Espera lá! Tu gostas de ver futebol?
Estava aqui a ver o jogo do Atlético contra o Granada e dei por mim a pensar numa pergunta que fizeram à minha mãe no ano passado, na altura do Mundial. Eu estava sossegadinha da minha vida, a ver um jogo (uma desgraça) de Espanha, e ela é presenteada com uma pergunta daquelas que eu nunca tinha ouvido sobre mim: então a tua filha gosta de ver futebol? Ela já se habituou, até porque, coitada, este ano aconteceu o momento bonito de eu chorar baba e ranho (não literalmente) depois de o Porto ser eliminado da Liga dos Campeões, em Munique.
Agora que falamos dessa desgraça… foi uma noite dolorosa. Chorei que me fartei, recusei falar com quem quer que fosse, peguei em montes de porcarias e estive até de madrugada a ver filmes daqueles super manhosos, para chorar, excelentes para curar corações partidos: porque o meu coração estava completamente partido por causa de “uns gajos que andam a correr atrás de uma bola”, como me dizia alguém.
Mas não é para falar de desgraças que estamos aqui. Pelo menos por enquanto. Eu gosto de ver futebol e isso só é estranho para algumas pessoas porque eu sou rapariga. Mas eu gosto de futebol e, como já deu para perceber, sou portista. Pode parecer estranho, mas há qualquer coisa de mágico e de incrível em ver um jogo de futebol, em esperar por golos, em vibrar com golos.
Claro que nem tudo é mágico e eu enervo-me. E grito com os jogadores, o árbitro, o treinador e, se a coisa estiver séria, até com o comentador.
O futebol é um bocadinho como a música: ajuda sempre a esquecer os problemas, com a ligeira diferença de que o futebol não me acalma. Mas pronto, não se pode ter tudo.
AUTORIA
Sofia Costa Lima nasceu em Trancoso, em 1994. Estuda Jornalismo e é
apaixonada por escrita. Tem um blog pessoal desde 2009 e publicou dois livros — em 2013 e 2014. Colabora com a Associação Juvenil de Trancoso desde 2013, fazendo parte da equipa responsável pelo Jornal Escrever Trancoso.