Um amor livre entre dois mundos diferentes
Como todos sabemos, os desenhos animados, cada vez mais, têm dado lugar ao que chamamos live-action. Esse termo, tão usado atualmente, define as obras cinematográficas que substituem a animação por atores e atrizes. De forma simples, é a troca da animação pela fotografia.
Um dos motivos pelos quais este tipo de filme ou série prende a atenção do público é a semelhança que se mantém, normalmente, com as obras originais. É interessante observar a maneira como, na maior parte das vezes, os cenários, a escolha das músicas, o enredo e até as próprias personagens são curiosamente parecidos com os da história matriz. E, pessoalmente, confesso que gosto de reviver contos que fizeram parte da minha infância.
Contudo, também existem casos em que o live-action permite refazer certos aspetos das narrativas e realçar a importância que certos assuntos tomam na pauta atual.
Admito que não foi fácil escolher apenas duas obras para abordar neste artigo, mas, durante o processo, tentei escolher duas que tivessem algo em comum e que fossem atuais. A conclusão a que cheguei foi que seria interessante falar um pouco sobre Aladdin e A Pequena Sereia. Isto porque, para além de serem os dois bastante recentes, encontrei um fator em comum: a busca pela liberdade.
A obra começa por retratar a vida de Aladdin (Mena Massoud), um jovem órfão que sobrevive a roubar itens valiosos em Agrabah, acompanhado do seu fiel macaco Abu. Logo no início do filme, a princesa Jasmine (Naomi Scott) vai até à cidade, disfarçada, onde acaba por ser apanhada a roubar um pão para alimentar uma criança faminta. Em um ambiente de perseguição, Aladdin ajuda Jasmine a fugir do comerciante resmungão e os dois conhecem-se nesse momento. Sem ainda saber que se tratava da princesa de Agrabah, Aladdin fica rendido à beleza da fugitiva e leva-a a conhecer o seu humilde cantinho no topo da cidade. Os dois apaixonam-se, mas Jasmine estava prometida a casar com algum dos pretendentes arranjados pelo seu pai, o sultão.
O enredo vai se desenrolando e conhecemos também a personagem mítica de Jafar (Marwan Kenzari), que está em uma busca desesperada pela lâmpada mágica que lhe dará o poder que necessita para ficar com o trono de Agrabah. Dessa forma, este torna-se um dos inimigos de Jasmine e Aladdin.
Uma das personagens que merece destaque, a meu ver, é o génio da lâmpada (Will Smith). Deixo aqui uma confissão: estava bastante curiosa para ver como o ator ia desempenhar este papel, e não me desiludiu! Com uma pitada de misticismo e uma boa dose de comédia, este foi um dos meus personagens favoritos. Considero que fez jus ao papel original.
Esta obra retrata, então, um amor entre dois jovens de mundos diferentes, mas que se sentem da mesma maneira: presos na realidade em que vivem. Aladdin sente-se retido na vida de ladrão e Jasmine sente-se presa no interior do castelo sem possibilidade de conhecer o mundo ao seu redor.
A meu ver, esta nova versão mantém-se muito fiel à obra primária, desde a recriação de cenários à própria semelhança dos personagens com os do filme de animação, o que me deixou bastante satisfeita e com um sentimento de nostalgia.
Por sua vez, A Pequena Sereia foi uma lufada de ar fresco! Com algumas alterações relativamente à premissa inicial, este filme deixou-me rendida pelas atuações dos integrantes do elenco, pela recriação dos cenários coloridos e pela escolha das músicas.
A obra conta a história de Ariel (Halle Bailey), a mais rebelde das filhas do rei dos sete mares. A jovem tem uma incontrolável obsessão pelo mundo dos humanos, e após apaixonar-se por Eric (Jonah Hauer-King), o príncipe, tenta viver essa vida a todo o custo. Indo contra a vontade do seu pai, Ariel faz um acordo com Úrsula (Melissa McCarthy), a sua tia malvada, que lhe permite ser humana durante três dias. Contudo, a maléfica Úrsula rouba e prende a voz da pequena sereia no seu colar.
Durante a obra cinematográfica, acompanhamos esta rivalidade e a luta de Ariel para ser livre.
Mais uma vez, trata-se de um amor entre dois personagens de mundos opostos e que, cada um à sua maneira, anseiam por saborear a liberdade. Ariel queria conhecer o mundo dos humanos e Eric queria navegar pelos mares inexplorados!
Na minha opinião, este foi um aprimoramento muito rico daquela que foi uma das histórias de amor mais vista por todos nós, quando crianças.
Em suma, são dois filmes que retratam um amor livre entre dois mundos diferentes!
Fonte da capa: Disney+
Artigo revisto por Irina Figueiredo
AUTORIA
A Daniela está no segundo ano da licenciatura de Jornalismo e sempre teve um bichinho por tudo o que fosse relacionado a histórias e escrita! Com uma imaginação muito fértil, coleciona blocos e cadernos repletos de narrativas autorais. Para além disso, não desperdiça uma boa tarde passada no universo das séries e dos filmes! Viu na Magazine, em especial na editoria de Cinema e Televisão, uma boa oportunidade de unir o melhor do seu mundo: a escrita e a ficção!