Mundo Académico

Por trás do 25.º Tuna M’Isto

O Tuna M’Isto é um festival de tunas mistas, organizado pela escstunis: a tuna académica da Escola Superior de Comunicação Social. A primeira edição do festival ganhou vida em março de 1997, e este ano celebraram-se as suas bodas de prata. Apesar de apenas serem dois dias de festival – a noite de serenatas e o dia do festival em si –,o Tuna M’Isto, para a escstunis, começa muito mais cedo.

Em janeiro, depois de uma chuva de ideias, surgiu o tema deste ano: Banda Desenhada. A partir do dia em que surgiu o mote, o trabalho na construção do festival cresceu exponencialmente.

– Alexandre!
–Chamou, Dona Lenca?!

Fotografia de Henrique Jesus

A história dos sketches retrata uma B.D. com as suas páginas finais em branco. Em cada um dos três sketches, um novo personagem entra na Comic Store e acaba a banda desenhada à sua maneira. A ação em palco começa sempre da mesma forma: a Dona Lenca chama por Alexandre, este vai ter com ela, ela queixa-se do seu dia e pede que este lhe vá buscar algo e… um paciente… e…um vidro partido… e… o destino.

Sketch – uma peça de curta duração, geralmente de carácter cómico

A construção dos sketches foi dividida por equipas: cada equipa ficou encarregue da criação de raiz. A única regra consistia em fazer cenários criativos com personagens improváveis, que não se esperam ver juntas – e com o início em comum. Depois de muito tempo investido na escrita dos guiões, chegou o momento de pensar adereços, recursos audiovisuais, coreografias, e, obviamente, chegou o momento de começar a ensaiar.

Desenho de Ricardo Marques

Nos cinco sketches, apesar de a ação estar decorrer no palco, na parede branca quis-se e fez-se com que estivessem a passar vinhetas a acompanhar os atores. Esses desenhos foram feitos por membros da escstunis. A grande maioria dos adereços e decorações do auditório também foram, assim como os desenhos, feitos pelas mãos dos tunantes.

Horas, horas, e mais horas…

Fotografia de Henrique Jesus

Não se consegue preparar um festival em apenas umas horas depois dos ensaios, que são duas vezes por semana. Assim, surgiu a necessidade de criar dias dedicados apenas ao Tuna M’Isto: os dias intensivos. Por dois dias – sábados –,das dez da manhã às sete da tarde, trabalhava-se exclusivamente para a tuna. Entre ensaios de atores, gravações de músicas para sketches, fazer adereços e figurinos, desenhar a banca que estaria exposta na semana do festival para a compra de bilhetes, e tantas outras coisas necessárias para o mesmo, se passava o dia.

Fora estes dias exclusivamente escolhidos para foco total no TM, os dias de ensaios foram, numa altura mais próxima à data do festival, sendo invadidos pela necessidade de ter tudo pronto: enquanto uns desenhavam em cartão, outros coordenavam os passos de coreografias. Os atores dos sketches ganhavam um dia de ensaio adicional às quartas-feiras.

Na reta final

Fotografia de Henrique Jesus

Na semana do Tuna M’Isto, os membros da escstunis andavam numa correria constante – e todos os dias trajados. Os números no cronómetro estavam a ficar cada vez mais próximos do zero. No piso zero, na banca desenhada à mão, acompanhada de uma grande quantidade de B.D.s e de uma mesinha decorada, vendiam-se bilhetes para o espetáculo. Ao auditório chegava-se cada vez mais cedo e de lá se saía cada vez mais tarde – é de agradecer a paciência do segurança noturno. Os dois ensaios semanais foram trocados por ensaios diários, na semana do TM. As noites de sono ficavam mais limitadas, mas nem por isso se parava. O festival estava mesmo, mesmo, quase à porta.

O festival

Fotografia de Margarida Carmo

No dia 12 de maio, o tão aguardado Tuna M’Isto começou. Com três tunas a concurso – Tunística, TAISCTE e Enftuna – e a anfitriã, escstunis, a noite de serenatas abriu o festival no jardim do Palácio Baldaya. No campus do IPL, perto da ESELX, a primeira festa começou após o término das atuações. Para os membros da escstunis, no entanto, a vida boémia estava limitada por turnos, a trabalhar na festa, e pela necessidade de no dia seguinte estarem de manhã na ESCS para fazer acontecer a vigésima quinta edição do Tuna M’Isto.

Fotografia de Margarida Carmo

Desde as oito da manhã para uns, desde as dez para outros, tratava-se de som, de ensaios de atores, de toques finais em adereços, de arrumações no local da festa, entre outras tantas coisas que ainda não estavam acabadas. Com o abrir de portas, às 17:30, a tensão ia crescendo cada vez mais: o Tuna M’Isto estava a acontecer! Nos corredores, os atores vestiam figurinos e as pessoas enchiam o auditório. No final de quase quatro horas, deu-se por terminado o espetáculo com a atuação da tuna da casa. A entrega de prémios foi seguida de duas músicas – o Hino e a (tão famosa) Imperial – tocadas pelos membros ativos e pelos membros antigos da escstunis. Como não há uma sem duas, a noite de festival teve direito a uma segunda festa.

Os resistentes, às sete da manhã, ficaram com o trabalho de arrumar tudo e encerraram, assim, a festa e o 25.º Tuna M’Isto – Banda Desenhada.

Fonte da capa: Fotografia de Margarida Carmo

Artigo revisto por Andreia Custódio

AUTORIA

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Sou a Inês, tenho 18 anos e sou aluna da licenciatura de jornalismo. Sou escuteira, a irmã mais velha de três irmãos e adoro fazer piadas secas.
Entrei para a ESCS Magazine por dois motivos: para me ajudar a melhorar a minha escrita, e preparar-me melhor ao nível da escrita jornalística; e pelo facto de adorar escrever. Escrevo sobre tudo e mais alguma coisa, mas detesto escrever sobre mim. Sou apaixonada por ler e escrever sobre coisas bizarras e/ou de ficção.
Ganhei o meu gosto por ver filmes com o meu pai, que todos os domingos à tarde fazia questão de escolher um para vermos juntos, e agora estes fazem parte da minha vida como uma forma de conforto.