Podcast escsiano: geneZis
João Falamino, Ana Ribeiro e Carolina Carvalho são os três finalistas escsianos que decidiram dar a voz para criar um projeto de raíz – o podcast geneZis. “É terapia 1 vez por semana”, afirma Ana.
Questionados sobre o porquê da criação do podcast, a Carolina assume que a ideia foi dela, porque gosta muito deste tipo de formato. Para além disso, gostavam da dinâmica de falar dos três, acabando por ser uma desculpa para debaterem sobre temas interessantes, para passarem o tempo e se distraírem do ambiente escolar.
Este podcast, como o nome indica, consiste em conversas sobre coisas da atualidade e da geração Z, ou seja, da geração a que pertencem os três escsianos. No entanto, assumem que escolher o nome não foi tarefa fácil: “Passámos por tantos nomes e perguntámos a imensa gente. Queríamos um nome mais divertido do que apenas Geração Z”, confessa Carolina.
O podcast tem várias rubricas inseridas por eles para tornar os episódios mais lúdicos. “Informação dramática” é uma dessas rubricas, onde um deles leva sempre partes de notícias engraçadas e os outros têm de adivinhar o que aconteceu.
Depois, há a rubrica “Encher chouriços”, onde alguém leva palavras aleatórias, apresenta-as e os outros têm de adivinhar o que essas palavras significam. “Houve um episódio em que o João trouxe cidades e vilas de Portugal com nomes estranhos, e nós tínhamos de tentar adivinhar se aquilo existia mesmo ou não. É sempre a minha parte favorita do podcast”, afirma Ana.
“Guilty pleasures” é outra das rubricas. Como o próprio nome indica, os três podcasters falam sobre guilty pleasures e ainda unpopular opinions. Por último, os episódios terminam sempre com uma rubrica fixa, “10/10”, em que todos levam uma recomendação, seja de um livro, de uma série, ou até de um restaurante.
Cada episódio não passa dos 40 minutos, o que se deve não só à limitação da plataforma Zoom, mas também é considerado o ideal para os três. “Optámos por fazer 30/40 minutos, porque é aquele tempo em que a pessoa ainda consegue prestar atenção àquilo que está a ouvir”, confessa Carolina. Segundo Ana, foi um problema decidir quanto tempo dedicar a cada tema, porque há sempre o receio de que fique desinteressante e chato para os ouvintes.
Na perspetiva de João, utilizar o Zoom é difícil em termos de edição, e também pode ser complicado por causa de questões como o deelay, o que leva a que possam atropelar-se uns aos outros. No entanto, assume que “é uma boa solução tendo em conta o cenário atual”.
Falando das suas experiências na ESCS enquanto estudantes, a Ana, finalista de Publicidade e Marketing, assume que todas as cadeiras a ajudaram, principalmente as que a deixaram mais fora da sua zona de conforto. Para além disso, os núcleos também foram uma grande ajuda: “Toda a gente à minha volta queria sempre envolver-se mais nos núcleos e aprender mais. Então eu senti aquela pressão de também me envolver, mas é uma boa pressão”.
Para Carolina, que está no mesmo curso, a faculdade trouxe-lhe um conhecimento técnico fundamental.
“Ninguém quando é pequenino diz que quer ser publicitário ou marketeer. Antes de entrar na faculdade, não tinha ideia de como era a área e não sabia como funcionava a dinâmica. Isso foi o que a faculdade me trouxe de melhor – ensinar como funciona a área. Olhar para um anúncio ou uma ação de marketing e perceber o que está por detrás”.
Para João, que está em Audiovisual e Multimédia, o curso é bom, mas o trabalho tem de ser autónomo: “Se não trabalharmos noutros projetos fora da faculdade e se não estivermos em núcleos, não conseguimos avançar muito”. Assume que o curso se foca mais no multimédia do que no audiovisual, o que para ele é um ponto menos positivo.
Os três assumem que o facto de estarem na ESCS lhes deu competências e um à vontade para poderem criar um podcast. O João trata da parte da edição do som, e admite que muito se deve às suas cadeiras, que lhe ensinaram e o prepararam nesse lado técnico. A acrescentar a isso, sendo membro da ESCS FM, sabe algumas regras sobre a linguagem de rádio.
Já a Ana assume que o facto de terem criado uma página do Instagram para divulgação do projeto, é algo muito influenciado pelo curso de PM – “Já sabemos como se faz um copy, o que resulta melhor em termos de design, como publicar, etc”. A acrescentar a isto, a Carolina admite também que a ESCS puxa sempre o lado mais comunicativo e criativo dos estudantes, o que pode ter ajudado na criação do podcast.
O podcast acaba por ser uma das melhores formas de comunicar da Geração Z, e os três assumem isso. Primeiramente, é um dos únicos formatos dos dias de hoje que não é censurado, pelo menos por enquanto: “Eu nunca vi ninguém a dizer que o seu episódio de podcast foi banido porque alguém não gostou”, afirma João.
No entanto, admitem também que o receio de serem julgados está sempre presente. “É difícil encontrar um equilíbrio. É impossível agradar a toda a gente. A verdade é que as coisas ficam para sempre na Internet e as pessoas podem descontextualizar o que dizemos”, diz Carolina.
Para Ana, os moldes do podcast são “perfeitos” para aquilo que eles pretendiam – “não há interrupções, decides os temas e o tempo”. Para além disso, assumem que é uma plataforma boa para darem voz àquilo que pensam e acreditam, e que se está a tornar cada vez mais popular.
“Podes estar a ouvir um podcast e a fazer outras coisas ao mesmo tempo, e isso para nós, geração Z, é algo muito importante. Estamos constantemente a fazer 300 coisas ao mesmo tempo”, afirma Carolina.
Questionados sobre o futuro e o que vão fazer depois da licenciatura, os três demonstram alguma ansiedade. “Acho que é a primeira vez na vida em que eu não sei o que vai acontecer a seguir”, diz Ana. A Carolina assume também que não sabe o que vai acontecer, para onde vai, para onde deve mandar currículos, e aquilo de que realmente gosta e quer fazer – “São muitas questões”.
No entanto, uma coisa é certa: querem todos continuar a fazer o podcast, até ao momento em que seja impossível, por questões de tempo. “Eu não encaro isto como uma obrigação. Eu encaro como uma hora em que falo com os meus amigos, então eu espero que continue. Espero que um dia façamos um upgrade e tenhamos um grande estúdio”, assume Carolina.
Ficaste com curiosidade e queres ouvir o podcast destes três escsianos? Aqui tens:
Já agora, também os podes seguir pelo Instagram: https://www.instagram.com/genezis.pod/ . Diverte-te!
Artigo escrito por: Inês Vara
Artigo revisto por Constança Lopes
AUTORIA
Desde pequena que sempre gostou de escrever histórias, de falar pelos cotovelos e de ler. Imagina-se numa grande rádio ou a ser pivô na televisão. Mas foi também na infância que descobriu uma das suas maiores paixões: a dança. A vida levou-a ao curso de Jornalismo, mas é a dançar que melhor consegue transmitir uma mensagem aos outros. Onde o futuro a vai levar não sabe, mas uma coisa é certa: quer comunicar, seja por que meio for.