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3 séries que não deviam ter sido canceladas

O artigo que vos trago este mês expressa a minha indignação relativamente ao cancelamento destas séries. Todas tinham potencial para continuar e todas me despertaram aquele sentimento de querer saber o que vai acontecer a seguir. Acho que esse é que foi o problema, isto é, aquilo que me deixou chateada com o facto de terem terminado, porque ficarei sempre no escuro em relação ao seu desfecho. E admitam: ninguém gosta de ficar no escuro em relação a nada.

As séries que vos trago são três: The Society, MindHunter e Spinning out.

The Society

Fonte: Elle

The Society contava a história de um grupo de adolescentes que vivia na cidade de West Harm, em Connecticut, e que, num dia aparentemente normal, ao retornarem de uma viagem, são teletransportados para uma cópia da cidade. Não sabem onde estão os seus pais e veem-se completamente sós e perdidos naquela que devia ser a sua casa. Começam a perceber que vão ter de instaurar regras, superar diferenças e, de certa forma, criar uma nova sociedade. No entanto, nunca deixando de procurar por uma solução e nunca deixando de tentar voltar para casa.

Esta série só teve uma temporada e foi o suficiente para me deixar completamente conectada às personagens e ao drama que ia surgindo a cada episódio. Foi cancelada numa fase em que começaria o caminho para as respostas e para a descoberta de soluções.

A série estava a ser transmitida na Netflix e foi cancelada no dia 21 de agosto deste ano. Os motivos para o cancelamento foram o novo coronavírus, que atrasou as gravações, e o roteiro, que ainda não estava terminado.

MindHunter

Fonte: Readup

MindHunter era uma série que nos dava aulas de psicologia criminal e que nos transportava para esse universo mais profundo do crime. Esta série acompanhava dois agentes do FBI, Holden Ford (interpretado por Jonathan Groff) e Bill Tench (interpretado por Holt McCallany), em entrevistas a vários serial killers. O objetivo destas entrevistas era tentar entender como é que estes criminosos pensam, para depois poderem aplicar estes conhecimentos nos casos que iam decorrendo em paralelo com as entrevistas.

Esta série era muito interessante, porque era diferente de todas as séries criminais. Era interessante conhecermos este lado mais psicológico e não apenas ver os crimes e as rápidas resoluções dos mesmos. O que me deixou mais chateada com o cancelamento desta série foi o facto de nunca termos vindo a descobrir quem é o homem que aparece em todos os episódios, nos primeiros minutos, e se ele vai realmente cometer um crime ou se vão conseguir travá-lo.

O motivo para o cancelamento desta série foi a falta de espetadores, tornando-se demasiado cara e dispendiosa, segundo o criador, David Fincher. 

Spinning Out

Fonte: The Nerd Daily

Spinning Out contava-nos a história de Kat Baker (interpretada por Kaya Scodelario), uma patinadora do gelo que vê o seu sonho ruir depois de uma queda traumatizante em competição. No entanto, Kat tentou voltar às competições, mas agora acompanhada por um parceiro. O problema é que a personagem vai ter de aprender a lidar com a doença mental que tem e que a deixa tão envergonhada e temerosa: a bipolaridade.

O que me deixou interessada nesta série foi a forma como a doença mental é tratada e abordada. É retratada de uma forma real, porque as pessoas com doenças mentais têm medo de partilhar que as têm, com medo de serem taxados “maluquinhos”. Kat tinha esse medo, medo de ver o seu sonho escorrer pelos dedos. Isso deixou-me conectada à personagem principal. Para além disso, a série tinha muito mais para dar. Quem viu e gostou da série obviamente queria saber o que ia acontecer depois daquela competição e ver a forma como Kat iria lidar com a bipolaridade, agora exposta a toda a gente.

Mas parece que não vamos poder saber nada dessas coisas, uma vez que a série foi cancelada na sequência da implementação de um novo sistema da Netflix,que avalia mensalmente o número de visualizações, a possibilidade de serem premiadas, assim como os custos de produção.

Como disse no início, todas as séries que mencionei tinham potencial para continuar e para nos dar mais. Não vos vou aconselhar a ver estas séries, porque não quero que fiquem com o mesmo sentimento com que eu fiquei. No entanto, se não te importas e se consegues lidar bem com a indignação e com uma curiosidade que nunca será suprimida, vai em frente. 

Artigo revisto por Ana Roquete

Fonte da foto de capa: ADSLZone