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Revoltas no Brasil: manifestantes incendeiam ministérios em Brasília

Milhares de brasileiros saíram às ruas em Brasília em protesto contra as reformas liberais promovidas pelo Governo. O apelo estende-se também à saída do Presidente Michel Temer do poder. Foram já incendiados vários edifícios, desta cidade brasileira.

Pilhagens, confrontos e ministérios destruídos. Este é o cenário dos últimos dias na cidade brasileira de Brasília. Milhares de manifestantes saíram à rua contra as medidas do Governo e a pedir a demissão do Presidente Michel Temer. “Fora Temer” são, aliás, as palavras de ordem mais utilizadas nos últimos meses.

Aquela que deveria ser uma manifestação organização depressa se transformou aquando da aproximação dos manifestantes do Congresso.

A polícia respondeu às investidas com balas de borracha e bombas de gás, mas não foram registados casos graves, exceto dois manifestantes: o primeiro terá de ser sujeito a uma operação reconstrutiva à mão e o segundo terá sido baleado, não se conhecendo ainda mais pormenores.

Conhecida como a Esplanada dos Ministérios, esta área foi evacuada e reforçada por um contingente militar devido à intensidade dos protestos.

Raul Jungmann, Ministro da Defesa brasileiro, anunciou na tarde de ontem, 24 de maio, a decisão do Presidente Temer de pôr em movimento a “ação de Garantia da Lei e da Ordem” junto à zona dos confrontos. Este plano autoriza os militares a atuarem com poder da polícia no caso do esgotamento destas ou de uma grande perturbação. As Forças Armadas estariam presentes na rua até à próxima quarta feira, 31 de maio, mas, no entanto, foi revogado pelo próprio Presidente ainda na tarde de hoje.

Não é a primeira vez que esta medida é tomada: no Governo da ex-presidente, Dilma Rouseff, as Forças Armadas foram convocadas para eventos como a Copa do Mundo e a Copa das Confederações.

O protesto, que juntou cerca de 35 mil pessoas segundo a Secretaria da Segurança Pública, foi organizado por centrais sindicais e movimentos de esquerda. Estas mostram-se contra as reformas liberais promovidas pelo Governo, exigem a saída do Presidente Temer e a realização de eleições antecipadas.