O Passado é a Nova Banda Sonora do Presente – Os Viral Hits de 2022
O ano de 2022 está prestes a terminar e uma coisa é certa: (quase) todos nós vibrámos ao som de uma música do século XX que se tornou viral na internet.
Foi graças a aplicações como o TikTok ou séries como Stranger Things que músicas de várias bandas e artistas voltaram a ver a luz da ribalta e se tornaram hits indispensáveis nas playlists da Gen-Z. Um dos principais exemplos é a famosa Running Up That Hill (1985), de Kate Bush, que se tornou um hino para quem viu a 4ª temporada da série Stranger Things, produzida pela Netflix. Esta música bateu recordes nas plataformas digitais, 37 anos depois do seu lançamento. Depois do sucesso na série americana, passou a ser uma das mais solicitadas no TikTok – em apenas uma semana já tinha sido utilizada em 500,000 vídeos diferentes.
Músicas como Master of Puppets, dos Metallica (1986), Pass the Dutchie, dos Musical Youth (1982) ou Psycho Killer, dos Talking Heads (1977), também fazem parte da trilha sonora deste sucesso mundial e passaram a ser reconhecidas pelas camadas mais jovens.
Toda esta popularidade não fica por aqui e não há dúvida de que a culpa se deve em grande parte ao TikTok e ao Instagram, já que ambos possuem a mesma funcionalidade – criação de vídeos. A tendência é fazer vídeos sobre os mais variados temas e adicionar uma música de fundo, que se torna viral por si só ou pelos movimentos de dança que a acompanham. Desde o Pop ao Hip-Hop e R&B ou do Funk ao Rock, são inúmeras as músicas que marcaram a infância e adolescência dos nossos pais e que agora nos fazem pensar: “Eu já ouvi esta música no TikTok”.
Graças à Gen-Z, voltou-se a dançar ao som de Dancing Queen (1976), Mamma Mia (1975) e Angeleyes (1979), dos ABBA, sem esquecer o icónico Stayin’ Alive (1977) e More Than a Woman, dos Bee Gees. Voltou-se a sentir as emoções à flor da pele quando ouvimos Careless Whisper (1984), de George Michael, Just the Two Of Us, (1980) de Grover Washington Jr. e Put Your Head On My Shoulder (1959), de Paul Anka. E quem nunca cantou até ficar sem voz, clássicos como Africa (1982), dos Toto ou Everybody Wants to Rule the World (1985), dos Tears for Fears?
A música é intemporal e desta forma muitas das músicas que já foram hits no passado tendem a ressuscitar através de versões remix ou mash-ups. Outro método também muito utilizado na indústria da música é o uso de samples, ou seja, é a utilização de partes de músicas já existentes (melodias, ritmos, etc) em músicas que estão a ser criadas no momento. Em 2022, dois grandes sucessos da década de 1980 – Super Freak (1981), de Rick James e Never Gonna Give You Up (1987), de Rick Astley foram recuperados através deste método, por artistas como Nicki Minaj, em Super Freaky Girl, e Yung Gravy, em Betty (Get Money).
A verdade é que todos os dias somos confrontados com o poder que a Internet tem de acionar o botão “nostalgia” ou “nova descoberta” do nosso cérebro. Esse processo faz-nos recordar que o passado, por muito longe que esteja, continua a fazer parte da nossa vida.
Fonte da capa: Canva
Artigo revisto por Mariana Nobre
AUTORIA
A Mariana Jerónimo tem 24 anos é aluna do Mestrado em Jornalismo e tem o sonho de produzir e apresentar um programa dedicado à música numa rádio de renome do nosso país. Enquanto isso não acontece, é através da secção de Música que quer dar a conhecer aos leitores o que de melhor há na vida: a Música. Ao mesmo tempo na secção de Desporto escreve sobre outra das suas paixões, a Fórmula 1. A Mariana costuma dizer que as suas maiores qualidades são o seu sentido de humor e o gosto musical: desde o Hip-Hop e R&B, ao Indie, passando pelos Clássicos do Rock e sem esquecer o MPB, ela é o Spotify em pessoa.