Música

Álbuns que podem ter escapado ao teu 2022

Com lançamentos como Midnights, Hold the Girl, Renaissance, Dawn FM, Motomami, entre muitos outros, 2022 acabou por ter outros lançamentos igualmente bons que foram ofuscados ou passaram despercebidos. Enquanto esperas pelos mais ansiados lançamentos que 2023 ainda vai trazer, aqui estão alguns álbuns de 2022 que merecem mais destaque:

five seconds flat, Lizzy McAlpine

Depois de nos apresentar as suas excelentes qualidades de songwriting em 2020 com Give Me a Minute, Lizzy McAlpine regressou em 2022 com five seconds flat onde demonstra mais uma vez o seu dom musical.

O álbum conta com colaborações sublimes com FINNEAS, Jacob Collier, Laura Elliott e Ben Kessler, além dos solos inesquecíveis como ceilings, doomsday, chemtrails, entre outros que, sem dúvida, marcam pelos seus instrumentais e letras geniais e impactantes.

Moodswings In To Order, DPR IAN

No seguimento do seu EP de 2021 Moodswings in This Order, em 2022 foi a vez do trabalho de longa duração Moodswings In To Order — ou MIITO — continuar a história do personagem criado por Christian Yu.

Com o EP, o artista deu-nos a conhecer um personagem que representa o outro lado do próprio artista, um outro eu que nasceu faixa por faixa com um novo sentimento ou sensação do personagem exposta na mesma. Christian Yu luta contra um transtorno bipolar e viu na arte da música uma maneira de lidar com os seus problemas; em MIITO podemos ver outras problemáticas que o seu outro eu sente e experiencia em faixas como Miss Understood, 1 Shot e Mr. Insanity. 

O lançamento do álbum veio acompanhado de um short film que cobre as músicas Seraph, 1 Shot, Mood e Ribbon, e de um trailer que cobriu a maior sensação do álbum: Ballroom Extravaganza.

Forest in the City, UMI

Com inspirações como Erykah Badu e SZA, UMI entrega-nos uma estreia fantástica em Forest in the City, o seu álbum de debut.

O álbum conta a história de vida da artista até se sentir bem consigo mesma, e a premissa que nos entrega é a de que também o ouvinte vai estar bem quando acabar de ouvir a peça. Para isto, a artista oferece até mesmo um guia de sugestões do que fazer antes de ouvir o álbum pela primeira vez para uma melhor experiência, podes consultar esse guia clicando aqui.

Depois de quatro anos de trabalho, o resultado foi uma magnífica coletânea de músicas, numa mistura de R&B, singer-songwriter e neo-Soul, que valem a pena ouvir numa pausa das vidas agitadas.

Fonte: Spotify

The Happy Star, Lexie Liu

The Happy Star vem entregar simbolismos e religiosidade através de ritmos incessantes de sintetizadores industriais e de visuais exuberantemente futuristas.

A chinesa Lexie Liu interpreta faixas de EBM e synth pop onde explora a questão da existência humana, fazendo referências a diversas filosofias orientais para tentar compreender questões como a dos loops temporais da natureza refletida na faixa 3.14159

O simbolismo relacionado com tarot encontra-se  presente em diversas músicas, estando até mesmo visível  no vídeo de MAGICIAN, uma das melhores músicas  do álbum que é, sem dúvida, imperdível.

Para aqueles que ultrapassam a barreira linguística da música, The Happy Star é um dos álbuns a ser ouvido e apreciado.

Indigo, RM

E por falar em barreira linguística, em 2022 também RM — líder da banda mundialmente conhecida por BTS — lançou um álbum na forma de arquivo ou, como o próprio  refere,  “the last archive of my twenties”. 

Indigo abre em grande com uma colaboração perfeita intitulada Yun, cantada com a icónica Erykah Badu. Nela, Kim Namjoon marca a atmosfera para o resto das faixas, onde vai refletir sobre questões do dia a dia, a sua essência artística, rotinas, entre outros.

Ao longo dos seus sete anos de carreira, RM sempre demonstrou os seus dotes de liricista e produtor, quer em banda quer com projetos solo como é o exemplo de mono., onde explora a beleza e a monotonia da vida citadina e atribulada. Em Indigo, os temas de introspeção sobre os vários estados do ser humano são explorados em faixas solo e também em colaborações com artistas  como Anderson .Paak, Colde, Paul Blanco, Mahalia, entre outros.

O artista faz um trabalho idôneo ao dar conforto através da música àqueles que pertencem à sua geração e se encontram cara a cara com os mesmos problemas no dia a dia. Na embalagem do álbum físico podemos ler “Use it while taking a walk, a shower, drive, coffee-break, work, dance, read a book, when flowers bloom or fall.

Lowlife Princess: Noir, BIBI

Ainda na música internacional, BIBI teve também o seu álbum de debut em 2022 intitulado Lowlife Princess: Noir. Nele, a artista mostra a sua versatilidade de conceitos em faixas ora agressivas ora melancólicas.

Desde críticas à sociedade até odes ao amor, BIBI mostra-nos vários lados: Animal Farm, JOTTO e Wet nightmare são exemplos de faixas que exibem os seus vocais paralisantes, enquanto Lowlife Princess relembram o ouvinte da sua língua afiada. Os vários talentos da artista culminam perfeitamente na title track do álbum, BIBI Vengeance, que conta com um vídeo que acompanha a sonoridade da faixa de maneira excepcional.

Antes de me despedir, deixo ainda algumas menções honrosas como And In the Darkness, the Heart Glows de Weyes Blood, HIVE de Sub Urban, OMR de Omar Rudberg, Gabriel de keshi e Quiet the Room de Skullcrusher.

Fonte da capa: YouTube

Artigo revisto por Marta Nobre

AUTORIA

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Com interesses em várias áreas, a experimentação faz parte do currículo da Joana. Atualmente estudante de Publicidade e Marketing na Escola Superior de Comunicação Social, quer desenvolver o amor que tem pela escrita utilizando a Magazine como ponto de partida. Desde a música, passando pela política, filosofia e até ficção, são várias as áreas onde pretende deixar as suas palavras escritas.