Conferência Anual da ERC – Media na Era Digital
Num mundo cada vez mais digital – estima-se que em 2020 sejam já 50 biliões os dispositivos conectados – muitas são as questões que se levantam, principalmente sobre a invasão da privacidade.
“Em 2020, vamos ter 50 biliões de dispositivos conectados”, previu o director do SAPO, Celso Martinho, na XI Conferência Anual da Entidade Reguladora para a Comunicação sobre os Media na Era Digital, organizada no ISCTE.
Estes dispositivos vão provocar uma enorme revolução, principalmente ao nível da educação e da economia, na área dos transportes e na área da energia. Para já, pode-se sentir este impacto na utilização de conceitos como o e-commerce que, segundo o director do SAPO, tem as condições necessárias para se expandir com “taxas de crescimento enormes”, ainda mais com o período de crise que se vive, que promove este tipo de comércio.
Nesta revolução digital que está acontecer, a segurança no mundo da internet continua a ser uma das maiores preocupações mas José Magalhães, deputado da Assembleia da República, mostrou-se despreocupado com isso, lembrando que o exercício de navegação na internet “exige uma atitude de atenção; não se pode ser parvo”. E acrescentou ainda que “a tecnologia não é indomável e pode ser abatida: pensem na China. Os nossos Estados tem as ferramentas para o fazer”.
O deputado não revela grandes problemas no que toca à questão da invasão de privacidade, afirmando: “estamos em 2014, isso existe. (…). Se eu meto a minha foto num site inseguro vou-me queixar que ela apareça no Correio da Manhã? Há coisas que se fazem e que são escrutinadas”.
Para responder à falta de controlo no mundo online, o deputado frisou ainda que um legislador é dispensável se as pessoas forem responsáveis “pois a internet é um meio aberto e falar no meio aberto é o mesmo que falar na rádio.”
Num mundo onde as redes sociais se tornaram no meio mais rápido para difundir a informação é importante perceber qual é o papel do jornalista. Mark Little, CEO da Storyful, acredita que “os jornalistas serão ultrapassados nos próximos anos”, pois “as pessoas com Twitter e smartphones já não precisam de jornalistas, e os jornais como hoje os conhecemos passaram a ser irrelevantes.” Mas, para o CEO da Storyful, isto só vai acontecer se as agências noticiosas não se adaptarem e construírem novos produtos que ajudem nesta mudança.
Por seu lado, David Dinis, director do Observador, considera que “nunca houve tanta gente a ler jornais”. Porém, também partilha a opinião de Mark Little, afirmando: “o jornalismo tem de ser plural e todos ganhamos quando apresentamos vários formatos”.
Apesar das alterações que o jornalismo está obrigado a fazer, há coisas que parecem manter-se inalteráveis: a credibilidade e o profissionalismo continuam a ser princípios fundamentais quando se fala em como fazer bom jornalismo.
AUTORIA
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