8 diferenças entre o Mundo Sombrio de Sabrina e a Aprendiz de Feiticeira
Sabrina, a Aprendiz de Feiticeira é um ícone para os adolescentes dos anos 90. A jovem bruxa, apaixonada por rosa e glitter, fez furor pelo mundo fora e conquistou seguidores em todo o mundo durante os sete anos em que esteve no ar (1996-2003).
Em 2014, a Netflix lançou O Mundo Sombrio de Sabrina.A narrativa conta a história de Sabrina Spellman, uma jovem bruxa mestiça que é obrigada a escolher entre viver para sempre como feiticeira ou afastar-se da família, para permanecer no mundo dos humanos.
Para quem estava à espera de uma releitura com pequenas modificações de Sabrina, Aprendiz de Feiticeira (1996-2003), O Mundo Sombrio de Sabrina poderá chocar. Não se trata de uma readaptação, mas de uma história completamente nova: mais obscura, gótica, atual e com muito poder feminino. Mas, afinal, quais são as principais diferenças entre as duas séries?
- A origem da série
Apesar de ambas as séries terem sido inspiradas na banda desenhada da Archie Comics, as suas origens são bastantes diferentes. O Mundo Sombrio de Sabrina é uma adaptação da HQ homónima de 2014 criada por Roberto Aguirre-Sacasa. Sabrina, Aprendiz de Feiticeira adveio de uma banda desenhada bem mais antiga. Esta Sabrina foi criada por George Gladir e Dan DeCarlo e apareceu primeiro em 1962, na HQ Archie’s Madhouse. Só em 1971 a personagem ganhou a sua própria HQ intitulada Sabrina, Aprendiz de Feiticeira.
2. História
A principal mudança na história entre as duas séries tem que ver com o conhecimento de Sabrina sobre o seu poder.
Em Sabrina, Aprendiz de Feiticeira, a protagonista desconhece que é bruxa até ao seu 16º aniversário – no início nem ela acredita que tudo o que está a acontecer é real. Na “nova Sabrina”, ela sabe desde sempre é bruxa, mas, no seu 16º aniversário, tem de escolher entre os dois mundos em que vive.
3. Atores
Com a chegada de uma nova série, as personagens mantêm-se, mas os atores mudam. Enquanto em Sabrina, aprendiz de feiticeira o papel de protagonista estava a cargo de Melissa Joan Hart, desta vez é Kiernan Shipka que a interpreta. Miranda Otto interpreta a tia Zelda, em vez de Beth Broderick, e Lucy Davis interpreta tia Hilda, em vez de Caroline Rhea. Ross Lynch assume o papel do mortal Harvey Kinkle, o papel que Nate Richert já desempenhou.
Em O mundo sombrio de Sabrina também são apresentadas algumas novas personagens, incluindo Ambrose, o primo de Sabrina, interpretado por Chance Perdomo.
4. Personagens
Nesta nova série as tias ganham uma aura mais sombria. Harvey continua a ser o namorado humano, mas nesta história é aprofundado o lado mais sombrio da personagem. Algumas alterações foram feitas para que este lado sombrio pudesse ser realçado. Daí nascem algumas particularidades, como a profissão das tias, o coven da Igreja da Noite, o batismo negro, algumas oferendas (como comer carne humana), as “Irmãs estranhas”, o padre Blackwood e a história sobre as famílias de Harvey e Roz.
5. Empoderamento Feminino
O Poder Feminino está em destaque n’O mundo sombrio de Sabrina, algo que não é tão reconhecido em Sabrina, a Jovem Bruxa.
Na série mais recente, a protagonista, jovem indefesa que não consegue tomar as suas próprias decisões, passa a ser teimosa, segura de si e com um senso de justiça que a faz lutar por aqueles que ama. Nesta nova série, esta emancipação não se encontra só na protagonista, mas também noutras personagens.
Mary Wardwell/Madan Satan carateriza-se pela crítica constante ao machismo. Esta personagem chega a revelar que o diabo nunca conferiria poderes plenos e absolutos às mulheres, já que, por serem do sexo feminino, são superiores e, portanto, superariam o mestre. Todas as demais rivais de Sabrina também são mulheres, demonstrando a força que o sexo feminino tem na comunidade mágica. O próprio Sacerdote Blackwood, que, junto com o Diabo, protagoniza as poucas figuras fortes masculinas da série, por diversas vezes é enganado pela perspicácia das mulheres.
6. Background dos pais
Em O Mundo sombrio de Sabrina, percebemos que Sabrina é uma bruxa mestiça, filha de uma mãe mortal e de um pai bruxo, influente na Igreja da Noite. Entretanto, ambos morreram num acidente de avião quando a jovem era uma criança. Devido à morte precoce dos seus pais, os cuidados para com a menina ficaram a cargo das tias paternas Zelda e Hilda. Já em A Aprendiz de Feiticeira, a história dos pais de Sabrina é um pouco diferente. Tanto o seu pai (bruxo) como a sua mãe (mortal) estão vivos – porém, divorciados. Enquanto Edward habita o livro de feitiços da jovem bruxa, Sabrina está proibida de manter contato com a sua mãe. Caso contrário, a mãe da adolescente transformar-se-ia num molde de cera.
7. Salém
Aqui, há outra grande diferença entre as duas séries. Em Sabrina, A Aprendiz de Feiticeira, Salém é um sarcástico e espirituoso gato, que aconselha Sabrina e a acompanha em suas aventuras. Na verdade, o animal era um feiticeiro que foi aprisionado no corpo de um gato como punição por se ter envolvido num atentado terrorista com a finalidade de dominar o mundo (na série mais atual, este passado pertence a Ambrose).
Em O Mundo Sombrio de Sabrina, o único momento em que Salém fala é antes de tomar a sua forma felina, quando se apresenta a Sabrina. Mesmo não possuindo falas, Salém é uma boa companhia, e ajuda Sabrina nalguns momentos relevantes na história.
8. Tom
Assim como a maioria das séries do final dos anos 90 Sabrina, a Aprendiz de Feiticeira era uma série alegre e despretensiosa. Sem grandes preocupações com a história, a série era uma comédia, com um tom colorido, que retratava a vida de uma jovem de 16 anos que descobre que é metade bruxa. A maior parte dos episódios era independente entre si e servia apenas com o propósito de divertir e entreter.
As tias de Sabrina cumpriam o papel destinado às fadas-madrinha dos filmes da Disney. Não havia conflitos, e os poderes de Sabrina não eram direcionados ao satanismo.
Já O Mundo Sombrio de Sabrina é uma série que não tem medo de ousar. A série conjuga o satanismo e o ocultismo, mostrando o ambiente de adoração satânico envolto no universo das bruxas. Aqui, os feitiços não envolvem mais purpurina ou unicórnios, mas são instrumentos de adoração do Diabo.
Artigo revisto por Mónica Harris