A Arte em tempos de mudança
Já pararam para pensar no quanto a arte mudou ao longo do tempo? Não acredito que nos próximos tempos vejamos alguém a construir outra Basílica de São Pedro no Vaticano, outra Igreja da Sagrada Família em Barcelona ou até mesmo outra Catedral de São Vito na República Checa. Quando será a próxima vez que iremos entrar numa sala banhada em ouro, acabada de construir, ou que veremos uma pintura novinha em folha que nos leva de volta ao Romantismo ou ao Renascimento?
Fonte: Prague Castle Tickets
Fonte: MonnoRoma
Claro que os tempos mudaram, mas é um pouco triste pensar em como o ser humano deixou essa grandiosidade de parte e agora só se foca em obras mais modernistas, sempre com os mesmos estilos e padrões. Podemos observar esta mudança não só na arquitetura, mas também na pintura. Quem é que irá continuar o legado das pinturas barrocas e renascentistas? Não sabemos, nem temos a certeza de que isso irá efetivamente acontecer.
Fonte: Pinterest
Fonte: Ler e Aprender
Vou exemplificar melhor a mudança na arquitetura. As enormes paredes góticas cobertas com ornamentação detalhada, a busca pelo exótico e refinado do rococó e o caráter dramático e teatral do barroco: tudo isto tinha como objetivo proporcionar uma visão do infinito e de grandeza arquitetónica. Não era só estar num espaço e ver as coisas superficialmente, era ter uma experiência sensorial que vai para além das nossas expectativas. É claro que ainda podemos ter essa experiência se visitarmos estes monumentos, mas quando será construído o próximo?
Hoje em dia, se caminharmos pela rua, as casas e os monumentos modernos são todos iguais, parece que perderam o brilho e a complexidade das formas. Têm como base figuras geométricas e formas simples e a sua essência baseia-se apenas na funcionalidade e na estética formal. Exemplo disto é a arquitetura de Le Corbusier e de Walter Gropius.
Fonte: Les Couleurs
Fonte: WikiArquitectura
Será que teremos mais obras assim no nosso mundo? É um mistério que só o futuro dirá, mas há que ter esperança de que as obras com movimento, excentricidade, ornamentação exagerada, contrastes de cores e expressão pessoal do artista voltem para alegrar ainda mais o mundo da arte – um mundo que é suposto ser fora do real e esplêndido, em que devemos olhar para alguma peça e prender o olhar nas suas curvas e contracurvas, nos seus mínimos detalhes que completam o todo. Tudo isto pode ser apenas um sonho, a verdade é que o facto de as mesmas existirem é o que torna a história e cultura das artes em algo que não será facilmente esquecido.
Artigo revisto por Diogo Bértola
AUTORIA
A Inga está no primeiro ano de licenciatura em Audiovisual e Multimédia. É uma amante de todas as formas de arte, desde música, cinema e televisão até exposições, teatro e artes plásticas. O seu envolvimento com a escrita sempre foi uma constante na sua vida, e ela sempre adorou dar a sua opinião sobre os diversos assuntos que rondam o mundo. Sempre que tem uma ideia, não hesita em anotá-la, esteja onde estiver. O enriquecimento cultural e o contributo para o seu desenvolvimento pessoal são algumas das razões pelas quais compartilhará as suas ideias na ESCS Magazine, juntamente com a sua habilidade para organizar seja o que for.