Acidente com C-130 foi provocado por erro da tripulação
O acidente com um avião C-130 na Base Aérea do Montijo, que causou três mortos, a 11 de julho, deveu-se a erro humano. Em comunicado, a Força Aérea indica que o acidente se deveu à perda de controlo do aparelho quando a tripulação tentava abortar a descolagem.
Erro humano. É esta a conclusão do relatório de averiguações da Força Aérea Portuguesa sobre o desastre ocorrido a 11 de julho deste ano, na Base Aérea nº 6 do Montijo, com um avião pesado C-130, do qual resultaram três mortos e quatro feridos, um deles em estado grave.
Num comunicado divulgado esta quarta-feira, a Força Aérea indica que os “procedimentos de averiguação relativos ao acidente estão terminados”, tendo-se concluído que “o C-130 se encontrava pronto para operação” e que as condições meteorológicas não eram adversas.
As conclusões do processo de averiguações dizem que “a tripulação perdeu o controlo da aeronave, a qual descreveu uma trajetória para a direita sem hipótese de correção, saindo da pista e imobilizando-se” e que o acidente “ocorreu devido à impossibilidade da tripulação em controlar eficazmente a aeronave”.
Segundo a Força Aérea, a tripulação não sofreu “quaisquer lesões ou ferimentos” quando o avião saiu da pista, mas em consequência da “imobilização abrupta, deflagrou um incêndio”, na zona do trem de aterragem e asa direita. Em consequência disso, a evacuação da aeronave “revelou-se impossível dada a existência de fumos e de temperaturas extremas, bem como à ocorrência de danos estruturais na fuselagem”.
Assim, quatro dos tripulantes conseguiram abandonar o C-130 através das janelas do cockpit, sendo que os restantes não conseguiram recorrer a outra saída de emergência.
O comunicado conclui, portanto, que o acidente ocorreu devido à impossibilidade da tripulação em controlar eficazmente a aeronave no decurso de uma manobra que visava treinar a interrupção da respetiva corrida de descolagem”, designada de “aborto à descolagem”.
O acidente sofrido pelo C-130 foi o primeiro com vítimas mortais na história desta classe de aeronaves ao serviço da Força Aérea Portuguesa.