The Post: Uma visão do presente numa visão do passado
A meta da corrida aos Óscares acaba apenas em março e The Post, o novo filme de Steven Spielberg, é um dos candidatos mais fortes. Baseado em c, com atuações brilhantes de caras familiares como Tom Hanks e Meryl Streep, esta longa-metragem pode até fazer um paralelo com o presente.
Quando o The New York Times divulga um dos estudos mais importantes sobre o envolvimento da Casa Branca na guerra do Vietname, a comunidade americana entra em euforia. Spielberg segue a história do eterno braço de ferro do governo com a liberdade de imprensa.
Não seria surpreendente que Tom Hanks e Meryl Streep tivessem atuações fantásticas, mas algo surpreendente é a química revelada entre os dois que fazem transparecer como o facto de ambas as personagens serem íntimas e terem uma amizade de longa duração.
A primeira parte do filme, onde nos são apresentados os factos e o contexto, é puramente informativa, podendo tornar-se um pouco monótona, sem ação. No entanto, a meio do filme somos surpreendidos com uma reviravolta que nos tira o ar: apenas nesse momento, Spielberg revela ser um dos melhores realizados de Hollywood. Então podemos ter um inside look ao verdadeiro jornalismo de investigação, ao conflito eterno em divulgar um escândalo que pode mudar a perspetiva dos cidadãos para sempre.
Num final astuto, em que o espetador pensa que o filme já acabou, a última cena sequencial do filme revela o ponto de partida para aquele que haveria ser o maior escândalo da presidência americana, dando assim uma sessão de continuidade à história.
A importância deste filme no momento presente é marcante. É impossível não desenhar um paralelo entre o mundo representado nos anos 70, e a presidência de Donald Trump, que tenta incansavelmente retirar a liberdade à imprensa.