Opinião

Afinal, o PAN é carne ou peixe?

Fonte: Mundo dos Animais.

No programa de Ricardo Araújo Pereira – Gente que não sabe estar -, este brinca com o facto de o Partido Pessoas-Animais-Natureza não se rever em nenhuma ideologia: nem à direita, nem à esquerda. Pois, na verdade, na hora de votar, o partido “não é carne nem peixe”. A questão é: será isto algo criticável? Entendo que desse para fazer vários jogos de palavras giros, pois para o comediante não há limites no que toca a comédia.

Mas num mundo sério e real, fora de brincadeiras, André Silva refere isto mesmo – “as nossas medidas são transversais a todas as pessoas, a pessoas que são de esquerda e que são de direita” – e eu, sinceramente, não entendo o que de errado se retira disto.

Os apoiantes do PSD não podem ter cães? Gatos, tartarugas, piriquitos? Será que tratam os seus animais pior do que os apoiantes do BE?

Os apoiantes do CDS-PP não podem ser contra o plástico? A favor de salvar o nosso ambiente? Será que essas medidas só fazem sentido para os apoiantes do PCP?

Se calhar os esquerdistas têm uma sensibilidade mais apurada para esse género de propostas, sim. Mas concordo com o deputado único (agora já não) deste partido: isso não significa que tenham de se intitular mais de esquerda ou mais de direita, apenas porque algumas das suas medidas sensibilizam mais uns do que outros. Porque se assim fosse? Pois, se assim fosse, em relação ao Partido “Chega” de André Ventura, aparentemente de extrema-direita, também se poderia dizer que tem medidas que apelam e, literalmente, chegam aos extremistas de esquerda.

Mas afinal, o PAN é carne ou peixe? Sendo um partido de caudas, eu concordaria com Ricardo e diria que há de ser é vegan. Escrevi caudas? Queria dizer causas.

Artigo revisto por: Carolina Cacito