Bárbara Bandeira começou a desvendar o segredo de Lusa
Lusa é o novo projeto de Bárbara Bandeira que, de acordo com a revista BLITZ, contará com quatro atos disponibilizados separadamente.
Finda foi o último álbum da cantora portuguesa Bárbara Bandeira e ultrapassa já os 60 milhões de streams no Spotify. Dele fazem parte 12 faixas, entre elas Como Tu (colaboração com Ivandro), que dominou a tabela de vendas portuguesa durante nove semanas e foi a música mais transmitida em Portugal em 2023, Carro (colaboração com Dillaz) e Cristaliza.
Agora, cerca de um ano e meio depois, a artista regressa com o primeiro ato de Lusa, lançado a 7 de março. Com seis faixas, incluindo Fumaça (colaboração com Veigh), já lançada no ano passado, o projeto promete “uma narrativa musical e visual que une Portugal e Brasil no mesmo espaço sonoro” (Jornal Expresso).
A capa é inspirada pelo mito grego de Prometeu, um titã que ajudou os deuses olímpicos e desafiou Zeus ao roubar o fogo sagrado e entregá-lo à humanidade, para ajudar no seu progresso. Como castigo, Zeus acorrentou-o a uma rocha no Cáucaso, onde uma águia devorava o seu fígado diariamente, regenerando-se à noite para prolongar o sofrimento.
O EP inicia-se com a faixa sensual Fumaça, que introduz o tema central deste primeiro ato: o fogo. No prelúdio, Bárbara Bandeira reflete: “São estas dúvidas que me agarram a mão / Onde acaba ele e começo eu / Quando é que deixa de arder? / Se arde espera que cure / Mas mesmo o que cura deixa cicatrizes / Eu não tenho ar para todas neste ato.” e este elemento é amplamente estudado ao longo dos 18 minutos.
Não Gosta discute um relacionamento tóxico e controlador que Bandeira revela restringir a sua liberdade: “Cuidado com o que ele não gosta / Há tanto que ele não gosta / Batom vermelho e foto no espelho / É demais e ele não gosta”. A letra denuncia a hipocrisia e insegurança deste seu parceiro, que lhe impõe regras sobre o que pode ou não fazer. A faixa inicia com uma interpolação da música Todo Homem de Caetano Veloso, escrita pelo seu filho Zeca, que assina a composição de todo o projeto da artista.
Zona Sul e Flores são as novas colaborações, com WIU e EU.CLIDES, respetivamente. WIU, rapper brasileiro, recebeu certificação da Pro-Música Brasil e conta com dois álbuns de estúdio da sua autoria. EU.CLIDES foi Artista Revelação dos Prémios Play e vencedor do Prémio José Afonso, tendo ainda participado da final do Festival da Canção 2021, como intérprete, e no Festival da Canção 2024, como compositor.
O EP fecha com Ainda Bem, precedida por uma mensagem da bisavó da cantora: “És verdadeiro ou não és? / Uma pessoa que não é sincera p’ra outra não é nada”. Ainda Bem é uma nota de superação de algo que não valia a pena, perfeita para fechar esta primeira parte do disco. A letra expressa um sentimento de alívio por ter saído de um ciclo repetitivo e desgastante; uma relação onde o amor do parceiro só se manifestava no final.
O ato I de Lusa representa um marco na carreira de Bárbara Bandeira, não apenas pela sua fluidez sonora, mas pela forma como eleva o seu storytelling a um novo patamar, narrando com intensidade o ciclo de um relacionamento trágico, desde o início ao fim da história. A fusão de influências afro, funk, pop e do fado dá ao álbum uma identidade própria, refletindo a evolução artística da cantora. Este primeiro ato, não só reafirma o seu regresso em grande estilo, como também cria altas expectativas para os próximos capítulos, prometendo uma continuidade tão envolvente e emocionalmente rica quanto este primeiro relance de Lusa.
Fonte da Capa: Spotify
Artigo revisto por Constança Alves
AUTORIA
Duarte tem 20 anos e foi apenas no fim do primeiro ano no curso de Publicidade e Marketing na ESCS que decidiu que Jornalismo era o seu futuro. Desde sempre que a música foi a sua grande paixão, associando cada uma das memórias mais antigas com uma música diferente. Com um gosto especial por pop e pop alternativo, sonha um dia poder fazer parte da equipa de uma rádio.