Editorias, Literatura

Os seis livros que me desiludiram

A Inês Rebelo não escreve com o Novo Acordo Ortográfico.

Falamos muitas vezes dos livros de que gostámos e que marcaram a nossa vida. Mas e aqueles livros que começámos a ler cheios de entusiasmo e se revelaram um “embuste”? A verdade é que esses também são muito importantes nas nossas vidas, sendo como marcos dos pontos baixos do nosso percurso literário; principalmente se, como eu, tiverem muita dificuldade em deixar um livro a meio. A leitura acaba por se arrastar dolorosamente, porque não somos capazes de voltar a meter o livro na prateleira, mas também não conseguimos pegar nele. Estes são os livros que ocuparam semanas da minha vida por custarem muito a ler ou que foram tão duros que acabei mesmo por desistir deles a meio.

“Crescendo”, de Becca Fitzpatrick – Este livro foi uma grande machadada na minha alma de escritora. Eu lera o primeiro livro da trilogia (“Hush, hush”), que tem o mesmo nome da série, e adorei. Não conseguia parar de ler: era emocionante, romântico, tudo aquilo de que eu gosto. Embora houvesse algumas semelhanças com a Saga “Crespúculo”, consegui passar por cima disso porque o livro era realmente bom. Esperei ansiosamente pelo segundo livro, “Crescendo”… e aí é que a porca torceu o rabo. Foi uma desilusão total. Deu-me a sensação de que a autora quis que tudo começasse a correr mal para criar ali um ponto baixo que nos forçasse a continuar, que criasse suspense, mas penso que exagerou. O livro perdeu toda a piada e tornou-se realmente difícil de ler.

Saga “Casa da Noite”, de P. C. Cast e Kristin Cast – Comecei a ler estes livros cheia de entusiasmo. Li os primeiros quatro avidamente, notando ainda assim que o enredo dificilmente se mantinha tão entusiasmante como no primeiro e talvez no segundo livros. O quinto livro, “Perseguida”, começou a tornar-se insuportável para mim. Eu gosto de romance, é verdade, mas começou a irritar-me que a rapariga não conseguisse resistir a um rabo de calças, principalmente quando eram entidades malignas. Depois de muito tempo com o livro na mesa-de-cabeceira sem ser aberto, acabei mesmo por desistir.

“Juntos ao Luar”, de Nicholas Sparks – Li “Um Momento Inesquecível” e “A Melodia do Adeus” e, embora tenha chorado baba e ranho, adorei os livros. No 11.º ano, decidi ler “Juntos ao Luar” para o Contrato de Leitura, pensando que ia ser uma leitura agradável, que ia ter a oportunidade de fazer a apresentação sobre um livro de que tivesse gostado mesmo muito. Fui bem enganada! Estava a adorar o livro de início, mas depois tornou-se exageradamente penoso. Acho que o Nicholas Sparks se esticou com a parte das “tristezas” neste livro. Para agravar tudo isto, detestei o final. Este livro foi o fim dos meus dias de Sparks.

“Uma Aventura na Amazónia”, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada – É verdade. Este livro foi uma das grandes desilusões da minha vida. Mas não por culpa do próprio livro. Comprei-o já com 14 anos, assim que saiu, muito entusiasmada porque tinha a colecção toda de “Uma Aventura”, lera todos várias vezes e estava pronta para uma história nova. Mas assim que li as primeiras páginas, percebi que já não dava para mim. Tinha crescido. Foi o último livro da série que comprei, mas tenho de admitir que tenho muitas saudades.

“As Cinquenta Sombras de Grey”, de E. L. James – Este foi outro livro que comecei a ler com grandes expectativas. Mais uma história de amor para alimentar o meu coração romântico! De início estava a ser exactamente o que eu esperava, mas isso cedo deixou de ser verdade. Desde as descrições demasiado técnicas – em vez de carinhosas ou românticas -, às atitudes dele, que me irritavam seriamente, acabei muito chateada com este livro.

“Maligna”, de Joanne Harris – Não tenho muito que dizer sobre este livro. Foi demasiado confuso, obscuro… Não conseguia perceber nada do que se passava no livro e acabei mesmo por fechá-lo e nunca mais o abrir. Desaconselho totalmente!

AUTORIA

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A Inês Rebelo tem 19 anos e está no primeiro ano de Jornalismo.
Começou a ler com 4 anos e a escrever as suas criações com 9, sendo que foi sempre esta a sua grande paixão. Fez teatro durante oito anos, gosta de ler e, embora não interesse a ninguém, tem três tartarugas. Também gosta de cantar, mas para isso não tem muito jeito. Na ESCS MAGAZINE integra as equipas de Correcção Linguística e de Literatura, e escreve com o Antigo Acordo Ortográfico.