Editorias, Música

A melodia da evolução

No calor da inovação e da criatividade, a história da música é como uma chama incessante que cresce e se transforma ao longo do tempo. Desde o inesquecível surgimento dos cilindros fonográficos até à era do streaming digital, cada geração testemunhou uma revolução na maneira como consumimos os sons que dão (mais algum) sentido à nossa existência.

Numa era em que a gravação e a posterior reprodução sonora eram termos desconhecidos, o cilindro fonográfico surgiu como um pioneiro. Inventado por Thomas Edison em 1877, permitiu que a voz humana fosse, pela primeira vez, capturada e reproduzida, desafiando as limitações do tempo e espaço. Embora muito frágil e sujeito a diversos contratempos durante o seu surgimento, este artefacto abriu um grande caminho para variadas possibilidades musicais e para a constante evolução do universo das melodias.

Uma década mais tarde, os céus do mundo da música abriram-se ainda mais com a chegada do gramofone, um magnífico dispositivo concebido por Emile Berliner. Substituiu-se, deste modo, os cilindros por discos planos e esta inovação trouxe consigo uma durabilidade aprimorada e uma qualidade de som superior. Este novo dispositivo, não só capturou a música do momento, mas também conseguiu preservá-la para as gerações futuras.

No decorrer do século XX, uma nova estrela musical nasceu: o disco de vinil. Desde os nostálgicos estalos até aos acordes mais vibrantes, o disco de vinil desencadeia sinfonias de prazer auditivo. Os discos em formato plano permaneceram, mas a evolução na qualidade do som foi notável. 

Fonte: Etsy

À medida que o século avançava, novas fronteiras musicais foram alcançadas com o aparecimento do cartucho 8-track e da fita cassete. Essas fitas magnéticas encapsulavam as vozes de uma geração. Agora, algo tinha verdadeiramente mudado: estes novos dispositivos de música tornaram-se portáteis, transformando cada canto do mundo num palco virtual para a expressão artística. No entanto, nenhum avanço foi tão transcendental como o nascimento do CD, que cativou o mundo com a sua promessa de perfeição sonora. Desde a explosão de cores das capas dos álbuns até às possibilidades infinitas de mixes e remixes, o CD foi muito além de um simples dispositivo para consumo de música – foi o símbolo de uma era em transformação.

Enquanto o próximo milénio se aproximava, a música libertou-se das correntes físicas e abraçou o domínio digital, com os MP3 players, as pendrives e os cartões de memória microSD. E assim chegamos à era do streaming, onde a música flui como um rio interminável de notas e ritmos. Dos clássicos intemporais aos mais recentes lançamentos, o streaming convida-nos a mergulhar num oceano de criatividade, onde a próxima música a ser ouvida está apenas a um clique de distância.

A revolução analógica na era digital 

Num século em que a tecnologia e a evolução são duas palavras indispensáveis, uma relíquia volta a surgir: o disco de vinil, cuja autenticidade e singularidade o tornaram intemporal.

O ressurgimento deste formato emerge como uma melodia nostálgica que ecoa através do tempo. Para as gerações mais antigas, o vinil tem um papel muito especial, para além de ser uma boa escolha a nível de qualidade sonora. As memórias ressoam, a nostalgia desencadeia sentimentos de felicidade. O que uma vez foi considerado um formato ultrapassado, escondido nos cantos empoeirados das lojas de discos em segunda mão é, nos dias de hoje, algo imprescindível para muitos. 

Fonte: Pexels

Vários reconhecem-no apenas como um objeto de coleção muito valioso. Outros consideram o seu som mais autêntico, em comparação ao digital (e talvez ainda haja quem apenas não consiga acompanhar a rápida evolução e modernidade). Há, também, quem o utilize por uma questão de estética, apenas como decoração. 

Como um compasso a criar a sua própria circunferência, o disco de vinil oferece uma experiência física e tangível, que não pode ser replicada pela música digital. Enquanto o mundo gira em torno do streaming, o vinil recorda-nos da magia única de tocar e sentir a música. Simboliza, assim, uma conexão humana que transcende qualquer tipo de tecnologia.

Fonte da capa: SIC Notícias

Artigo revisto por Leonor Almeida

AUTORIA

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A arte da comunicação sempre a fascinou. Aluna do primeiro ano de jornalismo, ficou muito entusiasmada ao ver que, ao entrar para a ESCS Magazine, poderia interligar as suas maiores paixões, entre elas a escrita e a música. Interessada pelos diversos géneros musicais, acredita que a música é a forma mais bonita que o ser humano tem para expressar os seus sentimentos. A curiosidade por conhecer melhor o mundo à sua volta e, assim, transmitir esse conhecimento às pessoas ao seu redor, foi o que a cativou para esta área.