Moçambique. Oposição pede a anulação e repetição das eleições
A Renamo apresentou um pedido este sábado para a repetição das eleições em Moçambique. A oposição fala em fraude eleitoral e em atos de violência. Estas eleições decorrem dois meses após a assinatura de um acordo de paz.
O secretário-geral da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), André Magibire, apresentou um pedido este sábado para a repetição das eleições presidenciais. Em conferência de imprensa, o principal partido da oposição afirmou que houve fraude eleitoral a favor da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique). A Renamo garante também que o acordo de paz entre ambos foi violado.
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) também rejeita os resultados. A terceira força política afirma que estas eleições foram as “mais violentas da história do país” e que houve fraude eleitoral.
Ambos os partidos da oposição consideram que houve várias irregularidades durante o ato eleitoral. Violência contra delegados dos partidos, enchimento de urnas a favor da Frelimo e existência de boletins pré-preenchidos são algumas das acusações sobre estas eleições.
A contagem dos votos ainda decorre, mas os resultados até agora beneficiam Filipe Nyusi, candidato da Frelimo. Os seus 68,85% dos votos dão-lhe uma grande vantagem em relação aos 26,2% do seu principal opositor, Osuffo Momade, da Renamo.
A Renamo e a Frelimo assinaram um acordo de paz em agosto deste ano. Desde o final da década de 1970 que ambas as partes têm violentas divergências. A guerra civil que durou 16 anos terminou em 1992, mas os partidos já voltaram a envolver-se em confrontos. Entre 2013 e 2016, a Renamo e a Frelimo voltaram a pegar nas armas.
O acordo de paz assinado em agosto tinha como objetivo acabar com as hostilidades e permitir uma paz duradoura. Estas eleições eram vistas como o primeiro teste a esse acordo.
Artigo revisto por Ana Rita Sebastião.