A DCEU e o novo The Batman
Com o lançamento, no dia 3 de março, do novo filme The Batman, agora protagonizado por Robert Pattinson, muitos ficaram confusos com a forma como se encaixa o filme de Matt Reeves no universo cinematográfico e com o porquê de este não fazer parte do Universo que vem sendo construído pela DC.
Muitas pessoas correram para os cinemas para ver a nova versão do clássico, que já teve o protagonista interpretado por diversos atores. O último, Ben Affleck, assumiu o papel nos filmes: Batman Vs. Superman: Dawn Of Justice (2016); Suicide Squad (2016) e Justice League (2017).
Além das diversas versões do super-herói, o clássico também traz na sua história um dos melhores e mais icónicos vilões de todo o mundo cinematográfico: o Joker, que com certeza se tornou um dos antagonistas que mais amamos odiar.
A DC, sempre muito controversa com as suas produções para os cinemas, principalmente quando comparada à sua concorrente direta, tem tentado estabelecer um padrão de maior qualidade nos últimos anos e até teve sucesso em alguns lançamentos, como o incrível Wonder Woman, de 2017. No entanto, também falhou em outros, como o péssimo Wonder Woman 1984, de 2020.
The Batman fora da DCEU e o futuro da personagem
Inicialmente, o filme iria contar com a participação de Ben Affleck no papel principal, mas diferenças criativas fizeram com que este recusasse o papel, pois não concordava com a ideia de trazer um Batman mais jovem para as telas.
Após Ben Affleck abandonar a personagem, o diretor Matt Reeves encontrou uma oportunidade para explorar uma nova faceta do herói e, com a contratação de Pattinson, a longa-metragem entrega um Bruce Wayne repaginado e mais sombrio.
Por estar no início da sua jornada, onde ainda se denomina “vingança” e oscila entre o sentimento de revolta contra a cidade e a vontade de salvá-la, o Batman deste filme não possui tanta influência sobre Gotham. A sua identidade e as suas verdadeiras intenções permanecem um mistério para a cidade.
O filme poupa-nos de ver de novo a cena em que Bruce perde os pais, focando mais em toda a situação após a morte dos Wayne’s, e relembra-nos do grande detetive escondido por detrás da máscara de morcego que trabalha em conjunto (e contra) a força policial. Batman também chega a formar aliança com a personagem de Zoe Kravitz, que, assim como Bruce, ainda se encontra no início de carreira (tanto que, neste filme, a mesma não chega a ser denominada de CatWoman). Os dois apresentam bastante química e funcionam bem lado a lado.
O vilão principal, Riddler, é bem explorado. Ao longo da história também aparecem outros antagonistas interessantes, mas que tornam o percurso bastante extenso.
Os filmes que fazem parte da DCEU
Como já sabemos, a data de estreia dos filmes não implica com a ordem cronológica dos acontecimentos. O evento de um filme é referido e construído em função de outro, o que cria narrativas e personagens que interagem entre si.
Tudo começa com Wonder Woman. Protagonizado por Gal Gadot, este filme, situado em 1918, antecipa os eventos de todos os filmes. apresenta ao público a criação das Amazonas, guerreiras criadas por Zeus, e acompanha a vida das mulheres isoladas na ilha de Themyscira. Tudo muda quando o piloto estadunidense Steve Trevor cai na ilha durante a Primeira Guerra Mundial. Depois disso, Diana, a Mulher Maravilha, acompanha o capitão para Londres onde se passa a maior parte da trama.
Na sequência, Wonder Woman 1984 é o próximo filme da ordem. Ocorre 66 anos após os eventos do primeiro filme e acompanha a mulher maravilha enquanto esta procura viver a vida desejada, depois do fim trágico da primeira parte, quando uma nova vilã surge inesperadamente. A sequência de Wonder Woman é, infelizmente, muito mais fraca, principalmente para aqueles que adoram a heroína e ansiavam pelo seu regresso às telas (vulgo eu).
