Fall so Deeply in Love com a Janet Jackson
Quantas vezes estamos no Tiktok, o pão nosso de cada dia, e nos deparamos com aquela música mesmo fixe, muito upbeat, que, depois de tantos scrolls, não nos sai da cabeça? Pois é, parece que a nossa nova vítima é Janet Jackson.
Recentemente, a artista ficou viral com a canção “Someone to Call My Lover”, o segundo single do seu álbum “All for You”. Lançada em 2001, é uma das faixas mais leves e melódicas da carreira da artista: uma balada pop, quase onírica, com um refrão que fica no ouvido e uma letra que parece saída diretamente do diário de alguém que está à procura de… bem, alguém para amar.
Esta é daquelas músicas em que o uso criativo de samples não só confere uma sonoridade nostálgica à canção, como também demonstra a habilidade de Janet em fundir géneros e épocas diferentes para criar algo completamente novo.
Primeiramente, ao recorrer ao clássico de folk “Ventura Highway”, os primeiros segundos da canção transportam-nos imediatamente para uma ideia de viagem: são 19h22, o sol está a pôr-se, estás no meio do nada com os teus amigos no carro e a única coisa que têm é o CD. Depois, no refrão – embora de forma mais subtil – ouve-se “Gymnopédie No 1”, de Erik Satie, composta em 1888.
Apesar de a temática girar em torno da ausência de um amor, a música não se perde na tristeza. Pelo contrário, há um certo tom otimista, como se a artista soubesse que, mais cedo ou mais tarde, acabará por encontrar essa pessoa especial. É uma canção sobre esperar pelo amor sem nunca perder a fé nele.
E não é drama, nem é solidão. É como aquele suspiro que damos ocasionalmente, quando o coração ainda acredita que há alguém certo por aí. A verdadeira questão é: quem é que nunca se sentiu assim?
No vídeo, Janet vai à rua, vai à discoteca (que mais parece um saloon do faroeste), abre as cortinas… e será que é aí que encontra o verdadeiro amor? Não sei, têm de ir ver para descobrir! Janet faz tudo com tanta leveza e descontração que dá vontade de entrar no ecrã e viver a sua realidade durante um bocadinho.
Nas paradas, “Someone to Call My Lover” teve uma receção calorosa tanto do público como dos críticos. Chegou ao Top 10 da Billboard Hot 100, consolidando-se como um dos maiores êxitos do álbum All for You. A paz da produção contrasta com a energia vibrante do primeiro single, conferindo ao álbum uma sonoridade muito variada.
Mesmo a terminar, e ainda nesta onda, aconselho-vos igualmente a ouvirem o álbum “All for You”. Um disco em que os extremos do caos e da paz se complementam e que, ainda hoje, serve de banda sonora para muitas vidas.
Agora, passados mais de 20 anos, “Someone to Call My Lover” continua a soar como um tema que não envelhece. É leve sem ser fútil, romântico sem ser piegas, e tem aquela aura que só os grandes artistas conseguem ter. Um verdadeiro hino para quem está à procura de alguém especial.
Sejamos sinceros: no fundo, todos queremos ter alguém a quem ligar ao fim do dia, depois da nossa viagem, nem que seja só para dizer “cheguei bem”.
Fonte da Capa: Britannica
Artigo revisto por Leonor Almeida
AUTORIA
O Miguel tem 18 anos, é de Lisboa, e é um rapaz criativo, alegre e empenhado. É um grande amante de moda, música e cinema. Foi uma viagem a Nova Iorque que sedimentou o que queria fazer no ensino superior. Está no primeiro ano da licenciatura de Jornalismo, e, sendo honesto, escrever nunca foi um dos seus grandes hobbies, mas vê a ESCS Magazine como uma oportunidade de crescer, e de se sentir próximo ao que mais lhe interessa em termos de futuro: trabalhar na revista Vogue.