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A Esperança foi a Última a Morrer

Se em setembro alguém dissesse que o Benfica, com o plantel que apresentou, iria mostrar as pobres exibições que mostrou ao longo da época, salvas apenas pelos resultados e pelos lances individuais de jogadores como Rafa, Neres ou Di Maria, acho que ninguém acreditaria.

Pois bem, foi exatamente isso que aconteceu: uma época marcada por momentos altos e baixos. Contudo, os baixos foram superiores ao longo de toda a época. As polémicas com as substituições tardias de Roger Schmidt, a péssima campanha na Champions, onde era esperado ver o Benfica de 2022/2023 (o que não aconteceu de todo), as crises com os jogadores, desde o gesto obsceno de Arthur Cabral ao caso de Kökçü, e a falta de confiança geral do plantel no plano traçado para esta época, geraram grande insatisfação na massa adepta do clube da Luz.

Fonte: CNN Portugal

O 5-0 com o FC Porto e a eliminação da Taça de Portugal para o Sporting só trouxeram mais mágoa e tensão ao clube. A única coisa que manteve os adeptos com a equipa neste momento conturbado foi a exibição, em pleno Estádio da Luz, na segunda mão da Taça, onde finalmente se viu uma equipa com o rendimento exibicional, muito parecido ao da época passada, a lutar por um lugar na final.

Os adeptos ficaram com esperança de que ainda fosse possível vencer o Campeonato, se a equipa jogasse da mesma forma quatro dias mais tarde em Alvalade, num jogo para o Campeonato. O Benfica apareceu com vontade de ganhar, mas mais comedido e o resultado na casa dos Leões foi o pior, passando a estar a quatro pontos da equipa verde e branca, que ainda tinha um jogo em atraso contra o Famalicão – em caso de vitória leonina a vantagem aumentava para sete pontos sobre o Benfica, o que aconteceu a 16 de abril.

O que restava ao Benfica era a esperança de que a campanha na Liga Europa persistisse e que o clube fosse capaz de tornar, o que parecia impossível, possível. O Marselha calhou como adversário das águias nos quartos de final da competição e os ânimos acenderam-se na Luz. O segundo classificado da Liga Portuguesa iria defrontar o oitavo classificado da Ligue 1. O que parecia, então, uma tarefa fácil, tornou-se noutra eliminatória. A primeira mão correu de feição aos pupilos de Roger Schmidt com uma vitória por 2-1, mas a história em Marselha foi totalmente diferente dado que o Benfica, dependente das individualidades, voltou a entrar em campo e o resultado da primeira mão desapareceu.

Fonte: Observador

Schmidt foi acusado de preparar mal a equipa, de jogar muito na expectativa em vez de assumir o jogo e de, mais uma vez, executar substituições tardias. Um jogo marcado por uma primeira parte em que a equipa foi encostada às cordas, mas que, por milagre, conseguiu resistir e manter a igualdade no marcador. Já a segunda parte foi bastante dividida: Benfica à procura do golo, mas ele apareceu para o lado do Marselha. Com a eliminatória empatada, a esperança tremeu e acabou por morrer depois de Di Maria e António Silva falharem os penáltis e o Marselha conseguir o apuramento para a meia-final.

A esperança dos benfiquistas foi a última a morrer, agora só resta mágoa, tristeza e a relutância num projeto que tenha Schmidt como treinador, tal como podemos ver no jogo em Faro em que, apesar da vitória, os adeptos proferiram insultos contra o treinador e arremessaram-lhe garrafas.

Fonte: MaisFutebol

Mas deixo-vos a pergunta: será que o melhor é a permanência de Schmidt com um plantel que já conhece, promovendo a estabilidade e a continuidade de um projeto iniciado o ano passado, ou o início de um novo?

Fonte da capa: LUSA

Artigo revisto por Inês Moutinho

AUTORIA

Desde a infância sempre se mostrou apaixonado pelo desporto, com especial enfoque no futebol. Ingressou aos 10 anos na “Escolinha de Futebol do Agrupamento de Escolas D. Filipa de Lencastre” e rapidamente percebeu que a sua vocação residia em “estar entre os postes”; mas porque a vida nos prega partidas teve várias lesões que o impediram de passar a jogador federado após os 16 anos.
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O gosto pela comunicação, pelas pessoas e pelo mundo empresarial, fizeram com que a ESCS fosse desde a primeira hora a sua escolha de eleição.