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Agência Moody’s retira Portugal da categoria de “lixo”

A agência de rating norte-americana divulgou, na sexta-feira, a decisão de subir a avaliação de Portugal. As melhorias nas contas públicas e o ajuste orçamental contribuíram para a subida. Apesar disso, ficaram também alguns avisos.

A agência Moody’s subiu o nível português de Ba1 (nível especulativo) para Baa3 (nível de investimento, o mais baixo dos níveis de qualidade).  Na nota publicada, onde explica a decisão, afirma que a perspetiva é “estável”, mostrando que a agência voltou a confiar em Portugal. A Moody’s reconheceu que a melhoria na economia veio de transformações profundas e não é temporária.

As contas públicas, o ajuste orçamental e a dívida pública são fatores que influenciaram a decisão da agência. Segundo os responsáveis da Moody’s, a dívida pública portuguesa “passou para uma tendência sustentável” e decrescente. É, mesmo assim, um processo gradual. O ajuste no orçamento foi também importante, pois favoreceu “uma queda acentuada do fardo da dívida”. Com este ajuste, Portugal reduziu o défice estrutural e superou países como Espanha e França. A agência defende, assim, que a resistência económica portuguesa ficou mais forte.

A Moody’s refere também as dificuldades que Portugal vai ter de enfrentar. A economia “vai encontrar ventos adversos face à pressão que existe para aumentar os salários aos funcionários públicos e recuperar dos cortes significativos no investimento”.  Portugal encontra-se numa posição ainda frágil e existe sempre a possibilidade de voltar a descer de nível. O país encontra-se apenas um nível acima da categoria “lixo” e tem o rating (classificação de risco) mais baixo da zona euro. A falta de compromisso do governo face à dívida, ao orçamento e às políticas resultantes das eleições pode prejudicar Portugal.

Os efeitos da decisão da agência norte-americana passam por um alargamento do número de investidores, podendo diminuir assim as taxas de juro.

Desde 2011 que a agência Moody’s mantinha Portugal na categoria “lixo”.

 

Artigo corrigido por: Beatriz Pardal