Música na Margem – Vozes e Experiências do OPJ de Almada
Música na Margem, a proposta que ganhou o Orçamento Participativo Jovem de Almada, foi um projeto realizado por André Correia, um jovem de 20 anos, proveniente de Almada, no seu 2.º ano de licenciatura em Audiovisual e Multimédia na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), Guilherme Correia, Frederico Carvalho, da equipa da juventude da Câmara Municipal de Almada, e de Isabel Nobre, responsável pela criação do logótipo e identidade visual do festival.
Este festival gratuito teve lugar no fim de semana de 21 e 22 de junho no Museu da Cidade de Almada, o único espaço disponível para aquela altura sem custos adicionais, mas que rapidamente se revelou ser o lugar ideal para o projeto: por ser ao ar livre, criou um ambiente muito agradável e convidativo, desde a manhã até à noite. O festival foi marcado pelas atuações de artistas de Almada, como Policarpo, Contraluz, WG, JANES, DITADO, Gonçalo e Pronto e Rui Luís. Além disso, acolheu três workshops para os participantes do festival – bateria, beatmaking e construção de guitarras – e ainda uma formação sobre direitos de autor.
Para garantir a promoção do evento, atrair público e dar mais visibilidade aos artistas participantes, André Correia utilizou as redes sociais e imprimiu posters que espalhou pela cidade. Segundo o estudante, a comunicação foi das partes mais complicadas e o ponto mais fraco da organização, porque estavam também a contar que houvesse uma maior ajuda da Câmara nesse aspeto.
André Correia define o público-alvo do festival como “todos aqueles que se interessam por música, mas especificamente para os Almadenses que partilham esse gosto”. O estudante recorda com nostalgia o momento que despontou o projeto: “A ideia veio da minha paixão por música, mas foi especificamente porque há volta de um ano andava a ouvir muito um CD do meu pai chamado Registos Música Moderna Portuguesa (8 bandas e 8 temas). Este CD tem um grande valor histórico na cena musical portuguesa, porque é de um dos concursos de música do Rock Rendez Vous, uma sala de concertos que existia em Lisboa nos anos 80 e 90. Algumas das maiores bandas portuguesas começaram lá. O meu irmão mais velho também gosta muito desse álbum. Ao falarmos sobre as bandas e as músicas que o álbum inclui disse-lhe que gostaria de que existisse atualmente algum festival desse género. Ele mencionou o Orçamento Participativo Jovem de Almada e sugeriu candidatarmo-nos com essa ideia”. Escolheram para o projeto o nome Música na Margem, que ilustra a iniciativa de forma sucinta e clara.
No que toca ao orçamento, o dinheiro foi gerido pela Câmara, mas grande parte foi para a produção (luz, som, palco, técnicos, etc.) e para remunerar os artistas que os ajudaram e participaram no festival. Enquanto equipa organizadora, não receberam nenhuma remuneração, por ser um projeto do Orçamento Participativo Jovem. A organização Lifeshaker, que gere o estúdio Music Sounds Better With You (usada para a produção coletânea de música), ajudou-os na organização do festival: foram quem realizou a seleção dos artistas para o festival e que geriu o bar do Música na Margem. Em geral, são uma organização muito pró-ativa e pragmática, e os seus membros são pessoas fantásticas.
André Correia espera que esta iniciativa marque uma comunidade de artistas e entusiastas de música ativos no concelho e que reviva legados já existentes na zona. À questão “o que sentiste ao ganhar o concurso e ao ver o teu trabalho concretizado?”, André Correia respondeu o seguinte: “Fiquei eufórico ao ganhar o Orçamento Participativo Jovem, mas fiquei tão nervoso e preocupado durante o festival que não o consegui aproveitar. A organização do Música na Margem foi por vezes caótica, houve muitos problemas e é claro que isso nos deixou um bocado em baixo. Contudo, acho que correu muito bem para quem não tinha experiência em organizar festivais”.
Fonte da Capa: Câmara Municipal de Almada
Artigo revisto por Carolina Neves
AUTORIA
A Inga está no segundo ano de licenciatura em Audiovisual e Multimédia. É uma amante de todas as formas de arte, desde música, cinema e televisão até exposições, teatro e artes plásticas. O seu envolvimento com a escrita sempre foi uma constante na sua vida, e ela sempre adorou dar a sua opinião sobre os diversos assuntos que rondam o mundo. Sempre que tem uma ideia, não hesita em anotá-la, esteja onde estiver. O enriquecimento cultural e o contributo para o seu desenvolvimento pessoal são algumas das razões pelas quais compartilhará as suas ideias na ESCS Magazine, juntamente com a sua habilidade para organizar seja o que for.



