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Aberto inquérito devido ao depoimento que liga Bolsonaro aos autores da morte de Marielle Franco

O suspeito do homicídio de Marielle Franco esteve no condomínio de Bolsonaro no dia do crime. O presidente do Brasil negou estar envolvido depois de ver o seu nome incluído na investigação.

Fonte: UOL

            O depoimento do porteiro do condomínio onde morava, na altura, o Presidente, realizou um depoimento que é agora investigado. A Globo noticiou que um dos suspeitos do assassínio de Marielle esteve no condomínio, o que originou um pedido de abertura de inquérito e colocou o nome Bolsonaro na investigação. Este foi enviado pelo ministro da Justiça do Brasil, Sergio Moro, ao procurador-geral da República, Augusto Aras.

            À polícia, o porteiro contou que, horas antes do crime, Élcio de Queiroz, suspeito de ter conduzido o carro utilizado durante o crime, entrou no condomínio e afirmou que ia para casa de Bolsonaro, sendo que o seu nome está registado no livro de entradas. Pediu para ligar ao Presidente para poder entrar e este autorizou. O porteiro alega ter visto Élcio de Queiroz dirigir-se ao apartamento de Ronnie Lessa, que mora no mesmo condomínio, e é suspeito de ser o autor dos disparos que mataram Marielle Franco e o seu motorista, Anderson Gomes. Ambos os suspeitos são antigos polícias militares ligados a milícias armadas. Finaliza relatando que fez uma segunda chamada ao Presidente, em que relatou que o visitante se dirigia a um apartamento diferente. Jair consentiu.

Imagem retirada do direto de Jair Bolsonaro no Facebook.
Fonte: poder360.

Ao saber que o seu nome constava na investigação, Bolsonaro, que se encontra de viagem pela Arábia Saudita, iniciou um direto no Facebook, onde disse que “Ou o porteiro mentiu, ou induziram o porteiro a conduzir um falso testemunho, ou escreveram algo no inquérito que o porteiro não leu e assinou em baixo em confiança no delegado ou naquele que o foi ouvir na portaria”. Bolsonaro requisitou a Moro um novo depoimento por parte do porteiro: “Estou conversando com o ministro da Justiça, [para ver] o que pode ser feito para a polícia pegar o depoimento novamente”.

            No dia do crime, a 14 de março de 2018, Bolsonaro não estava no Rio de Janeiro, segundo mostram as suas impressões digitais registadas na Câmara dos Deputados em Brasília. A entrada do seu nome na investigação cria limitações ao Ministério Público, uma vez que tem imunidade e apenas altas instâncias judiciais o podem investigar.            

            As culpas continuam por atribuir, pois ainda não se descobriram os autores do crime nem quem ordenou as mortes.

Revisto por Miguel Bravo Morais

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