Suite 719: ruptura, amor e medo
Amor que não basta, tempo que não chega, desgaste inevitável da relação. Duas histórias; dois casais; uma suite. Com Diogo Infante e Alexandra Lencastre em plano principal, é-nos apresentada “Plaza Suite” – uma comédia inteligente que revela as adversidades de dois casais distintos –, em cena no Teatro Tivoli até ao dia 25 de Outubro.
Escrita por Neil Simon – um dos maiores nomes da dramaturgia norte-americana –, traduzida por Luísa Costa Gomes e produzida pela Força de Produção, “Plaza Suite” conta ainda com a participação de Helena Costa e Ricardo Sá.
Diogo Infante e Alexandra Lencastre (fotografia Espalha-Factos)
Dividida em dois actos, a acção passa-se sempre no mesmo espaço: a suite 719 do Plaza Hotel. Num primeiro momento, uma mulher – interpretada por Lencastre – tenta reconquistar o afecto do seu marido – interpretado por Infante –, planeando metodicamente um encontro romântico no mesmo quarto de hotel onde haviam passado a noite de núpcias, há 23 ou 24 anos, comemorados nesse mesmo dia ou no dia seguinte. Contudo, esta mulher – com fraca aptidão para datas e cálculos – rapidamente se apercebe de que o seu marido tem outras preocupações. Será que o champanhe, as anchovas e a langerie irão salvar este casamento que parece estar a chegar ao fim?
Num segundo momento, um casal mais velho tenta convencer a sua filha – uma jovem noiva – a sair da casa de banho, onde se trancou pouco tempo antes do início da cerimónia. Com lesões físicas, vestuário e cabelo alterados, estes pais acabam por perceber que a razão que levou a tudo isto foi apenas uma: o medo. Mas será medo do amor, do compromisso, ou daquilo em que a relação se pode transformar ao longo dos anos?
“Plaza Suite”, pela primeira vez em Portugal, marca o regresso de Alexandra Lencastre aos palcos, no ano em que celebra 30 anos de carreira e 50 de vida, revelando uma cumplicidade óbvia com Diogo Infante.
Teatro Tivoli, onde se encontra em cena a peça (fotografia sapo.pt)
Com uma interpretação irrepreensível e uma narrativa inteligente, a peça esgota salas e chega ao público com uma mensagem clara e universal: o amor morre quando se tenta manter vivo e só vive quando resiste, pois o tempo desgasta-o.