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Resumo da Jornada 27 – A luta acesa e a estrelinha de campeão do F.C. Porto e do S.L. Benfica

A luta pelo título continua acesa. Tanto o F.C. Porto como o S.L. Benfica tiveram dificuldades para alcançar a vitória nos respetivos jogos da jornada.

Depois de uma pausa originada pelas jornadas internacionais, a Liga NOS retomou. A jornada 27 iniciou-se no Algarve, mais especificamente em Portimão. O Portimonense recebeu a equipa revelação da competição, o Moreirense. Depois do guarda-redes da equipa de Moreira de Cónegos ter sido chamado a intervir para evitar um golo prematuro, o atual quinto classificado ameaçou a baliza da equipa da casa. Cedo se percebeu que o Moreirense tinha intenções de fugir das últimas duas derrotas consecutivas e de se distanciar do Vitória (sexto classificado). Com a passagem do minuto 33, J. Aurélio descobriu Chiquinho à boca da grande área. O médio ofensivo de 23 anos rematou em arco e inaugurou o marcador.  

No segundo tempo, os algarvios testaram os reflexos de Pedro Trigueira e este respondeu com uma boa defesa. O Moreirense continuou a usar os seus contra-ataques venenosos para criar perigo ao décimo classificado. Uma dessas investidas foi transformada em golo por Herberto a um minuto de se completar uma hora de jogo.  As duas equipas esforçaram-se para aumentar o marcador, mas o resultado manteve-se até ao final da partida. Três pontos para a equipa revelação.

O segundo jogo da jornada 27 foi o mais atrativo da mesma. O S.C. Braga recebeu o campeão nacional, F.C. Porto. A poucos jogos do fim do campeonato, os dragões não se podiam dar ao luxo de perder pontos. Conseguiram conquistar a vitória, mas não foi uma tarefa fácil. Estiveram duas vezes em desvantagem e aproveitaram duas grandes penalidades para completarem a reviravolta.

Os arsenalistas não podiam pedir um melhor início de jogo: ao quarto minuto do encontro, Wilson Eduardo colocou a bola no interior da baliza portista, num lance em que se esperava mais do guardião Iker Casillas. A equipa comandada por Sérgio Conceição conseguiu empatar quando Tiquinho Soares cabeceou, na sequência de um canto, para o fundo das redes da baliza da equipa do Braga (minuto 26).

O Porto ganhou outra alma depois de marcar o segundo golo e Alex Telles ficou muito perto de colocar a sua equipa na frente do marcador quando bateu um livre direto. Só não o fez porque Tiago Sá estava bem posicionado.

No regresso do intervalo, a equipa da casa não perdeu tempo para se voltar a adiantar no resultado (minuto 46). Os bracarenses recuperaram a posse do esférico a meio campo e com a defesa portista desalinhada, Murilo conseguiu fintar o guarda-redes espanhol e marcar o seu terceiro golo na prova. O F.C. Porto conseguiria voltar a igualar os tentos na conversação de um penálti. Éder Militão foi derrubado dentro da área, o arbitro apontou para a marca dos nove metros. O brasileiro A. Telles marcou o golo, mas, para azar dos azuis e brancos, saiu lesionado do lance. Poucos minutos se passaram até surgir uma nova grande penalidade. Sem o habitual batedor em campo, foi Soares que partiu para a bola e quem a introduziu dentro da baliza. O avançado brasileiro leva, com este bis, doze tentos no campeonato nacional.

O resultado manteve-se até ao final dos 97 minutos jogados e o F.C. Porto conseguia, assim, uma importante vitória na luta pelo campeonato e, consequentemente, subir à liderança provisória da Liga NOS.

Soares festeja, com Marega, o segundo golo da sua conta pessoal. Fonte: MaisFutebol.

Mais a norte, o G.D. Chaves recebeu o quarto classificado, o Sporting. M. Keiser escolheu L. Phellype para colmatar a ausência do internacional holandês Bas Dost e a aposta do treinador leonino revelou-se um sucesso, não fosse o bis apontado pelo reforço de inverno. O Sporting mostrou-se mais ameaçador desde o início da partida e com uma boa triangulação, pelo lado direito, fez a bola chegar ao L. Phellype, que apenas teve de encostar (jogava-se o vigésimo terceiro minuto).

Pelo minuto 51, Jefferson, médio da equipa flaviense, viu o segundo cartão amarelo e, posteriormente, é expulso pelo árbitro do encontro. A expulsão acordou a equipa da casa que se empenhou para chegar ao empate. Empate esse que chegaria à hora de jogo. B. Gallo, com um passe em profundidade, descobriu André Luís, que apareceu nas costas de Coates para receber o esférico, arrastar Renan e rematar para dentro da baliza.

O empate não agradava aos leões pois três pontos neste jogo significariam a subida ao terceiro lugar – devido à derrota que o S.C. Braga sofreu mais cedo – e tanto Wendel como B. Fernandes desafiaram o guarda-redes do Chaves a intervir. Contudo, a dez minutos do apito final, o suspeito do costume – o capitão Bruno Fernandes – recebeu um passe a meia altura de Acuna e disparou, colocado, sem dar chances a Ricardo. Pelos 85 minutos de jogo aconteceu o lance mais polémico do encontro: o árbitro expulsou um segundo elemento da equipa do Chaves que travou, em falta, Raphinha, que seguia isolado para a baliza, mas quando consultou o VAR reverteu a decisão e expulsou o lateral direito da equipa de Lisboa, Ristovski, por uma falta no início do lance. Foi uma das decisões mais conturbadas da jornada 27.

Já se jogava para além do minuto 100 quando L. Phellype marcou o seu segundo golo. O Sporting ascendeu ao terceiro posto da classificação.

