Este artigo contém spoilers!

Amor, poder, angústia e amizade são as palavras que usaria para descrever a nova temporada de Young Royals, que estreou no passado dia 1 de novembro. A série sueca da Netflix arregaçou as mangas e preparou uma temporada cheia de emoções complexas, provando, mais uma vez, não só a qualidade da produção e dos atores, mas também de todo o conceito. Temos agora mais um capítulo da história de Wilhelm (Edvin Ryding) e Simon (Omar Rudberg) e não existe nada melhor do que uma excelente banda sonora para acompanhar todo este revolucionário enredo.

Depois do sucesso da música Revolution, do artista sueco Elias, que protagonizou a primeira temporada, também a segunda nos trouxe uma série de novos temas representativos do ponto de vista das personagens. Young Royals é, por isso, o exemplo perfeito de como uma banda sonora consegue impactar uma cena, tornando impossível desviar os olhos (e os ouvidos!) do ecrã.

Desde a primeira temporada que a série segue uma estrutura sonora muito própria: não só tem uma excelente seleção de temas, como introduz o conceito de intro songs (ep.1, Brainfreeze – XVOTO)  e outro songs (ep.3, What That Feel Like – FOUREYES & 5 Alarm), que dinamizam os episódios e lhes conferem uma noção de princípio e fim.

Além da estrutura musical, a segunda temporada apresenta uma variedade de géneros musicais, desde sons mais melancólicos, como o tema Please Don’t Go (April Snow & Elias), a sons eletrónicos, como a música James Dean (Boye & Sigvardt & Electrick Village), que por sua vez dão ênfase às diferentes dinâmicas e emoções sentidas pelas personagens.

Se olharmos para a banda sonora como um todo, conseguimos detetar igualmente uma lógica na escolha das músicas, sendo que a sequência das mesmas conta uma história que progride com o avançar dos episódios.

Trago alguns exemplos de momentos que, para mim, demonstram o impacto que a música pode ter numa cena. A Brainfreeze (XVOTO) é a primeira intro song e o primeiro indício do tom desta nova temporada: é dotada de uma natureza desafiante que vai ao encontro da atitude de Wilhelm, que protagoniza esta cena, e apresenta a personagem de uma forma mais madura em comparação com a primeira temporada.

 “All the voices in my head/Tell them how it went and tell them not to miss mе much”

No Ep. 5, I Want To Be Someone Who’s Loved (Tusse) assume um papel importante na passagem da mensagem através da letra, numa cena em que Wilhelm e Simon entram em conflito. 

“I feel so lost, is it pain that I'm running from?/You don't know what I've been through”.

Ainda neste episódio, Holy (Elias) assinala um momento íntimo entre Wilhelm e Simon – é uma cena emotiva e a escolha desta música complementa-a, como podemos ver pela letra.

“It's my love, you can't take away/You know I'd die for you, and I will stay”

Esta nova temporada foi, decerto, desenhada com toda a atenção aos detalhes e a prova disso está na incrível banda sonora. Para além dos momentos que destaquei, não poderia deixar de referir algumas das músicas que marcaram esta temporada e que são grandes veículos da bonita história que acompanhamos ao longo dos seis episódios.

Em primeiro lugar, Simon’s Song, que junta a voz incrível de Omar Rudberg ao percurso de ambas as personagens (Wilhelm e Simon).

“I was lost before I found my way/What we had and who we were/ I can't forget all the good we shared”; “We've been tested, we had to fight” (traduzido de sueco para inglês)

Em segundo lugar, The Most Beautiful Boy (The Irrepressibles), música oficial do trailer, que, para mim, é “A música” da temporada e também um elemento da banda sonora que faz cair uma lágrima a qualquer um, principalmente pela forma como surge na série. Assinala grandes momentos, como o final do episódio cinco e o final do último episódio da temporada, no qual vemos os protagonistas a afirmarem-se perante os outros.

“And you loved me/I could feel it” 

Em terceiro lugar, o tema Lonely Ones (LOVA), que corresponde a uma cena do episódio três interpretada por Edvin Ryding – que fez um trabalho extraordinário a comunicar emoções, tornando a curta cena numa das mais significativas e poderosas da temporada. 

“This is for the lonely ones/The ones who go to bed and think they got no one”

Por último, menciono a música Overcome (Skott), que faz parte do episódio seis e acompanha, primeiramente, a cena em que Wilhelm tenta consolar Simon e, posteriormente, a cena onde Wilhelm lida sozinho com os resultados de toda a situação. 

“Darkness and dust/Quiet shadows are dancing now”

Esta banda sonora tem de facto um papel essencial nas cenas da série, sendo usada pelas personagens como veículo de comunicação das suas emoções e estados de espírito. Cumpriu o seu papel, deixando um grande desejo por uma próxima temporada com toda uma nova banda sonora que reflita a nova etapa da história de Wilhelm e Simon.

Ouve aqui a Playlist Oficial de Young Royals:

Fonte da capa: NiT

Artigo revisto por Inês Gomes