Bósnia candidata-se a uma União Europeia em crise
A Bósnia-Herzegovina apresentou na manhã desta segunda-feira o pedido de adesão à União Europeia, numa cerimónia em Bruxelas, acompanhada de um discurso do Presidente da República do país balcânico. Dragan Covic admitiu que a antiga nação jugoslava ainda tem vários problemas por resolver.
O chefe de Estado (eleito por um colégio) sublinhou que 2016 vai ser um ano difícil e acrescentou: “Temos que melhorar a nossa economia. Teremos eleições locais e será uma oportunidade para demonstrar que podemos reformar o nosso país. Vemos que a nossa vizinha, Croácia, já é um membro da UE. Montenegro e Sérvia também estão no caminho da integração na UE. A Bósnia-Herzegovina também faz parte deste continente”.
Em 2003, a Bósnia adquiriu o estatuto de potencial candidato à comunidade, mas não conseguiu avançar além disso por problemas étnicos que até hoje dividem o país. As disputas políticas internas entre sérvios, croatas e muçulmanos têm impedido as reformas exigidas pelos altos responsáveis europeus, mas, mesmo assim, o país decidiu avançar.
Frederica Mogherini, representante da política externa europeia, avançou que a Bósnia-Herzegovina não cumpriu todos os requisitos para ser admitida e acrescentou que cabe agora aos 28 estados-membros avaliar a candidatura.
Esta proposta de adesão surge numa altura de crise de várias faces para a União Europeia, em que surgem a ameaça de saída do Reino Unido, a instabilidade nas relações com a Rússia ou a acentuação das assimetrias económicas regionais. E é para esse lado que Mogherini aponta: «Numa altura em que a UE é questionada a partir de dentro, temos um maior sentido de responsabilidade ao vermos que os nossos vizinhos mais próximos têm uma tal energia e vontade de se juntar e trabalhar para adaptar os seus países, sociedade, economia, instituições, sistemas, às normas do Parlamento Europeu».
Neste momento, às portas de entrada para a comunidade, isto é, a lista de candidatos à União, é composta por Albânia, Macedónia, Montenegro, Sérvia e Turquia.