O esforço para a Perfeição nas Redes Sociais
O “perfeito” é o que mostra as redes sociais. O esforço que milhares de pessoas fazem para publicar a melhor fotografia delas, nos melhores outfits, os melhores ângulos, a melhor pose nos melhores sítios remete para o quão falsas são as redes sociais.
Em pleno 2021, na situação em que nos encontramos e com a utilização excessiva dos instrumentos eletrónicos, o foco são as redes sociais. Fotografias, vídeos, Reels e Posts. Milhares destes conteúdos são publicados diariamente e passam pelos nossos olhos em múltiplas plataformas. Os likes que damos definem a nossa definição de perfeição e beleza, mas também nos levam para uma comparação interna face às pessoas do outro lado do ecrã, influenciando de forma negativa o nosso estado de espírito e saúde mental. No entanto, temos de ter em conta que os diferentes modelos e influencers que escolhemos seguir nas redes têm o papel e profissão de demonstrar “o perfeito” nas suas plataformas. Estas são uma forma de entretenimento, mas também de definição do “novo bonito” que se tem vindo a alterar e que positivamente valoriza as diferenças que definem cada indivíduo.
Esta visão de termos de ser todos de uma certa altura e peso e de possuir certas feições levam muitos a não apreciar o seu natural, modificando-o para conseguir ser aceite pela “comunidade online”. Podemos compreender que o corpo é um fator muito importante para a construção da identidade do indivíduo e para interação dos grupos sociais. O corpo não é só produto, porém é tratado como tal, pois a virtude e os valores humanos são ignorados perante o aspeto externo, onde os centímetros de bíceps, de cinturas, de coxas, de nádegas se tornam objetos de autoafirmação. Uma pessoa não se pode definir pelo seu aspeto exterior apenas. Contudo, é o que faz fama, likes e atração.
A quantidade de perfis falsos existentes, a quantidade de manipulação em cada foto, os retoques para diminuir as manchas, as estrias, a acne… tudo pela perfeição. Estes aspetos acabam por ser criticados quando são utilizados de forma excessiva e são designados de “catfish”, mas não podemos julgar quem o faz, pois nós mesmos ansiamos por ter a mesma aparência.
Com isto pergunto: publicamos para deixar esses momentos memoráveis e porque gostamos ou porque queremos que os outros gostem? É realmente necessário ter uma foto com os ângulos adequados e um sorriso forçado por likes para te satisfazer? Ou uma melhor saúde mental para te sentires melhor contigo próprio?
Esta equiparação que fazes contigo próprio às pessoas perfeitas da Internet, sem a perceção de que as mesmas utilizam inúmeras formas para serem perfeitas, leva-te a equiparares-te a algo falso, inexistente, remetendo-te para aquele estado de espírito e perceção de que nunca serás tão perfeito quanto elas e rebaixas-te. A saúde mental deverá ser a primeira coisa com que se devem preocupar, obtendo a verdadeira felicidade, não devido à quantidade de likes, reposts e popularidade que consegues. Porque, tal como tu apenas dás um like nas milhares de fotos que vês por dia e não as valorizas, é da mesma forma que a tua foto será avaliada. Apenas só mais uma.
Fontes consultadas: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0693.pdf e O uso social do corpo. A busca do corpo perfeito para a integração na sociedade (efdeportes.com)
Imagem de capa: cloudwaysapps.com
Artigo revisto por Ana Sofia Cunha
AUTORIA
Olá, o meu nome é Érica Nunes e estou no primeiro ano da licenciatura de Relações Públicas e Comunicação Empresarial na ESCS. Esta foi a minha segunda opção, por isso encontro-me um bocado indecisa e sem rumo devido a ser um curso com alta variedade de saídas, porém decidi arriscar e ver o que me traz o futuro neste mercado de trabalho.
Entrei para a MAGAZINE devido a querer experimentar novas áreas e claro todos os núcleos serão uma vantagem no currículo no futuro, contudo sempre quis experienciar este ambiente do que é uma revista. Neste momento estou a redigir artigos para a secção de Moda e Lifestyle da mesma, sendo uma área que me desperta interesse e espero ingressar no futuro e dá-me a oportunidade de escrever os meus pensamentos e analisar outros artigos sobre a área que mais me fascina.