Opinião

Quem é Quem?

Aquele que, de entre vós, nunca jogou Quem é quem?, durante a sua infância, que se levante e atire a primeira pedra. Não é pecado se, eventualmente, não o fez – de todo! Contudo, o jogo Quem é quem?, um clássico infantil (e não só…), dispensa quaisquer apresentações. O objectivo deste entretém consiste em conseguir adivinhar quem é certa pessoa, através da nomeação de alguns adjectivos que a caracterizam. E é isso mesmo que nós somos: um conjunto de atributos que nos definem enquanto indivíduos.

Na era dos social media, aquilo que somos passa, em grande medida, pela nossa presença na Internet. A fronteira entre o offline e o online diluiu-se. O eu-de-carne-e-osso e o eu-virtual são exactamente a mesma pessoa. O online é, por isso, intrínseco à nossa impressão (literalmente) digital. É, se quisermos, uma extensão daquilo que somos. McLuhan já afirmava, na sua obra Understanding Media (1969), que os media são extensões do Homem. Confirma-se!

O uso que fazemos das redes sociais revela aquilo que nós somos enquanto indivíduos. O nosso registo de actividades é um livro aberto. Os conteúdos que partilhamos, as pessoas que fazem parte da nossa rede de contactos e as páginas que utilizamos são apenas alguns exemplos concretos. Certamente conhecem o dito popular “Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”. Pois bem, é precisamente isto!

Esta actividade deixa um rasto ou, se quisermos, uma pegada digital. Especialmente, nos dias de hoje, é necessário ter isto em atenção. Os nossos perfis de utilizador são consultados pelos nossos amigos mas também pelo nosso chefe. É um cliché, mas tudo está à distância de um clique. E há certas situações que devemos evitar, em defesa da nossa reputação perante os outros. Tais como? Se tem uma fotografia de perfil embaraçosa, aconselha-se que a substitua por outra mais sóbria. O endereços de e-mail constrangedores, como sexybunny@hotmail.com, são igualmente dispensáveis. É, também, ser cuidado com os vídeos que colocamos no YouTube – quem não conhece as vedetas Sheila Salgado e Pita Corada?

 Vejamos um exemplo. Uma empresa abre um processo de recrutamento para uma vaga de emprego. É provável (mas mesmo muito provável) que o empregador pesquise, recorrendo à Internet, quem são os candidatos. É simples! Já experimentaram googlar o vosso nome? Experimentem e tomem consciência da vossa pegada digital.

 É importante ter a noção de que tudo o que publicamos na Internet aí permanece. É extremamente difícil eliminar o nosso rasto. É muito difícil eliminá-lo. Lembram-se da recente polémica da Samsung que envolveu a carismática Pepa Xavier? Pois bem, podemos apagar o registo (seja um post, uma fotografia ou um vídeo) mas, nesse mesmo momento, é impossível sabermos o número de vezes que o mesmo já foi partilhado. Portanto, aconselha-se alguma cautela para que um dia mais tarde não nos arrependamos.

 Actualmente, as redes sociais não servem apenas para contactarmos os nossos amigos. Se assim fosse, seria bastante redutor. O network profissional está, cada vez mais, presente nos social media. Os contactos de cariz profissional realizam-se em páginas como o LinkedIn ou Facebook, pelo que as mesmas devem espelhar quem somos (aquilo que queremos parecer nem sempre corresponde à forma como os outros nos vêem). Por isso, já que temos o privilégio de utilizar as redes sociais, aproveitemos o seu potencial, promovendo quem somos.

AUTORIA

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Diz que é o cota da ESCS MAGAZINE. Testemunhou o nascimento do projeto, foi redator na Opinião e, hoje, imagine-se, é editor dessa mesma secção. Recuando no tempo... Diz que chegou à ESCS em 2002, para se licenciar, quatro anos mais tarde, em Audiovisual e Multimédia. Diz que trabalha há nove no Gabinete de Comunicação da ESCS – também é o cota lá do sítio. Diz que também por lá deu uma perninha como professor. Pelo caminho, colecionou duas pós-graduações: uma em Comunicação Audiovisual e Multimédia (2008) e outra em Relações Públicas Estratégicas (2012). Basicamente, vive (n)a ESCS. Por isso, assume-se orgulhosamente escsiano (até ser cota).