Da esperança à desilusão: a época desastrosa do Manchester United
O Manchester United, histórico clube inglês adorado por muitos, e considerado (por muitos, também) o maior clube de Inglaterra, a par do eterno rival Liverpool, teve (mais) uma época para esquecer.
No início da temporada 2021/2022, já com o alívio de algumas restrições ao nível da lotação dos estádios, poderíamos pensar que estaria tudo a voltar ao normal. Os adeptos do Manchester United que o digam. A época, que já terminou para alguns, e para outros nem tanto, trouxe muita esperança ao Teatro dos Sonhos, nome pelo qual é conhecido o estádio do clube inglês, Old Trafford.
O clube inglês nos últimos anos tem passado por uma crise de identidade sem precedentes, principalmente desde a saída de Sir Alex Ferguson, em 2012, que curiosamente foi a última vez que os Red Devils venceram a Premier League.
A temporada 2021/2022 foi pensada com o objetivo de o Manchester United voltar àquilo que habituou os seus adeptos e simpatizantes durante muitos anos, ou, pelo menos, de modo que a equipa lutasse por títulos. A abordagem que o clube adotou no mercado de transferências de verão fazia pensar que a seca de títulos em Old Trafford poderia ter terminado. Com a vinda de Jadon Sancho, oriundo do Borussia Dortmund, de Raphaël Varane, contratado ao Real Madrid, e do regresso do avançado português, Cristiano Ronaldo, 13 anos depois de ter saído, oriundo da Juventus, o clube teria possibilidades de atingir o patamar competitivo que os rivais mais diretos, Manchester City e Liverpool, têm.
Contudo, estas contratações, e alguns ajustes feitos ao plantel a nível tático, não tiveram os resultados esperados.
A campanha dos Red Devils na liga inglesa até começou bem, com quatro vitórias e um empate nas primeiras cinco jornadas, até à primeira derrota, contra o Aston Villa.
Já na Liga dos Campeões, o Manchester United começou a sua campanha com uma derrota por 2-1 em casa do Young Boys, clube suíço. O futebol apresentado pela equipa, que na altura era orientada por Ole Gunnar Solskjær, era previsível, sem imaginação e muito à volta do poderio ofensivo e dos golos de Cristiano Ronaldo. Foram muitos os jogos em que o português “salvou” o Manchester United de derrotas, principalmente na Liga dos Campeões, nos embates contra o Villarreal e contra a Atalanta, ainda na fase de grupos da liga milionária.
O Manchester United teve, esta época, a mesma instabilidade que detém há já alguns anos. Muitas polémicas no balneário, devido à utilização de jogadores que comprometem a equipa, destaque-se, destes, o central Harry Maguire e o caso de Paul Pogba, que estava num impasse quanto à renovação de contrato. Junta-se a isto o aparente mau estar de Cavani com a vinda de Ronaldo, visto que a direção do clube inglês garantiu ao avançado uruguaio, aquando da sua renovação de contrato, que não iriam contratar nenhum ponta de lança, de modo a que o agora camisa 21 pudesse jogar com maior regularidade.
A crise do Manchester United atingiu outro patamar aquando do despedimento de Solskjær. O norueguês, que orientava a equipa desde a saída de José Mourinho, em 2018, esteve, muitas vezes, na porta de saída do clube, devido às fracas exibições do clube. Foi substituído por Ralf Rangnick, que se estreou com uma vitória por 1-0 sobre o Crystal Palace.
O treinador alemão não conseguiu fazer com que os Red Devils melhorassem as suas performances nos jogos. O futebol praticado continuará a ser pobre, pouco eficaz e muito dependente dos rasgos individuais das suas estrelas: Sancho, Ronaldo e Bruno Fernandes. A crise de resultados e de confiança foi aumentando, bem como a contestação dos adeptos do clube.
A equipa de Old Trafford terminou a época no sexto lugar da Premier League, lugar esse que não dá acesso à Liga dos Campeões, mas sim à Liga Europa, e, mais uma vez, sem qualquer título. Muitos apontam que a época 2021/2022 foi a pior época do Manchester United desde os anos 90. A desilusão é bem saliente nos adeptos, nos jogadores e em toda a estrutura.
Erik Ten Hag, treinador neerlandês, foi contratado ao Ajax para dirigir o clube inglês na próxima época. Veremos quais são os resultados disso, mas a vinda do treinador holandês demonstra que a direção dos Red Devils pretende mudar o rumo dos acontecimentos.
Fonte da capa: Zambian Sports
Artigo revisto por Inês Pinto
AUTORIA
O Milton é a pessoa mais bem-humorada que alguma vez poderão conhecer, e é verdade, estou sempre bem-disposto. Quando era pequeno, o meu maior sonho era ser DJ e piloto de Fórmula 1, hoje já não é bem assim. O meu passatempo preferido é tweetar sobre tudo e mais alguma coisa, sendo que na maioria das vezes é sobre futebol.