Top 5 – Vídeo jogos que marcaram a minha infância
Bem, antes de mais, olá a todos. Esta é a minha primeira rubrica na ESCS MAGAZINE e sinto que não a devia começar sem antes vos dizer que terei imenso gozo em escrever para vocês; tanto quanto espero que vocês tenham, também, em ler o que vos escrevo, nem sempre curto (acreditem, eu tento), nem sempre objectivo (de todo), mas certamente cheio de paixão por estas coisinhas que são os vídeo jogos, que já me seguem (e perseguem) desde que me lembro.
A primeira entrada nesta rubrica é, então, o Top 5 de vídeo jogos que marcaram a minha infância. Aqui estão eles:
Número 5: SkiFree
Lançado em 1991, para várias plataformas (entre elas o Microsoft Windows, onde o joguei), este jogo foi extremamente marcante para mim, principalmente porque, até hoje, é o único jogo cujo objectivo nunca percebi.
O conceito era simples: Controla a tua personagem por encostas repletas de neve abaixo, passa nas bandeiras de forma correcta e evita árvores, bonecos de neve e carrinhos, sempre tentando chegar à meta. No entanto, nunca a vi.
Acontece que, não interessa o quão bem jogava, o jogo chegava a um ponto em que, do nada, aparecia um Abominável Homem das Neves que devorava a minha personagem. Podia jogar bem, mal, nunca bater em nada ou bater em tudo, o dito cujo aparecia sempre, a correr de um dos lados do ecrã, sem dar qualquer hipótese de fuga. E pronto. Game Over.
Não sei se foi trauma, ou o facto de o jogo ser estupidamente viciante, mas nunca me esqueci dele nem das horas que passei a tentar evitar o inevitável porque, na minha cabeça, era impossível um jogo simplesmente acabar assim: no cliffhanger de nunca conseguir ver a meta, de nunca conseguir ultrapassar o monstro (no fundo, derrotar o boss final), de nunca conseguir o meu final feliz.
Até hoje não sei se existia alguma forma de realmente acabar o nível e fugir ao Yeti ou se o final do jogo era mesmo esse, inevitavelmente almoço do mesmo. Se pensarmos, é uma boa moral da história: Às vezes, não interessa o quanto te esforças, vais acabar sempre por falhar, porque há coisas que, simplesmente, nunca irás conseguir controlar. (Mas não desistas!)
Número 4: Aladdin
Lançado em 1993 (em 1994 para DOS, Microsoft Windows, onde o joguei), este foi o meu primeiro jogo “propriamente dito”, sem nunca, no entanto, o ter acabado.
Não que não conseguisse, se me esforçasse. Simplesmente, nessa altura, os vídeo jogos não eram uma paixão tão grande como mais tarde se tornaram, e quando a dificuldade começava a apertar, eu tinha tendência a passar para coisas que não me “roubassem” tanto tempo.
No entanto, apesar de nunca o ter acabado, este jogo sempre me ficou na memória (tal como outros do mesmo género nesta época, como o Beauty and the Beast, também da Disney, ou o Prehistorik e, claro, o Arkanoid – que vício! -, embora não os possa pôr todos na lista).
Acho que, ainda hoje, se o encontrasse, provavelmente iria jogá-lo outra vez pela nostalgia: apanhar maçãs, derrotar soldados e perseguir o génio para ter vidas extra, tal como os níveis bónus com o macaco Abu. Parece simples, mas para este jogo 2D de plataformas a coisa nem sempre era tão linear.
Número 3: Metal Gear Solid
Quem não conhece MGS? Lançado em 1998, para a Playstation (agora na PSN), este é o único jogo desta lista que, na realidade, nunca joguei. Achei, no entanto, que era importante referir que jogos que marcaram a nossa infância não têm que, necessariamente, ser jogos que fomos nós a jogar: às vezes, é tão (ou mais) entusiasmante ver alguém fazê-lo por nós.
Sim, porque apesar de não ter jogado o jogo, vi-o todo, de uma ponta a outra. Foi a primeira vez que tive um papel igualmente importante ao de quem está a jogar (para quem não se importa com essas coisas): O de “navegar” a pessoa que o estava a fazer por mim. Estávamos juntos, naquela aventura. Só que ele tinha o comando na mão e eu tinha a revista com o walkthrough.
Sim, a revista. Porque Internet naquela altura só na escola e com sorte, não havia Internet em casa. Por isso eram as benditas revistas, da Playstation, no nosso caso, a nossa única ligação ao “mundo lá fora”, ao que se passava na terra dos vídeo jogos, às notícias, às reviews e aos walkthroughs. E às boas das demos, também, uma com cada edição mensal. Na altura eram pérolas. Ainda as tenho todas guardadinhas, tipo tesourinhos deprimentes (mas que tantas alegrias nos davam, nem que fosse só para jogar algo novo e diferente nos cinco ou dez minutos de jogabilidade que aquilo tinha). Grandes revistas, essas.
Se ao menos aquela não se tivesse “esquecido” de mencionar que era suposto mudarmos a ligação do comando do primeiro para o segundo slot quando estivéssemos a lutar contra o Psycho Mantis, a nossa vida tinha sido muito mais facilitada (e a paciência poupada, também, porque às tantas já revirávamos os olhos com o “Snake?! Snaaaaaaake!…” que nos introduzia o ecrã de Game Over. Constantemente. Em pânico e sem saber como raio é que era suposto derrotarmos um boss que adivinhava o que íamos fazer. Nessa altura era o terror. Agora enche-me de nostalgia).
