Cuba e o Rock N’ Roll
Mais de meio milhão de pessoas assistiu ao concerto da emblemática banda rock, na capital cubana.
“Hola, Habana, buenas noches, mi gente de Cuba!”. Foi assim que Mick Jagger, o vocalista dos Rolling Stones, se introduziu na passada noite de sexta-feira em Havana, onde mais de meio milhão de pessoas assistiu ao concerto da banda.
O dia foi antecipado há meses e os bilhetes esgotaram rapidamente. O seu efeito foi, como já se esperava, simbólico: antes do início do concerto, três quartos do recinto já estavam cheios e milhares de pessoas ficaram bloqueadas nas ruas em redor, sem conseguirem entrar.
“As coisas estão a mudar em Cuba”, foi o que o vocalista do grupo disse à audiência durante o espetáculo. A música dá uma ajuda preciosa depois de o país a ter embargado, em 1962.
Após a visita de Obama, os habitantes do país veem novos horizontes a vislumbrarem-se nas exigências futuras – não só culturais – do povo cubano.
A banda atuou no complexo desportivo de Havana, que tem capacidade para 450 mil pessoas e ficou completamente cheio, havendo ainda centenas nas imediações do recinto, incluindo em telhados, a partir de onde podiam ver o concerto.
“Estou aqui desde as oito da manhã porque este concerto é histórico, e vai marcar a história mundial; não apenas Cuba, mas o mundo inteiro”, disse Meiden Betsy, estudante cubano, à AFP.
O próprio alinhamento foi muito bem recebido pelos espectadores: a abertura com “Jumping Jack Flash”, seguida do tema “It’s Only Rock N’ Roll” e “Tumbling Dice” criaram a euforia pela plateia.
A noite icónica destes roqueiros deixa antever novos ares de mudança no regime cubano, o mesmo que baniu o Rock do país durante a regência de Fidel Castro, que considerou uma expressão musical ligada ao imperialismo. No entanto, ao longo dos últimos 30 anos, este estilo musical foi progressivamente permitido.