Cinema e Televisão

Sex Education – Uma série com um final real

A nova temporada de Sex Education deixou o público bastante satisfeito. Apesar de ter sido a despedida da série, a maioria dos fãs considerou que o desfecho da história foi bem elaborado e fez todo o sentido para a narrativa. Contudo, não é por terem sido queimados os últimos cartuchos que não tivemos novas histórias para conhecer.

Nesta 4.ª temporada, ficámos a conhecer novos enredos que foram protagonizados, também, por novos personagens. Ao lado das caras já conhecidas pelos que acompanham a série, juntaram-se algumas ainda por conhecer: O (Thaddea Graham), Thomas Molloy (Dan Levy), Aisha (Alexandra James), Abbi (Anthony Lexa), Roman (Felix Mufti) e Joanna (Lisa McGrillis). Porém, também algumas personagens foram deixadas para trás, como é o caso de Emily (Rakhee Thakrar), Ola (Patricia Allison) e Lily (Tanya Reynolds), por exemplo.

Todas estas adições ao elenco contribuíram para um novo dinamismo da série e trouxeram à tona temáticas importantes, tais como a falta de audição, a positividade tóxica e questões de género. Nesta sequência, ficamos a conhecer a nova escola, Cavendish, que, por sua vez, é bastante diferente da anterior, sustida por ideias sustentáveis, por vários passatempos distintos dos comuns e pelo excesso de bondade praticada. É neste espaço que podemos acompanhar a adaptação de Otis (Asa Butterfield), Eric (Ncuti Gatwa), Ruby (Mimi Keene), Aimee (Aimee Lou Wood), Jackson (Kedar Williams-Stirling), Cal (Dua Saleh) e Viv (Chinenye Ezeudu) ao novo ambiente escolar. Tudo isto acaba por desencadear peripécias engraçadas e interessantes de acompanhar, desde a disputa entre Otis e O relativamente ao cargo de terapeuta sexual da escola às novas amizades de Eric. Além disso,  Otis e Maeve (Emma Mackey) tentam fazer com que o seu relacionamento resista à distância, tendo em conta que a jovem ganhou uma bolsa que permitiu que fosse estudar literatura para os Estados Unidos. 

No entanto, houve dois tópicos que receberam toda a minha atenção e achei de especial relevância: a luta interior de Eric entre a religião e a sua orientação sexual e a desejada transição de Cal para o seu verdadeiro eu. A meu ver, esses foram os grandes destaques desta temporada, que nos fizeram pensar nessas questões que são tão importantes e tão pouco mencionadas. Mas, no geral, esta temporada, sendo a última, teve a missão de encerrar os capítulos abertos desde o início e fornecer ao espectador um final real, missão essa que foi desempenhada extraordinariamente. 

A mudança de cenário e a junção de novas temáticas fizeram com que a série ganhasse um novo “ar” e não se resumisse ao que já tinha sido explorado nas outras temporadas. De facto, a escolha de um final não romantizado, longe dos “felizes para sempre”, fez todo o sentido para concluir a história de Sex Education, sendo esta uma obra que expõe problemas da vida real. 

Fonte da capa: Jornalista Luciana Pombo

Artigo revisto por Inês Moutinho

AUTORIA

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A Daniela está no segundo ano da licenciatura de Jornalismo e sempre teve um bichinho por tudo o que fosse relacionado a histórias e escrita! Com uma imaginação muito fértil, coleciona blocos e cadernos repletos de narrativas autorais. Para além disso, não desperdiça uma boa tarde passada no universo das séries e dos filmes! Viu na Magazine, em especial na editoria de Cinema e Televisão, uma boa oportunidade de unir o melhor do seu mundo: a escrita e a ficção!