Número 2: Tombi/a!
Lançado em 1998, na Playstation Europeia, Tombi! (conhecido por Tomba! na América) era um jogo de plataformas em que assumíamos o papel de um rapaz com cabelo cor-de-rosa que estava a tentar reaver uma pulseira (que pertencia ao seu avô) das mãos de porcos maléficos que estavam a tentar conquistar o mundo. Sim, leram bem, o objectivo do jogo era derrotar (saltar para cima de e/ou prender dentro de sacos especiais) porcos. E era absolutamente brilhante. Fenomenal. Super viciante. Nem sei.
Joguei-o pela primeira vez quando ainda só tinha a Playstation (sem jogos), uma vez que a demo do jogo vinha na tão conhecida “Demo 1”, que acompanhava a Playstation quando a comprávamos. E, a partir desse dia, fiquei viciada. Mesmo sendo só a demo, dava comigo a voltar a ela para jogar, mesmo quando já tinha outros jogos “inteiros” para acabar. Mais tarde, encontrei o jogo completo e foi a festa total.
Adoro o jogo, por mais estúpido que seja. É tão mais do que apenas derrotar porcos: A quantidade de side quests é estonteante e o tipo de plataformas é do melhor que já joguei, sem ser demasiado difícil, é muito viciante e divertido. É, ainda hoje, um jogo que eu gosto de jogar para descontrair e não ter de pensar muito, deixar a nostalgia tomar conta de mim e dar comigo a sorrir de orelha a orelha enquanto apanho maçãs e salto alegremente para cima de todo o tipo de inimigos (e objectos) que me apareçam pelo caminho.
Número 1: Final Fantasy VII
Deixem-me começar por dizer algo que sinto ser importante neste contexto: Embora eu sempre tenha tido ligações com vídeo jogos (com o Microsoft Windows, Game Boy, Sega Saturn e Nintendo 64), a verdade é que a minha aventura como jogadora “assídua” começou apenas em 1997, com a Playstation e o primeiro jogo que joguei do princípio ao fim e que me viciou nestas andanças (e me fez a melhor aluna de Inglês de todo o meu percurso académico). Esse jogo é o Final Fantasy VII. Sim, cliché, eu sei. Mas é mesmo verdade. Foi este jogo que me fez comprar a consola. (Ou pedir – exaustivamente – aos meus pais que ma comprassem.)
Acontece que vi alguém a jogá-lo e, a partir dai, fiquei completamente entranhada na história e nas personagens, ao ponto de querer ser eu a levá-lo até ao fim, a descobrir os seus segredos, a desvendar os seus mistérios e tudo aquilo que tinha para me contar. Eu podia ficar aqui a falar-vos deste jogo para o resto da vida, sinceramente, mas vou tentar não me prolongar ainda mais (até porque ia, inevitavelmente, escrever outro testamento, primeiro sobre o jogo e depois sobre o que a fusão com a Enix fez à Squaresoft). Todos vocês já ouviram falar dele, certamente.
Facto é que este jogo é, sem dúvida alguma, o jogo da minha infância. Talvez até da minha vida, uma vez que foi, como vos digo, “o primeiro”. O que começou toda uma paixão que hoje em dia, infelizmente, está bem longe dos actuais jogos desta produtora, mas que ficou, e ficará, sempre ligada a esta primeira aventura (seguida por outras que também gostei da mesma saga, como Final Fantasy IX, VI, X e VIII).
Joguei-o mais de cinquenta vezes, tentei fazer as mais diversas coisas descritas em rumores por toda a Internet (e existem muitos, acreditem) para fazer coisas impossíveis acontecer, “descasquei” o jogo no PC para ir ao Debug Room e descobrir segredos e segredinhos e ainda hoje me fascino com esta delícia que ainda me faz receber mensagens como esta:
“Hey, estou perdido na Sleeping Forest. É suposto passar por aqui mas ando às voltas e acabo sempre no mesmo sítio.”
“Já tens a Lunar Harp?”
“A quê?”
“… Precisas da Lunar Harp para conseguires ir a algum lado por aí. Tens de a escavar. Anyway, porque é que não vais ler um walkthrough?”
“Tu és mais rápida. Onde é que eu arranjo isso?”
“Eu não sou um walkthrough andante. Mas tens de a escavar em Bone Village. Basta pores dois ou três escavadores e fazeres a explosão, é fácil de perceber para onde eles estão a olhar e é nesse sítio que deves escavar, depois.”
“Okay.”
“… Normalmente é sempre na saliência ao pé da fogueira, no segundo andar, que ela está enterrada.”
“Okay.”
“… E quando entrares na floresta com a harpa, depois da cutscene, não te esqueças de apanhar a matéria vermelha que aparece a saltar do lado esquerdo do ecrã.”
“Okay.”
“É o Kjata. É um Summon. Nada de muito especial, mas vais precisar dele se quiseres a Master Sum– ….. Oh meu Deus. Eu sou um walkthrough andante! D:”“Yup.”
E pronto, assim vos deixo, com este acontecimento real (e 100% embaraçoso) sobre o quão grande a minha panca com este jogo é. Já lá vão mais de dez anos, desde que lhe toquei pela primeira vez. O tempo voa, mesmo.
E vocês? Qual é o Top 5 de jogos que marcaram a vossa infância? Partilhem a vossa experiência e opinião nos comentários! E até à próxima!