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A 100 à hora… e sem nunca parar!

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Dá pelo nome de Maria Duarte Bello e é uma verdadeira mulher dos 7 ofícios. A professora é dona de uma agenda preenchida e meticulosamente organizada para que consiga conciliar todas as suas paixões em apenas 24h. Escolher apenas uma não é para ela uma opção e, por isso, desdobra-se entre advocacia, comunicação, coaching, ensino superior e não só.

A mulher por detrás do nome
Descreve-se como uma mãe de família, mãe-galinha e gere a sua casa como se fosse uma empresa. Para ela, o lado profissional é a realização daquilo de que mais gosta de fazer. Actualmente, com os seus quatro filhos já adultos, sente que tem a oportunidade de fazer apenas aquilo de que gosta. De sorriso fácil, não se importa de soltar uma piada ou outra mesmo nas suas aulas e é apaixonada pela comunicação; gosta de falar e do contacto com os outros.

É a ensinar as gerações mais novas que mais ganha energia: “É quase egoísta dizer isto, mas o gosto por dar aulas a pessoas mais novas dá-me uma energia que não dão naturalmente as pessoas da minha idade. Os problemas não são tão engraçados. Nos meus alunos vejo jovens cheios de sonhos, divertidos e que vêem o lado bom”. É a partir dos seus alunos que Maria vai ganhando uma energia inesgotável, coisa que muito admira. Quando ensina, aprende também. Não é mulher de ensinar sem querer receber também outros ensinamentos, mesmo que sejam de pessoas mais novas

Para ela, o mais importante é inovar aquilo que já está feito porque, na realidade, hoje em dia já está tudo feito. Tem também espírito de empresária e se tivesse de abrir uma loja, esta seria de “coisas inúteis, mas giras”. Um exemplo dessas coisas são as loiças de porcelana para casas de bonecas. Estas miniaturas são um hobby enquanto não arranja tempo para a decoração, um desejo que nutre. A estética e a beleza das coisas fazem-na sorrir.

Perante tantas vertentes profissionais, muitas pessoas poderiam escolher uma, mas não é o caso desta mulher que faz aquilo que ama e, por isso, não consegue abdicar de nada. Tudo o que faz está ligado à comunicação pois essa é a sua paixão. Gosta de escrever porque considera que “é uma pena saber coisas e não as transmitir”. Escrever permite-lhe colocar os seus pensamentos de forma a permanecerem no futuro.

“Parar é morrer”
No meio de tantas actividades, a sua agenda só poderia ser bem organizada, mas confessa: “Ando sempre a correr! Na verdade sou muito acelerada”. A pontualidade é algo importante para que o seu tempo possa ser gerido da melhor maneira, de um lado para o outro. Maria só tem um problema: não conseguir desacelerar. Esta é uma mulher em crescimento constante com as pessoas que a rodeiam e que pretende continuar em movimento. Parar é morrer e até nas alturas de descanso diz que a sua cabeça não pára por continuar a pensar em mais coisas para fazer. Confidenciou ainda, na entrevista prestada, que tem ideias para mais três livros. A questão é arranjar tempo livre.

Enquanto pioneira em coaching, confessa que no início era difícil explicar em que consistia. Para Maria, está errado dividirmos a vida profissional da pessoal porque, no fundo, nós somos só uma pessoa e o coach trabalha muito essa perspectiva, orientando as pessoas para que sejam realmente boas: “Por vezes o problema das pessoas medianas é não estar a trabalhar naquele que realmente é o seu talento”.

Foi o facto de trabalhar com pessoas que a atraiu para o coaching. Com os seus coachees afirma que aprende imenso todos os dias e que cada pessoa tem a sua visão. Para ela “não há uns melhores que outros, só há vidas diferentes”. Aprendeu a valorizar a vida que tem porque se apercebeu de que não valorizava as pequenas coisas que tinha, através da experiência com os seus coachees.

Sendo a primeira mulher coach e Vogal da Direcção da Associação Portuguesa das Mulheres Empresárias entre 2004 e 2007, poderia ser defensora do sexo feminino; mas não. É sim defensora da igualdade entre os sexos. Considera ainda que homens e mulheres pensam de maneira diferente e que acaba por ser mais fácil trabalhar com homens porque as mulheres são “menos boas umas para as outras”. Quando as mulheres se juntam para fazer algo e deixam de lado esse seu lado competitivo podem e fazem grandes coisas.

“Ensinar e Aprender”
A oportunidade de ser professora surgiu, por convite, em 1990 e nunca mais deixou esta profissão. Mais uma vez, foi o contacto com as pessoas que a fez permanecer na profissão e apaixonar-se por ela. É uma mulher das pessoas e, mesmo depois de formar os seus alunos, gosta de se manter actualizada sobre as suas vidas, ao ponto de conhecer mesmo a vida familiar de alguns.

É também voluntária na Associação Novo Futuro, na qual tem uma participação muito activa desde o seu início há mais de 10 anos. Esta é uma instituição que protege crianças e jovens em risco e mantém os irmãos unidos. Para Maria, isto é fundamental e, por ter filhos pequenos na altura, estes casos de irmãos que poderiam ser separados afectaram-na muito.

Quanto aos convites para participar em programas de televisão, não é algo em que pense muito, uma vez que não é por esses convites que se sente mais ou menos valorizada.

A comunicação surgiu do conhecimento da actriz Glória de Matos, de quem ainda hoje é amiga e que fez nascer o bichinho. Estar num tribunal acaba por ser um palco onde tudo é comunicação: “o próprio silêncio pode ser comunicação”. E comunicação é, para Maria, um mundo.

Entre as gerações universitárias do seu tempo, diz que existem mudanças e que os jovens hoje em dia podem estar muito bem preparados, mas tudo depende deles. Tanto na sua geração como na actual, para Maria existem 2 grupos: os que saem muito bem preparados porque se esforçam realmente, e os outros que “andam a fazer o curso só por fazer”.

Para os alunos escsianos aconselha: “Aproveitem tudo o que puderem desta escola”.