A Favorita- A rainha chama-se Olivia
É já neste domingo a cerimónia dos Óscares. O filme A Favorita é o mais nomeado este ano, com 10 nomeações. Apesar de os resultados ainda não terem saído, podes ficar com a nossa crítica em relação ao filme.
A Favorita passa-se no início do século XVII na Grã-Bretanha e retrata a luta pela atenção da rainha regente, Anne (Olivia Colman). Sarah (Rachel Weisz) , a sua confidente e melhor amiga, e Abigail (Emma Stone), prima distante de Sarah, que quer subir socialmente, lutam entre si para alcançar o que desejam. Tudo isto enquanto uma guerra com a França ocorre no plano de fundo.
A realização de Yorgos Lanthimos, conhecido pelos filmes The Killing of a Sacred Deer e A Lagosta, e as atuações de Olivia Colman, Rachel Weisz e Emma Stone são simplesmente arrasadoras. Principalmente Olivia Colman que torna Anne uma personagem memorável. É assim que consegue trazer uma enorme sinceridade à personagem, por mais ridícula que Anne às vezes seja.
Bastava a atuação de Colman para o filme ser incrível . Mas tudo o resto mantém-se ao mesmo nível, desde o argumento deliciosamente engraçado de Deborah Davis e Tony McNamara ao guarda-roupa de Sandy Powell tão meticulosamente detalhado.
A combinação de todos estes fatores cria magnetismo à volta do filme, que cativa qualquer um desde o primeiro momento. Facilmente é possível ser absorvido pela história, o que faz sentir que se entra no ecrã. Apesar disso, à medida que a narrativa avança, ela perde alguma da sua força inicial.
Uma nota: não esperem um filme historicamente correto. Apesar de ser baseado em factos e personagens reais, percebemos desde o início que para o filme esse aspeto não é o mais importante, muito devido às expressões idiomáticas utilizadas. O seu foco é o comportamento humano, nomeadamente a forma como Anne, Sarah e Abigail interagem e manipulam as situações a seu favor.
A Favorita é assim um filme que não podes perder por demasiadas razões. Mas se fosse nomear uma: pela performance de Olivia Colman, que se recorda inevitavelmente sempre que o filme é mencionado.
Artigo revisto por Catarina Santos