Editorias, Opinião

Animais vs. “Animais”

Desde que nasci, sou um protetor dos animais e do seu habitat, visto que merecem viver com as boas condições que procuramos ter dia após dia, havendo apenas algumas diferenças entre duas espécies que habitam no mesmo planeta: os humanos são racionais e os animais são irracionais; os animais têm um instinto de sobrevivência e de trabalho em equipa diferentes, entre outras diferenças que poderão existir.

A verdade é que os seres humanos são tão “racionais” que se esquecem de que invadiram o reino animal, ou seja, antes de haver a nossa raça e os australopitecos, já existiam animais irracionais, mesmo que fossem apenas dinossauros e outras espécies: insetos, micróbios, entre outros. Porque têm de ser os animais a adaptar-se às nossas vivências e aos nossos hábitos? Termos de nos alimentar é um facto, visto que não temos o instinto de sobrevivência dos animais, mas isso implica destruirmos o seu habitat dia após dia? Implica inventarmos mil e uma coisas que põem em causa a vida de todas as espécies existentes (incluindo a nossa, como é óbvio)? Se as pessoas conseguem encontrar soluções para a boa vivência do ser humano em sociedade, porque não aplicam a mesma inteligência para melhorar a vida dos animais já que eles se adaptam a nós? Eu encontro várias soluções plausíveis para proteger os animais, tais como: diminuir a poluição e aumentar a reciclagem; diminuir ou acabar mesmo com as caçadas a espécies com chifres (elefantes) ou escamas (crocodilos) para fazer joias, malas, entre outros; diminuir a pegada ecológica e muitas outras soluções que as pessoas têm em mente, mas não executam.

Agora, virando este assunto para factos reais, uma vez que as pessoas mudam o seu comportamento mais rapidamente com factos, há um tema que tem gerado polémica em Portugal, que é o facto de os pescadores não poderem pescar sardinhas. Eu concordo plenamente sem pensar duas vezes nessa mesma proibição e nem percebo onde existe polémica. É aqui que os seres humanos se tornam “animais” irracionais porque, pelo que eu sei, foi imposta uma quota, no início do ano, de sardinhas que poderiam ser pescadas em 2015 e, como nós pensamos imenso, pescaram essa quantidade de sardinhas em menos de sete/oito meses e agora reclamam que a lei é injusta.

As pessoas estão à espera de quê? De pescarem todas as sardinhas existentes no oceano sem as deixar reproduzirem-se? Não sei se sabem mas, quando isso acontecer, ou criamos sardinhas em viveiro, ou deixam de existir sardinhas, tal como já não existem várias espécies de animais, tais como: o Rinoceronte-negro-ocidental, o Leopardo nebuloso, o Maçarico-esquimó, Tartaruga gigante dos Galápagos, Foca-monge-das-caraíbas, Íbex-dos-Pirenéus, Tigre-de-Java, Pica-Pau-Bico-de-Marfim, entre muitas outras espécies.

Por essa mesma razão, podemos bater palmas à fantástica audácia do ser humano em extinguir animais apenas porque têm caraterísticas físicas adequadas para fabricar produtos e ganhar dinheirinho fresquinho, ou seja, o cheiro a dinheiro “limpinho” instala-se mais intensamente no nariz das pessoas do que o cheiro a morte destes pobres animais.

Os maiores “animais” são os seres humanos que causam a extinção das espécies apenas porque, coitadinhos, precisam de produzir produtos e precisam de comer (esquecendo que existem várias soluções ou alternativas e não as encontram porque não convém e dá mais trabalho). Os comportamentos dos animais domésticos, na maior parte das vezes, refletem as atitudes dos seus donos: se esses mesmos animais sofrerem de maus tratos irão tornar-se mais agressivos, medrosos, assustados, entre outros.

Mas, se tivermos a atitude certa e os tratarmos como família, eles irão ser afáveis e irão demonstrar o seu lado bom. Somos “animais”, não vale a pena dizermos que não demonstramos os nossos comportamentos dia após dia através de decisões mal pensadas e gananciosas apenas porque certas atitudes estão relacionadas com o dinheiro e outras atitudes estão relacionadas com o pouco valor que damos a tudo. Essa é a verdade de toda a dimensão do ser humano perante outras espécies.

Concluindo, temos de mudar e está na hora de agir com atitudes corretas. Não importa se ajudamos apenas um animal com a nossa atitude, importa é que possamos conduzir a nossa sociedade pelos caminhos certos.

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O Pedro Almeida escreve com o Novo Acordo Ortográfico.

 

AUTORIA

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Pedro Almeida, de 21 anos, é um estudante universitário do curso de Publicidade e Marketing, cuja paixão reside no Marketing, na escrita e na responsabilidade social.