Bullet Journal – uma forma criativa de planeamento
O bullet journal, também chamado de BuJo, é um método de organização criado por Ryder Carroll. Na prática, fazer bullet journaling é personalizar as folhas de um caderno, para organizar tarefas, planear atividades e acompanhar hábitos do quotidiano. No seu site oficial, o fundador afirma que bullet journaling é “uma prática de mindfulness disfarçada de sistema de produtividade”. Foi desenvolvido com o intuito de ajudar na organização das tarefas, não nos deixando afastar do nosso “porquê” e do objetivo final.
As principais características deste sistema de planning são as flexibilidade e possibilidade de personalização completa, adaptando os vários espaços disponíveis no caderno para as anotações mais importantes, de acordo com as nossas necessidades individuais. Mesmo para quem tem um ritmo de vida mais “irregular” e com uma rotina cheia de imprevistos, este sistema consegue ser eficaz, permitindo uma ordenação e estrutura pormenorizadas das atividades e tarefas a cumprir.
Não há grandes regras a seguir e a criatividade é o mote. A liberdade de quem cria o seu bullet journal é essencial – a estrutura é feita nas páginas em branco, com caneta, lápis, e/ou outros materiais à nossa escolha. É muito simples: o bullet journal deve funcionar de forma a cativar o seu criador e a ajustar-se ao seu propósito. Existem bullet journals que se assemelham a verdadeiras obras de arte, com preponderância da veia mais artística – com desenho, colagens e outras ilustrações. Pode também ter um design mais minimalista e/ou monocromático, seguindo a ideia básica de uma lista diária de tarefas. A questão essencial é mesmo o que funciona melhor para cada um de nós. A essência do método está, como já referi, nas suas flexibilidade e liberdade.
Como começar a pensar num bullet journal e na sua utilidade pessoal?
Algumas perguntas podem ser pertinentes na hora de escolher a utilidade do bullet journal na nossa rotina. Deixo aqui três exemplos:
- Qual é a minha necessidade de anotação diária?
- Tenho muitos ou poucos compromissos com hora marcada?
- Vou usar o BuJo para organizar as minhas rotinas de estudo, de trabalho, de vida pessoal ou tudo de uma vez?
Assim, é possível vislumbrar um formato que vá ao encontro das nossas necessidades. A escolha do caderno pode variar também consoante o tamanho mais indicado: mais uma vez, “liberdade” é palavra de ordem – A4, A5, A6: vale tudo neste conceito.
Outras dicas importantes
Uma consideração igualmente importante é a gramagem do papel a usar: se nos dedicarmos mais ao desenho e ao uso de canetas mais coloridas e intensas, a densidade do papel deve ser maior, para não existir transferência para o verso. As folhas pontilhadas são as mais populares no que toca a journaling, mas o método também é viável com folhas pautadas, brancas ou mesmo quadriculadas.
Para facilitar a identificação de tarefas, podemos criar um código fácil de descodificar, através de alguns símbolos e legendas. Através desta linguagem visual, rapidamente simplificamos a nossa rotina. A utilização de cores é também uma dica muito valiosa: se cada cor tiver um significado associado, forma-se uma memória cromática legível e que apela aos sentidos visuais (ex.: cor vermelha para tarefas urgentes ou com prioridade).
A construção de um índice e de várias categorias ajuda imenso na própria organização dos conteúdos do bullet journal. Além disto, a escolha de uma visualização mensal, semanal ou diária é imprescindível no planeamento de um BuJo.
Muitos adeptos deste método de organização também optam por incluir categorias diferentes das essenciais no dia a dia. Alguns exemplos são:
- Controlo de hábitos de alimentação e de ingestão de água;
- Controlo da atividade física;
- Controlo das finanças pessoais;
- Rastreador de humor;
- Lista de livros, séries ou filmes a ver;
- Aniversários a não esquecer;
- Endereços/contactos importantes.
Um dos mitos associados à criação de um bullet journal é o de que é necessário saber desenhar para tornar o nosso caderno apelativo. Porém, existem outras formas de tornar o layout atraente: uso de post-it colorido, washi tape, carimbos, colagens, fotografias e autocolantes diversos, por exemplo.
Uma das últimas dicas, senão a mais importante, é a procura de inspiração. No Pinterest, por exemplo, encontras imensas ideias de layouts, tipos de letras manuscritas, DIY de colagens ou mesmo o passo-a-passo de pequenas ilustrações para o teu bullet journal. Algumas contas de Instagram têm várias dicas úteis, seja de ilustração ou de organização. Eis algumas páginas que te podem ajudar e inspirar:
Dá azo à tua criatividade e utiliza este método de planeamento como uma extensão da tua personalidade, onde te podes expressar livremente, sem limites formais ou mesmo informais.
Fonte da capa: Pexels
Artigo revisto por Ana Beatriz Cardoso
AUTORIA
O maior sonho da Patrícia, estudante de Jornalismo da ESCS, é viver da escrita e da publicação de livros. Adora dar o seu sentido às palavras e acumular conhecimento sobre as mais diversas áreas - desde a política à culinária. Responsável, determinada e resiliente são os três adjetivos que melhor descrevem a Patrícia. Com esta experiência na redação da ESCS Magazine espera aguçar ainda mais a sua curiosidade, desafiando a sua personalidade mais introvertida e conquistando o interesse dos leitores.