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Baby: o escândalo da prostituição infantil contado pela Netflix

“Baby” foi a série na qual decidi apostar para me entreter numa tarde de sábado. Sim, apenas numa tarde, uma vez que só tem seis episódios. Têm a duração habitual de 45 minutos, daí a facilidade em devorá-la.

Passa-se em Itália e, por isso mesmo, todos os diálogos são em italiano. Se, tal como eu, não percebes nada da língua (“pizza” não conta), não te preocupes, porque está tudo legendado. No entanto, não dá para desviares o olhar por um bocado, pois deixarás de perceber os acontecimentos.

“Se tens 16 anos e vives no bairro mais belo de Roma, tens sorte. O nosso é o melhor mundo possível. Estamos imersos num aquário fantástico, mas ansiamos pelo mar. É por isso que, para sobreviver, é preciso uma vida secreta.” – é este o excerto com que começa o primeiro episódio. Logo aí, descobres que tudo andará à volta de adolescentes com bastante secretismo no seu quotidiano.

É daquelas séries em que podes arriscar, porque, mesmo que não gostes, só perdeste uma tarde ou uma noite. Lembrou-me de Elite (https://escsmagazine.escs.ipl.pt/valera-a-pena-tornarmo-nos-elitistas/), visto que todo o enredo se baseia na vida de adolescentes ricos que andam num colégio, e de Skins, por todo o universo problemático e depressivo em que se desenrola a ação.

Fonte: Alternativa Nerd

A série da Netflix, que estreou no fim do ano passado, foca-se nos dias de jovens como Chiara (Benedetta Porcaroli), Ludovica (Alice Pagani) e Damiano (Riccardo Mandolini). Todas as personagens têm problemas em casa, coabitando com relações familiares disfuncionais, abusivas e, em alguns casos, traumáticas. Este cenário contribui para o seu próprio desequilíbrio emocional e para as várias fugas de casa que existem em pouco mais de uma mão cheia de episódios.

Cada um com os seus problemas pessoais, os adolescentes de Paroli (o tal bairro italiano) envolvem-se constantemente em sarilhos. Desde o mundo da droga ao da prostituição, de vídeos pornográficos divulgados a violações, entram em contacto com realidades perigosas, das quais deviam manter distância. Claro, também tem os clássicos dramas das amizades e dos namoricos, mas esses são colocados em segundo plano.

Senti mesmo que Baby era uma Elite 2.0, na qual, em vez de espanhol, falam italiano. Não gostei particularmente de nenhuma das duas. São daquelas séries que cumprem o seu papel de entretenimento, mas não primam pela diferença nem fazem ansiar por outra temporada. Já está confirmada uma segunda de Baby, contudo, posso dizer que vivia bem sem ela. Apenas recomendo esta série a quem gosta do género, porque, caso contrário, não irão apreciá-la.

Como seria de esperar, estes adolescentes recorrem a realidades perigosas para fugirem da sua, sedentos por independência, ainda que tal os torne dependentes de outros fatores. Depois de efetuar alguma pesquisa, descobri que a série é inspirada em factos reais, o que a individualiza. Baseia-se em duas raparigas italianas que, enquanto menores de idade, se envolveram num esquema de prostituição infantil, que, quando veio a público, foi denominado escândalo baby squillo, ou seja, prostituta bebé. No caso de quereres saber mais acerca do mesmo, aqui tens: https://ronniemartyns.com/babyentenda-a-historia-real-da-serie/.

Ainda assim, não é o meu tipo de série e, talvez por isso mesmo, não posso dizer que a recomendo. No entanto, se depois do meu artigo achares que faz o teu género, arrisca! Deixo-te o trailer:

Artigo revisto por Maria Constança Castanheira

AUTORIA

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Depois de integrar a maioria das secções da revista, a Mariana ficou encarregue de incumbir esta paixão aos restantes membros. O gosto pela escrita esteve desde sempre presente no seu percurso e a licenciatura em Jornalismo veio exacerbar isso mesmo. Enquanto descobre aquilo que quer para o futuro, vai experimentando de tudo um pouco.