Desporto

Leão vacinado: Sporting vence na Luz e regista 12 vitórias seguidas

Após uma semana na qual até o adiamento do jogo esteve em cima da mesa, o Sporting mostrou-se capaz de ser competitivo mesmo sem algumas peças-chave. Para além do mérito do campeão nacional nesta vitória por 3-1, também se destaca alguma desorganização do lado do Benfica. Isto provocou o desagrado dos adeptos, que até mostraram lenços brancos ao treinador Jorge Jesus.

Fonte: O Jogo

Planos iniciais

Nenhuma das equipas surpreendeu na escolha das formações e dos onzes.

O Benfica alinhou no seu já habitual 1-3-4-3. A ideia de Jorge Jesus era algo semelhante àquela que teve frente ao Barcelona em casa: explorar a profundidade através da velocidade dos avançados e ameaçar o espaço central à frente da defesa do Sporting com os rasgos interiores de Everton e Rafa. Estando a par da capacidade defensiva do Sporting, o Benfica também atacava com muitos elementos, mutando para um 1-3-2-5 em momento ofensivo.

O Sporting também alinhou num 1-3-4-3, como já é costume. Rúben Amorim foi fiel a si próprio, apostando na transição ofensiva como a sua principal arma. Pote e Sarabia estavam sempre prontos a explorar as costas dos encarnados, enquanto Porro, o lateral dos leões com maior chegada ofensiva, também estava sempre atento nos momentos de contra-ataque.

Fonte: Sofascore

Em jogo

Logo ao princípio do encontro, o Sporting deixou claro que o jogo ia ser muito físico a meio-campo, não dando qualquer espaço aos encarnados para construírem pelo centro. Arrastaram o jogo para as alas, obrigando o Benfica a jogar por cruzamentos. Como não tinham nenhuma referência fixa na área, tornou-se praticamente impossível a criação de oportunidades.

O Sporting também baixou as linhas de pressão de forma a que o Benfica não conseguisse explorar a profundidade com o trio da frente. Resultou na perfeição. Nas poucas vezes em que Darwin conseguiu algum espaço nas costas foi rapidamente impedido por Matheus Reis ou Gonçalo Inácio.

Já o Benfica, mesmo conhecendo o principal ponto forte do rival, concedia muito espaço no momento de transição defensiva. Neste aspeto, André Almeida e Grimaldo deixaram muito a desejar. E só piorou quando, na segunda parte, Everton passou para ala direito. Assim, surgem os quatro golos do Sporting (tendo sido anulado o primeiro de Paulinho). No golo de Sarabia, as combinações de Porro com Pote afastam facilmente os adversários encarnados. O médio de Vidago, tendo muito espaço entrelinhas, também contou com algum tempo para concluir uma bela assistência para o espanhol.

Fonte: Sapo Desporto

Neste momento de transições ofensivas, houve um jogador do Sporting que se destacou claramente: Matheus Nunes. Foi uma autêntica masterclass de como ser um médio box-to-box. O luso-brasileiro contou com: um golo, uma assistência, um passe de rutura, cinco conduções de bola, três faltas sofridas, três recuperações de bola no meio-campo adversário, etc. (via GoalPoint.pt). O golo válido de Paulinho tem muito mérito do médio e o terceiro golo do Sporting é um trabalho praticamente individual.

Para a segunda parte, Jorge Jesus corrigiu os problemas ofensivos do Benfica fazendo entrar Yaremchuk. Os encarnados, agora com uma referência capaz de arrastar marcações, criaram muito mais perigo no segundo tempo, mas pecaram na concretização. Darwin viu um golo ser anulado; João Mário teve uma boa oportunidade; Rafa teve uma excelente oportunidade; por aí fora. No entanto, ninguém foi capaz de fazer o golo. Só após estarem a perder por 3-0 em casa é que o treinador do Benfica tentou dar mais criatividade ao ataque (com as entradas de Pizzi e Gonçalo Ramos) e corrigir o enorme problema da ala direita (fazendo entrar Gilberto). Conseguiu encostar o adversário às cordas no final do jogo e marcar um golo de consolação através de Pizzi. Porém, não conseguiu o milagre de natal tão necessário na altura.

Fonte: Noticias ao Minuto

Pós-jogo

O Estádio da Luz fez mostrar o seu descontentamento face ao treinador, após uma abordagem algo infantil ao dérbi. Viram-se lenços brancos nas bancadas e pedidos de demissão a serem entoados. Isto gera ainda mais preocupações se tivermos em conta o jogo decisivo que o Benfica terá a meio da semana contra o Dynamo de Kiev, para a Liga dos Campeões.

Entretanto, os jogadores do Sporting iam fazendo a festa com os seus adeptos. Havia uma aura de superação em torno do grupo leonino porque, para além de terem vencido o rival, fizeram-no sem dois elementos muito influentes do plantel: Coates e Palhinha.

O dérbi deixou o Porto e o Sporting mais isolados no primeiro lugar, contando agora com quatro pontos de avanço face ao Benfica, que se encontra no terceiro posto.

Foto de capa: Observador

Artigo revisto por João Nuno Sousa

AUTORIA

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Apaixonada pela escrita, a Heloísa acredita que, em sua nada humilde opinião, as palavras são a nossa inesgotável fonte de magia. Através da sua escrita inspirada, ela traz à magazine a fusão daquilo que considera ser a sua paixão: comunicação e informação.