Direitos das Mulheres: O que está a acontecer no mundo?
Devo dizer que é uma vergonha o que se passa no mundo. Retrocedemos para uma realidade com a qual não me identifico, uma realidade em que os nossos avós e as gerações anteriores passaram tanto tempo a consertar.
Pergunto-me o que se passa na mente de alguém para eleger um criminoso para próximo Presidente dos Estados Unidos. Uma eleição que não compreendo, que não me faz sentido, mas suponho que para muitos faz, infelizmente.
Os Direitos das mulheres devem ser protegidos, mas, em vez disso, estão na linha de fogo. Os direitos reprodutivos estão a ser proibidos nos Estados Unidos, o país antes conhecido como “The Land Of Freedom”, que agora está a tornar-se num país onde o medo vive, o que levou muitos americanos a sair do país e a ir viver para a Europa.
No Afeganistão as mulheres estão confinadas a viver com medo. Não podem mostrar as suas caras nem utilizar a sua voz, os seus pais ditam a sua liberdade, mais tarde os seus maridos e, por fim, os seus filhos. Cada um deve ter a sua religião, mas uma religião não deveria tirar os direitos das mulheres, como se de nada se tratasse.
Guerras, racismo, xenofobia, caos, medo, desigualdade, violação dos direitos humanos são todas expressões que descrevem o nosso mundo. É esta a descrição adequada? É esta a representação de povos civilizados?
Vivemos num mundo onde pessoas como Nick Fuertez, um ex-youtuber, atacam publicamente as mulheres. Este comentador político publicou um vídeo na plataforma Tik Tok a dizer, e cito, “Men win again , and yes we control your bodies, your body, my choice”. Liberdade de expressão é algo que sempre defendi, mas é triste ver para que é utilizada. Posteriormente, Nick Fuertez publicou outro vídeo a insistir de que se tratava de uma piada. Uma piada para ganhar fama? Seguidores? Ódio? O grande problema na América é acharem tudo uma “Big Fat Joke”, e, para muitos é disso que se trata, de uma piada, quando existem vidas a serem postas em perigo, mulheres e crianças violadas, indivíduos que não têm direito aos cuidados que precisam, mulheres que não têm escolha. E o mundo ri-se, rebola e não olha para trás.
É da minha opinião que o género não importa. O que faz um bom presidente não é o seu género, mas o seu caráter, os seus princípios e as suas decisões económicas, políticas e sociais. Donald Trump incitou há vários anos um ambiente hostil e, no dia 5 de novembro de 2024, o mesmo foi eleito para não só dar continuidade a esse ambiente, mas como para o intensificar.
Sou apologista da democracia, em que cada um tem as suas opiniões, mas opiniões não incitam violência, opiniões não proíbem, opiniões não criam mortes, medo… Pois bem, estas opiniões estão a fazê-lo.
Os homens votam e decidem que o nosso corpo não é realmente nosso, e que as escolhas relativas a este devem ser feitas pelo governo. No entanto, nunca vi nenhum homem grávido, a criar uma vida dentro de si, com desespero, pois não tem capacidades para cuidar de uma criança; nunca soube de um homem que foi violado, engravidou e não pôde interromper a gravidez. Os homens não têm culpa de não poderem engravidar, mas são responsáveis pelas escolhas que fazem, e um homem que vota contra o aborto é um homem que nunca se tentou pôr na posição de uma mulher. Deve-se saber e muito bem que uma criança, um ser humano, é uma enorme responsabilidade, não uma brincadeira, não um instrumento de trabalho ou apenas uma alma para povoar a terra.
Ações têm consequências e as referentes à eleição de Donald Trump estão prestes a ser conhecidas por todo o mundo. Um mundo em que preferimos qualquer pessoa para presidente, desde que não seja mulher? Mulheres são oprimidas, silenciadas, tapadas, escondidas, maltratadas. Mulheres são também fortes, capazes de grandes feitos, lutadoras resilientes. Um homem nunca teve de lutar pela sua liberdade, nasceu com ela. Porque considerariam um género que conquistou aquilo que tem um género fraco?
Podem-se questionar quem escreveu isto, é “obviamente uma mulher”, dirão. Sim, foi uma mulher que escreveu este artigo, mas espero que, num futuro mais afável do que este em que vivemos, possam ler este artigo e não saberem se foi um homem ou uma mulher que o escreveu, aliás espero que isso nem importe, pois espero não ser limitada apenas por uma definição, mas sim por várias.
Fonte da capa: Pexels
Artigo revisto por Beatriz Mendonça
AUTORIA
A Sara tem 18 anos, e está no primeiro ano de relações públicas e comunicação empresarial, desde pequena que sonha em fazer a diferença no mundo. Tem interesse nas artes, no cinema, no teatro. Sempre quis ter um meio para partilhar das suas opiniões e ajudar a dar uma voz a quem não a tem, no departamento de opinião da ESCS Magazine tem expectativas de se desafiar e expor as suas opiniões para assim também explorar novos mundos. O trabalho de sonho é fazer parte da ONU, algo com o qual sempre sonhou, que lhe permitiria uma ponte de acesso mais facilitada para a população global. Criatividade é o seu grande amigo e a escrita é uma maneira de o fazer transparecer.