O próximo protagonista é Henry Cavill, que interpreta o Superman em Man Of Steel. Este filme, apesar de ser o terceiro cronologicamente, foi o primeiro desta lista a estrear. Acompanha o jovem Kal-El no início da sua jornada como super-herói enquanto procura a sua identidade própria. Batman v Superman: Dawn of justice começa cerca de 18 meses após os acontecimentos do filme anterior e reconstrói o fim de Man of Steel – agora da perspetiva de Bruce Wayne (Ben Affleck) – e as suas consequências. O filme explora o rancor alimentado por Batman contra o Superman. Também conta com a participação da Wonder Woman.
Um ano após os eventos de Batman v Superman, ocorrem os acontecimentos de Suicide Squad. O filme foi lançado sob grande expetativa e traz para o cinema alguns dos vilões mais icónicos da DC: Harley Quinn (Margot Robbie); Boomerang (Jai Courtney); Killer Croc (Adewale Akinnuoye-Agbaje); Diablo (Jay Hernandez) e Rick Flag (Joel Kinnaman). Estes são obrigados a embarcar numa missão para salvar a humanidade, ao mesmo tempo que Joker (Jared Leto) vai atrás do seu grande amor, Harley Quinn. Apesar da trilha sonora incrível e de uma grande atuação, principalmente, por parte de Margot Robbie, o resultado foi uma chuva de críticas.
Justice League vem logo a seguir e acompanha a união de Batman, Wonder Woman, Aquaman (Jason Momoa), Cyborg (Ray Fisher) e The Flash (Ezra Miller) – enquanto tentam salvar o planeta. Com a péssima resposta à estreia do filme em 2017, foi lançada uma nova versão, após diversas campanhas e petições online feitas pelos fãs para que fosse lançado Justice League – Snyder Cut (a nova versão). Este possui agora quatro horas, mas, ainda assim, deixa a desejar.
O filme solo do Aquaman contém a história de origem do herói e a sua luta para proteger o seu próprio reino marinho. Apesar de não ser um filme “cinco estrelas”, é bastante bom. Shazam’ também é um filme solo que introduz a personagem. É bastante desligado do universo construído até então e acontece durante a época natalícia de 2018. É um filme divertido e o herói é carismático.
Quatro anos depois de Suicide Squad, dá-se a história de Birds of Prey. O filme é todo protagonizado e narrado por Harley Quinn, depois de se separar de Joker e juntar-se a uma nova equipa de anti-heroínas. A este ponto, a DCEU já se encontra perante um momento de certa confusão por parte do público acerca da direção que o projeto iria ganhar. Os filmes tornam-se cada vez mais desligados uns dos outros, tanto que quase não se faz referências às ações de Harley no primeiro Suicide Squad.
Por último, The Suicide Squad passa-se num tempo indeterminado, após o primeiro Suicide Squad e Birds of Prey. Harley Quinn volta a estar presa e ganha uma nova equipa de supervilões para as tais missões suicidas.
Para 2022, a DC tem agendadas várias estreias. Creio que um grande destaque irá ser The Flash, protagonizado por Ezra Miller, que chega aos cinemas no dia 22 de novembro deste ano. Este volta a contar com Ben Affleck como Batman e ainda com Michael Keaton numa outra versão do mesmo.
Ficamos à espera para saber como a DC vai dar continuidade ao seu complexo universo estendido.
Fonte da capa: Rádio Comercial
Revisto por Ana Beatriz Cardoso
AUTORIA
Natural de Cabo Verde, os dias de sol e praia são os seus preferidos. Mesmo assim, adora ficar em casa a aperfeiçoar a arte da cozinha improvisada. Está constantemente a descobrir uma nova versão de si e, por isso, possui uma coleção de hobbies que já não pratica e habilidades aleatórias que adquiriu com o passar do tempo. Os seus interesses variam entre as artes, história e psicologia, e é uma consumidora entusiasta de podcasts e documentários criminais. Numa busca pelo seu lugar no mundo, encontrou conforto em audiovisual e multimédia e tem certeza que a vida guarda grandes oportunidades pela frente.