“Radical Optimism” – O Álbum de Verão
Foi em maio do presente ano que Dua Lipa lançou o seu terceiro álbum de estúdio, Radical Optimism.
Parada por 4 anos, Dua voltou para suceder o seu grande sucesso, Future Nostalgia, lançado em 2020. Ainda antes do lançamento ou do anúncio deste novo álbum, a cantora marcou presença na banda sonora do filme Barbie, com Dance the Night, uma música disco-pop, feita e perfeita para um mundo cor-de-rosa e abrilhantado. Esta música deixou os fãs com água na boca, dando mesmo uma amostra do que estava para vir.
E se Future Nostalgia trouxe a diversão na discoteca, Radical Optimism traz a diversão na praia. Destina-se menos à cultura rave do que foi publicitado, assemelhando-se muito mais a uma ressaca matinal nas praias de Ibiza, no ano de 2001, a ouvir seja Kylie Minogue, Toploader ou Dido.
A artista descreve o novo álbum como “pop psicadélico”, destacando que “existem pausas musicais e uma mistura de diferentes sons e, quando o ouves com os olhos fechados, abre-se um mundo bastante visual.”. O álbum foi inspirado na autodescoberta de Dua Lipa e vai ao encontro da alegria e felicidade de ter clareza em situações que, em tempos, pareciam difíceis de encarar. Também a Rolling Stone classificou o álbum como “pop bliss”, e chamou a atenção para o facto de ser “único e totalmente Dua Lipa: dance pop confiante.”.
Lipa revelou ter começado a produzir o álbum em 2021, por isso não surpreende, de todo, apresentar uma sonoridade semelhante ao seu disco anterior. Trabalhando com produtores como Kevin Parker, da banda Tame Impala, Danny L Harle, Ian Kirkpatrick ou Andrew Wyatt, o resultado é nada menos que espetacular: um disco divertido onde se apela à celebração da vida.
A cantora abre o disco com End Of An Era, que retrata os benefícios e os primórdios do amor. Logo na introdução, diz «What’s it about a kiss that makes me feel like this? / Makes me an optimist, I guess».
Houdini, o lead single do álbum, lançado em novembro do ano passado, mostra como Dua não se resigna a nenhum homem: «If you’re good enough, you’ll find a way / Maybe you could cause a girl to change her ways».
Sobre These Walls, a cantora revelou, numa entrevista com Zane Lowe para a Apple Music, que teve a ideia para a música ao conseguir sentir a energia de duas pessoas a discutirem numa sala. “Salas capturam coisas e agarram-se a elas. Acho que esta música é um bom exemplo de como abordar o inevitável, é aquela conversa que ninguém realmente quer ter, mas é preciso fazê-lo”, disse.
Em Falling Forever, indiscutivelmente um dos destaques do álbum, a voz de Dua ecoa fortemente no refrão, onde explora os baixos do amor, questionando-se se a sua relação ainda perdura («How long, how long / can we stay like this together?»), mostrando evidentemente, pela letra, que a mesma está a perder força.
A finalizar o álbum temos Happy For You, que tem tudo a ver com maturidade e cura. A faixa onírica e midtempo parece ser uma versão atualizada de “Cool”, de Gwen Stefani.
Já, em junho, começou a sua digressão de verão, «Radical Optimism Summer Tour», que decorreu unicamente na Europa. Portugal foi um dos países sortudos, tendo o concerto decorrido no Passeio Marítimo de Algés, no festival Nos Alive.
Contudo, foi apenas a 12 de setembro que, através do seu Instagram, anunciou uma nova vaga de concertos da digressão, desta vez classificados como fazendo parte da «Radical Optimism Tour», diferentemente à sua «Summer Tour».
Os fãs portugueses ficaram destroçados, dado que Dua voltará a países onde atuou ainda este verão, mas Portugal não foi um dos escolhidos. Mesmo assim, a esperança é a última a morrer, visto que Portugal foi o único país onde todas as canções do álbum se estrearam no Top 100 do Spotify, o que é prova viva do amor à cantora.
Mais recentemente, no dia 17 de outubro, Lipa despiu os seus cabelos avermelhados, caracterizadores desta era, e voltou às suas raízes escuras, para uma atuação íntima e especial na sala de espetáculos Royal Albert Hall, em Londres, onde tocou várias dos seus hits, como Levitating e Don’t Start Now, e as restantes músicas de Radical Optimism previamente não tocadas ao vivo: End Of An Era, Watcha Doing, French Exit, Anything For Love e Maria. Contou ainda com a participação de Elton John, tocando, em conjunto, o seu sucesso, Cold Heart.
Com Radical Optimism, Dua Lipa expande não só os limites daquilo que a música pop pode ser, mas também consolida-se como uma artista multifacetada. Num mundo que oscila constantemente entre o caos e a esperança, Dua escolhe a esperança e convida-nos a fazer o mesmo.
Fonte da Capa: Grammy
Artigo revisto por: Sofia Santos
AUTORIA
O Miguel tem 18 anos, é de Lisboa, e é um rapaz criativo, alegre e empenhado. É um grande amante de moda, música e cinema. Foi uma viagem a Nova Iorque que sedimentou o que queria fazer no ensino superior. Está no primeiro ano da licenciatura de Jornalismo, e, sendo honesto, escrever nunca foi um dos seus grandes hobbies, mas vê a ESCS Magazine como uma oportunidade de crescer, e de se sentir próximo ao que mais lhe interessa em termos de futuro: trabalhar na revista Vogue.