Rocky (1976): a Luta das lutas
No já longínquo ano de 1976, iniciava-se uma das mais conhecidas sagas do cinema, a saga “Rocky”; produzido com um orçamento de apenas 950.000 dólares, foi não só o filme mais lucrativo do ano (obtendo um lucro de 225 milhões de dólares) como ainda arrecadou três Óscares, incluindo o Óscar de melhor filme.
“Rocky”, escrito e protagonizado por Sylvester Stallone, transporta-nos à sociedade norte-americana da década de 70, marcada pelas assimetrias sociais, dificuldades económicas e pela luta constante pela melhoria das condições de vida – enfim, a perseguição do sonho americano.
Assim, o filme apresenta-nos a história de Rocky Balboa, um pugilista fracassado que divide o seu tempo entre os pequenos combates que vai travando dentro dos ringues e o seu trabalho como recuperador de crédito para um agiota local até que certo dia a sua vida dá uma volta de 180º quando é convidado a lutar no combate de celebração do bicentenário da independência norte-americana contra Apollo Creed (protagonizado por Carl Weathers), detentor do título mundial de pesos-pesados.
A partir desse momento assistimos a toda a transformação de Rocky, de pugilista semi-profissional até candidato ao título mundial de pesos-pesados, treinado por Mickey Goldmill (interpretado por Burgess Meredith) – sequências de treino imortalizadas pela banda sonora escrita por Bill Conti em que Rocky recorre a métodos de treino nada ortodoxos, entre os quais se destaca a famosa cena em que este usa como saco de boxe a carcaça de um animal no matadouro em que o seu amigo Paulie (protagonizado por Burt Young) trabalha.
Mas desengane-se quem pensa que “Rocky” se trata apenas de um filme que gira à volta do boxe: com o desenrolar da história vemos também o crescer do relacionamento de Rocky e Adrian (protagonizada por Talia Shire) irmã de Paulie, seu melhor amigo e confidente.
O que faz “Rocky” destacar-se de outros filmes do género é o facto de Sylvester Stallone ter conseguido captar, quase na perfeição, o ambiente que rodeia as tentativas de ascensão no boxe profissional, a sociedade da época e ter criado uma história de preserverança e auto-superação que mesmo para quem não é apreciador de boxe serve de inspiração, pois mesmo indo contra todas as expectativas Rocky consegue sair do marasmo em que a sua vida se tinha tornado e aproveita a única oportunidade que lhe foi dada, personificando o sonho americano.
“Rocky” demarca-se ainda por interpretações muito bem conseguidas de quase todo o elenco, algo que se reflectiu nas nomeações de Sylvester Stallone para o óscar de melhor ator principal, de Burt Young e Burgess Meredith (que protagonizava o intratável mas paternal treinador Mickey Goldmill) para o óscar de melhor actor secundário e ainda Talia Shire para o óscar de melhor atriz principal.
Assim sendo, tudo o que me resta fazer é aconselhar-vos a ver o filme, pois apesar de já não ser uma novidade no mundo cinematográfico, continua a ser muito interessante e, na minha opinião, um bom filme.