Nos Açores, o Santa Clara recebeu o Vitória Sport Clube. Os insulares conseguiram marcar o golo da vitória (Zé Manuel) ainda na primeira parte – minuto 25 -, num jogo marcado pela existência de vários remates de ambas as equipas, mas onde poucos (dois para o Vitória e quatro para o Santa Clara) se enquadraram com as balizas. Ao minuto 73, os atuais oitavos classificados fazem a bola passar a linha de golo da equipa da cidade de Guimarães, porém foi marcado fora de jogo.

Com esta derrota o Vitória mantém a distância que tinha, antes da jornada, do Moreirense, mas a luta pelo quinto lutar continua em aberto.

Com a vitória conquistada frente ao Braga, o F.C. Porto tinha mais três pontos do que o segundo classificado (à condição), S.L. Benfica. Assim, o rival de Lisboa iniciou o jogo com o CD Tondela a precisar, inevitavelmente, de uma vitória (três pontos que colocariam as “águias” no topo da Liga NOS).

A equipa de Bruno Lages mostrou intensidade e uma boa dinâmica durante o primeiro quarto de hora do encontro, porém foi perdendo gás à medida que o relógio se aproximava do intervalo.

Já com um par de minutos na segunda parte, Murillo vê o seu golo a ser anulado por offside e a criar (outra vez) através de um contra-ataque uma boa oportunidade para abrir o marcador no Estádio da Luz. Ao minuto 50, depois de algumas carambolas, Jonas remata colocado para dentro da baliza defendida por C. Ramos, mas também este tento é-lhe anulado pelo VAR. As imagens fornecidas pelo vídeo-árbitro exibiram uma mão na bola por parte do capitão dos encarnados.

O tempo escasseava e a tarefa de igualar, em pontos, o adversário direto estava a tornar-se cada vez mal difícil. Devemos atribuir mérito ao Tondela, que, apesar do modesto 16o lugar, não apenas defendeu como também criou dificuldades ao guardião grego Vlachodimos (o remate de António Xavier – minuto 73 – é um exemplo). O empate parecia ser o destino do Benfica, até que o “canivete suíço” H. Seferovic conseguiu, com um cabeceamento, fazer o golo que recolocava o vice-campeão da época anterior, de novo, no primeiro lugar (em igualdade pontual com o F.C. Porto). A um minuto do apito final, o estádio tremeu com um valente susto imposto pela equipa da Beira Alta. Patrick, avançado do C.D. Tondela, rematou por cima à boca da baliza. O S.L. Benfica superou assim um teste difícil e mantém-se na luta pelo título.    

No domingo disputaram-se três partidas: na ilha da Madeira, o Marítimo recebeu o seu maior rival – o C.D. Nacional; na Vila das Aves, disputou-se o dérbi entre Rio Ave e C.D. Aves; e no Porto, dois históricos, Boavista e Belenenses, lutaram pelos três pontos.

O clássico madeirense começou de uma forma eletrizante com três golos em quinze minutos disputados. Edgar Costa marcou um livre direto que só parou nas redes do C.D. Nacional aos cinco minutos e Camacho converteu uma grande penalidade em golo que igualou a partida. O Marítimo iria voltar a estar no comando do jogo, resultado da cobrança de um penálti por Joel (minuto 15). As duas equipas atacaram, mas foi a equipa da casa que chegou ao terceiro, por intermédio de Getterson. Embora o Nacional conseguisse reduzir a desvantagem para um golo com outro penálti, a vitória não fugiu ao Marítimo.

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Disputa de bola entre Tissone e Pelágio. Fonte: Plataforma online do Jornal A Bola.

No dérbi de Aves, o C.D. Aves venceu, fora, o Rio Ave por duas bolas a zero. O primeiro golo foi apontado por Rodrigo Alves, que converteu a sexta grande penalidade da jornada. Perto do final da partida, o Aves aproveitou sucessivos erros cometidos pela defesa do Rio Ave e chegou a segundo golo com alguma facilidade. Golo marcado por Baldé.

O penúltimo jogo da jornada colocou Boavista e Belenenses, frente a frente, no estádio dos axadrezados. Durante o primeiro tempo, a equipa da casa foi quem esteve mais próximo de se adiantar no marcador. Esta tendência do Boavista manteve-se na segunda parte. Prova disso foi o golo apontado pelo avançado Nije. Depois do golo sofrido, a equipa do Belenenses tentou aproximar-se da baliza oposta, mas sem grande sucesso: apesar do domínio na posse de bola, a equipa de Lisboa não conseguiu criar situações de maior perigo aos caseiros. Aos 91 minutos, o Boavista aproveitou o facto de grande parte da equipa do Belenenses estar “instalada” no meio campo adversário para, com um contragolpe, marcar o segundo golo do jogo.

No primeiro dia do mês de abril, disputou-se o último jogo da jornada 27: o C.D. Feirense recebeu o Vitória F.C.. A equipa da casa fez aquilo que mais tem feito nesta edição da Liga NOS: perder. O Feirense é o último classificado com 16 derrotas, 9 empates e 2 vitórias. Verdade seja dita: a equipa de Santa Maria da Feira atacou bastante durante os primeiros 45 minutos e os sadinos só conseguiram “mostrar-se” a cinco minutos do fecho da primeira metade do jogo.

Durante a segunda parte, os papéis inverteram-se. O Vitória forçou mais o golo, que apareceu ao minuto 81. Cabeceou Jhonder Cádiz para fazer o golo da vitória. Um golo que puxou a equipa de Setúbal para mais longe dos lugares da despromoção.


Fonte fotografia “thumbnail”: RTP

Artigo revisto por: Andreia Jesus