónimo.
A união de Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes e Marisa Monte, três dos mais badalados nomes da música popular Brasileira, deu-se, pela primeira vez, em 2002 e no mesmo ano surgiu o primeiro álbum de estúdio de seu nome: Tribalistas. A banda não produziu durante 15 anos mas, nem por isso, hinos como “Velha Infância” e “Já sei namorar” deixaram de ser entoados pelo povo de língua lusófona.
A nova música fez-se demorar mas finalmente chegou, e os artistas aproveitaram a sua arte não apenas para fazer bater o pé dos ouvintes mas também para alertar para a crise política e social que têm vindo a assombrar o mundo contemporâneo, este último ponto coberto pelas faixas Diáspora e Lutar e Vencer.
Nada deste álbum desilude: as músicas ficam no ouvido, o ritmo propõe tanto um pézinho de dança como uma noite de verão bem passada a ouvir faixas leves, com vozes doces e, na sua maioria, mensagens simples e bastante diretas.
Será que este novo trabalho tem material próprio para entoações eternas como foi o caso do passado? Talvez. A animação não está tão presente; as canções, apesar de não se poderem considerar soturnas, não evocam a euforia. No entanto, pode ser que a rima fácil e alegre de Feliz e Saudável e a mensagem tão familiar de Diáspora vá de encontro às expectativas.
A banda contou também com a participação da fadista Carminho em duas faixas: Trabalivre e Os peixinhos.