Cinema e Televisão

Reinterpretar os Clássicos

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Temos assistido a frequentes remakes e reinterpretações dos contos clássicos que sempre nos conquistaram o coração. Quem nunca se apaixonou pelas melodias dos clássicos da Disney como “Branca de Neve”, “A Bela Adormecida” ou “Cinderella”? Os contos de fadas que todos vimos e revimos por várias vezes em crianças continuam a satisfazer os estúdios de Hollywood com novas produções, como foram os casos de  “Maleficent , uma reinterpretação que procurou encontrar resposta às atitudes da vilã de “ A Bela Adormecida” interpretada por Angelina Jolie, ou “Oz – O Grande e Poderoso”, ( Colocar link para: http://escsmagazine.escs.ipl.pt/oz-o-grande-e-poderoso/) onde James Franco revela como o incrível feiticeiro chegou ao País da Estrada de Tijolos Amarelos e as razões que levaram a que Theodora, interpretada por Mila Kunis, se tornasse na temível Bruxa Malvada do Oeste.

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Esta tendência de procurar resposta às atitudes e opções tomadas pelos antagonistas dos contos clássicos já teve grande sucesso no mundo da Literatura, com o caso da Bruxa Malvada do Oeste de “O Feiticeiro de Oz”, na obra de Gregory Maguire, posteriormente transportada para a Broadway, onde se mantém há mais de uma década.

Outro caso é a série televisiva “Once Upon a Time”, que, com base em vários clássicos, cria a estrutura de uma narrativa rica em personagens que todos conhecemos com traços de personalidade bastante característicos. O espectador entra, assim, numa nova realidade que se cruza com todas as histórias e personagens que sempre conheceu.

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A Disney sempre se mostrou muito determinada a trabalhar estes contos clássicos, destacando-os mesmo como a sua melhor imagem de marca. Hoje, são os estúdios da Disney que se mostram mais determinados em produzir novas versões das fitas clássicas que produziram no século passado e que percorreram, até aos dias de hoje, todo o mundo.

Neste novo ano destacam-se duas grandes produções da Disney: “Caminhos da Floresta” e “Cinderella”.

“Caminhos da Floresta” é um filme baseado no multipremiado musical “Into the Woods” de Stephen Sondheim (considerado como um dos maiores compositores de musicais), onde os enredos de algumas histórias se cruzam de forma a explorar as consequências dos desejos das personagens. Com a visão de Rob Marshall (realizador de “Chicago”), com a obra de um dos mais conceituados compositores da Broadway e com um elenco de luxo, este promete ser um filme memorável de um género que, ano após ano, tenta recuperar a glória perdida das décadas de 30/40.

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Meryl Streep, a rainha de Hollywood, que está à frente do elenco, interpreta a Bruxa que irá amaldiçoar as personagens e provocar todo o desenvolvimento da narrativa.

Quando a actriz completou 40 anos de idade foram-lhe oferecidos três papéis de bruxas pois, segundo a mesma, Hollywood considerou-a velha. No entanto, a actriz com o record de nomeações  para os Óscares voltou a aceitar interpretar a protagonista de um musical, depois do êxito de 2008 “Mamma Mia!”.

Uma das narrativas é a do Padeiro e a sua mulher, interpretados por James Corden e Emily Blunt, respectivamente, que conseguem obter uma vaca branca como o leite, uma capa vermelha como sangue, cabelo dourado como o milho e um sapato de ouro puro, materiais que lhes são exigidos pela personagem de Streep para que esta rejuvenesça.

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Um dos objectos que o casal tem que procurar é um sapato de ouro puro, que irão roubar a Cinderella, interpretada por Anna Kendrick. Este é um aspecto que vai ao encontro da versão original de Cinderella onde o sapato é feito de ouro e não de cristal, como veio a ser difundido mundialmente. Clica aqui para ouvires a interpretação de Anna Kendrick do tema “On the Steps of the Palace”.

À princesa que perde o sapato juntam-se personagens como Capuchinho Vermelho, interpretada por Lilla Crawford, João Pé-de-Feijão, interpretado por Daniel Huttlestlone, ou Rapunzel, interpretada por MacKenzie Mauzy.

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Um dos grandes desafios desta produção foi humanizar e amenizar a perversidade presente na personagem de Johnny Depp, que também já entrou em filmes do género musical como “Sweeney Todd”, de Tim Burton, que existia na versão original do musical do temível Lobo-Mau de Capuchinho Vermelho.

Este filme estreou em Portugal no passado dia 1 de Janeiro e a ESCSMAGAZINE irá apresentar em breve a sua crítica relativamente à longa-metragem.

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No que diz respeito a “Cinderella”, a nova versão que a Disney apresenta do clássico, em Março deste ano, apresenta Lilly James a interpretar a protagonista Ella, juntamente com Cate Blanchett e Helena Bonham Carter, que interpretam a madrasta e a fada-madrinha, respectivamente.

Clica aqui para veres o trailer desta produção que a ESCSMAGAZINE irá acompanhar nos próximos meses.

Estas são duas produções que através dos contos clássicos pretendem mostrar novas visões e interpretações das histórias e personagens que todos conhecemos. Será esta uma forma de continuar a introduzir valores e moral aos espectadores ou é apenas uma escassez de ideias originais para criar novas histórias originais?

AUTORIA

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Jaime Lourenço nasceu em 1993 e estuda Jornalismo. Desde muito cedo que adquiriu o gosto pela escrita e pelo universo do jornalismo. Aos 12 anos publicou o seu primeiro artigo no jornal Gazeta Escolar e passou a exercer funções no mesmo jornal. A partir daí o seu gosto pelo mundo dos media foi crescendo bem como a sua capacidade criativa e de redacção. É licenciado em Relações Públicas e Comunicação Empresarial pela Escola Superior de Comunicação Social. Actualmente além de estar a frequentar o Mestrado de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, é apresentador do programa de televisão E2 e tem participado em vários projectos e formações profissionais relacionadas com os Media. Em Maio de 2014 publicou o primeiro livro da sua autoria.