Cinderella com um extra de Frozen
Não há muito que eu tenha a dizer acerca do enredo que todos já não saibam: o clássico conto de fadas continua a ser clássico. É a aposta segura da Disney depois de filmes como Brave, Maleficient e Frozen, que desafiam o tradicional.
Cinderella segura-se ao lema que a sua mãe (Hayley Atwell) lhe ensina no leito da sua morte, “Sê corajosa e amável”, mesmo quando é forçada a servir a Madrasta e as suas filhas após a morte do seu pai (Bem Chaplin). É Lily James quem calça os sapatinhos de cristal; a actriz de Downton Abbey é exactamente aquilo que o filme precisava que ela fosse: encantadora e genuína.
Drisella (Sophie McShera) e Anastacia (Holliday Grainger), as duas filhas da madrasta Lady Tremaine (Cate Blanchett), são malvadas mas fazem-nos rir com as suas competições e falta de talento para cantar ou pintar. O Príncipe (Richard Madden) obriga-me a repetir o que disse acerca de Cinderella: encantador e genuíno. A sua melhor cena é também uma das melhores do filme por ser bastante inesperada: acho que podemos concordar que ver um príncipe a chorar deitado na cama de seu pai que se encontra perto da morte não é usual.
O que pode parecer mais polémico é a escolha de Helena Bonham Carter para Fada Madrinha e a de Cate Blanchett para Lady Tremaine. As aparências enganam! Bonham Carter traz uma energia eletrizante ao grande ecrã como costume mas surge num registo mais leviano que funciona muito bem!
E se parece que tenho evitado falar de Lady Tremaine é porque tenho. Queria guardar o melhor para o fim e de facto a vilã de Cate Blanchett é o melhor! Desde a sua pose, ao seu tom de voz, ao guarda-roupa… Tudo em Lady Tremaine é de uma classe quase inalcançável. É uma vilã quase sem o parecer, inspira o medo e não é má só por ser. A Madrasta a contar a sua história é (para mim) o momento do filme e dá um propósito e mais profundidade à vilã o que é agradável!
É um filme que junta alguns efeitos visuais ao clássico mas não se afasta muito dele. Vejam pela interpretação de Cate Blanchett que é fabulosa, não fosse também ela uma das melhores atrizes atualmente!
E que tal um pouco de Frozen? Frozen Fever vem de mão dada com Cinderella e mostra-nos mais um pouco de Arendelle, das irmãs Anna e Elsa e de todas as outras personagens Kristoff, Sven, Olaf e até Hans! Esta curta-metragem passa-se no dia de anos de Anna e Elsa, que deseja compensar por tempo perdido, planeou tudo na esperança de que fosse perfeito e no entanto fica constipada.
Claro que a ação passa-se maioritariamente ao som de mais uma música original – “Making Today Perfect Day”- e está dotada do mesmo sentido de humor que nos fez apaixonar por Frozen. É uma boa forma de matar saudades antes da sequela e de nos deixar a todos a chorar por mais!
AUTORIA
Assumidamente despistada mas extremamente pontual, Sofia Fernandes é uma sportinguista fanática, com uma séria paixão por pizza e que por acaso adora a 7.ª arte!