A aventura caleidoscópica dos Boogarins
Era a receita perfeita para uma noite bem passada: o bom tempo que ainda restava do verão, o MusicBox esgotado e uma banda cujo protagonismo em terras lusas não para de crescer.
Tendo entrado em palco uns minutos depois da hora marcada, os Boogarins não perderam tempo e começaram logo com uma arrebatadora amostra do seu primeiro álbum, com “Canção Perdida”, que ligaram a “Falsa Folha de Rosto”, do seu último trabalho.
Estava então lançado o mote para um concerto que se destacou pela música inebriante e ambiciosa, mas também por um ambiente entre amigos, caloroso e despretensioso.
Fonte: Inês Sousa Vieira | curlymess.pt
Seguiram-se “Tempo” e “6000 Dias”, ambos temas do seu último álbum, “Manual (Ou Guia Livre Da Dissolução De Sonhos)”, sendo que foi este o trabalho mais tocado e melhor recebido pelo público.
Em gesto de retribuição pelo carinho ruidoso vindo da plateia, a banda apresentou dois novos temas, abraçados instantaneamente pelos portugueses. Entre as duas músicas os Boogarins voltaram ao primeiro trabalho, tocando “Infinu”, numa versão mais prolongada e eletrizante.
Uma das músicas mais bem recebidas foi “San Lorenzo”, seguida de “Cuerdo”, ambas do álbum “Manual”.
O ponto alto da noite foi, sem dúvida, a festa de aniversário de Ynaiã, o baterista da banda, que teve direito a apagar as velas, quando um bolo foi, despercebidamente, levado até ao palco.
Fonte: Inês Sousa Vieira | curlymess.pt
O ambiente não podia ter sido mais descontraído, com conversas desprendidas entre os temas e a ocasional passagem de charros entre o público e a banda.
O concerto terminaria com “Auchma”, numa versão longa, ao jeito de jam session, não fosse o público não parar de aplaudir até a banda voltar ao palco.
Tocaram então um encore, afirmando logo que esta era uma ocasião rara, fazendo entoar “Lucifernandis” para delírio dos portugueses.
Sendo o seu terceiro concerto em Portugal num espaço de dez meses, e em sala cheia, é sem dúvida uma prova de que conquistaram o coração do povo lusitano.
Fica a promessa feita de nos visitarem para o ano, com um álbum novo na bagagem.