Música

Queremos tudo, agora, e outra vez.

Os Arcade Fire trouxeram à arena do Campo Pequeno, em Lisboa, o seu mais recente álbum “Everything Now”. Uma noite eletrizante, onde Win Butler e companhia passaram por todos os discos, naquele que foi o primeiro concerto da banda em Portugal em nome próprio.

Uma noite amena, uma bebida na mão e a excitação de ir ver os Arcade Fire. Nada mau para uma segunda-feira.

As portas do Campo Pequeno em Lisboa, abriram perto das 19h, os Preservation Hall Jazz Band – que acompanham a banda nesta tour – começaram a tocar perto das 20h, um jazz mexido que deu para bater o pé ao som do ritmo.

Depois de alguns minutos de espera para preparar o palco eis que chegara o momento que moveu todas aquelas pessoas ao Campo Pequeno. Era altura do combate da noite.

Apresentados como se de lutadores se tratassem, a banda aparece de um dos cantos, e vai-se dirigindo ao palco 360º montado no meio do recinto.

O single “Everything Now”, do álbum com o mesmo nome, dá início à festa. O primeiro “nah nah nah nah nah” da noite. Mas não ia ser o único, bem longe disso aliás.

De seguida, em “Rebellion (Lies)”, Will Butler (teclado) sai do palco e sobe a um dos postes da iluminação, sempre a bater com o tambor que o acompanha.

Chega “Here Comes The Night Time” e é tempo de dança e de alguma (pouca) calma, para aguentar o que vinha a seguir. “No Cars Go” leva ao primeiro momento de êxtase, com o público a cantar em uníssono “We know a place where no planes go/ we know a place where no ships go / No cars go!“.

Público este que cantou e dançou do princípio ao fim, repetiu refrões já findadas as músicas e entoou “oh oh’s” e “nah nah’s” a plenos pulmões.

“The Suburbs” levou a mais um coro coletivo, e “Ready To Start” a mais uma explosão de alegria. As bolas de espelho em “Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)” transformaram o Campo Pequeno numa pista de dança, e assim se mantiveram em “Reflektor” e “Afterlife”.

No final de “Neighbourhood #3 (Power Out)”, a banda sai e despede-se. Mas, como é óbvio, voltam para um encore que começa com Win Butler (vocalista) numa plataforma em cima de uma das portas de acesso – plataforma essa que já tinha sido estreada por Régine Chassagne (vocais, bateria, acordeão) em “Electric Blue” e “It’s Never Over (Oh Orpheus)” – a tocar “We Don’t Deserve Love”.

Para terminar com chave de ouro, um dos maiores sucessos da banda – talvez mesmo o maior. “Wake Up” puxou pelas forças de todos os presentes, que mesmo depois de quase duas horas de concerto deram tudo a acompanhar a música e já depois da banda se despedir, a entoar o ritmo do single durante mais alguns minutos.

Numa setlist que agradou a gregos e troianos, os Arcade Fire deram um espetáculo irrepreensível no qual só aqueles que não conseguiram bilhete se arrependem.

Saímos do Campo Pequeno, a noite continua amena, e as palavras mais ouvidas são “brutal”, “muito bom” e outros conjuntos de nomes que não posso escrever aqui – devido a conterem palavrões – mas que transmitem bem o que tinha acabado de acontecer naquela arena.

Na primeira música, Win Butler cantaI need it/ (Everything now!) /I want it”. Já é muito tarde para pedir tudo mais uma vez? Queremos tudo, agora, e outra vez.

AUTORIA

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Estudante de Audiovisual e Multimédia, amante de rádio e viciado em Coca-Cola. Escreve ocasionalmente para aliviar o stress. Só experimentou a ESCS Magazine no 2° ano, mas escreveu, gostou e ficou por cá.