Cinema e Televisão

Violência com classe

Se o agente 007 está a ficar demasiado sério para ti, a Kingsman pode ser a tua agência.

SPOILERS Alert!
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Ficamos sempre com uma imagem diferente de um filme quando este cumpre com as expectativas. Foi o que me aconteceu com Kingsman: The Secret Service, em que a ideia de que seria um filme de espiões divertido, mantendo a seriedade necessária, se verificou.
Com um elenco que inclui Colin Firth (The King’s Speech), Michael Caine (The Batman Triology), Mark Strong (Zero Dark Thirty), Mark Hammil (Star Wars) e ainda Samuel L. Jackson (Pulp Fiction), difícil seria errar.
Adaptado da banda desenhada The Secret Service, o filme ganha essa nuance visual semelhante a filmes cujo source material provém de graphic novels (Sin City, Watchmen, Scott Pilgrim vs. The World), mais do que filmes inspirados em comics.
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Destaco duas coisas neste filme pelas melhores das razões:
1.    Cenas de acção
Começando pela “tareia” que Harry Hart (Colin Firth) distribui pelos amigos do padrasto de Eggsy (Taron Egerton) num clássico pub inglês, incluindo pormenores como o arremesso de uma caneca de cerveja com o cabo de um guarda-chuva à testa de um indivíduo, e com um início de sequência em que Galahad (nome de código de Harry Hart) distribui uma one-liner também ela bem inglesa enquanto tranca as portas do estabelecimento: “Manners maketh. man”.
A qualidade das cenas de acção é inquestionável em toda a extensão do filme, desde esta primeira até ao clímax em que Eggsy enfrenta Gazelle (Sofia Boutella), acabando com a morte desta e do vilão Valentine (Samuel L. Jackson). Mas onde a excelência da acção atinge o seu máximo é na cena da Igreja, onde Galahad assiste a um sermão não muito moderno e, enquanto está de saída, Valentine decide testar o seu plano para “curar” o planeta. Quando os cartões SIM de Sam Jackson são activados, “all hell breaks loose” e começa uma luta geral, tudo contra todos, onde se pode observar as maneiras mais originais e brutais de matar uma pessoa, tudo ao som do solo de Free Bird dos Lynyrd Skynyrd. É soberbo!

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2.    A conversa entre Valentine e Harry Hart.
Quando Galahad se infiltra em casa da personagem de Samuel L. Jackson sob o disfarce de um milionário com intenção de investir no seu programa de combate ao aquecimento global, estes protagonizam uma conversa auto-reflectiva sobre o filme em que estamos a visionar.
Falam sobre os antigos filmes de espiões, que eram mais descontraídos e que os novos se levam demasiado a sério (é curioso pensar que este filme sai pouco antes do novo 007, Spectre), e Harry reflecte que um filme de espiões é tão bom quanto o seu vilão. É um momento de tensão, mas com muito amor no substrato.

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A única coisa que me fez mais confusão foi não se ver nenhuma sequência de treino de combate, apesar de se verem várias outras coisas, de Eggsy e no final se verem as tais sequências de acção (bem longas) em que este enfrenta um exército de seguranças sozinho e Gazelle, cujas pernas são lâminas, o que não deve facilitar em combate.
Para finalizar, é um filme extremamente divertido e não é definitivamente para toda a família, apesar de não ser tão pesado como outros spy movies. Saí feliz da sala.